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19/06/2019

Sergio Moro fala agora à CCJ do Senado sobre conversas com Dallagnol. ACOMPANHE AO VIVO

Foto: Jorge William / Agência O Globo

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 Ao falar à Comissão de Constituição e Justiça ( CCJ ) do Senado sobre as conversas vazadas com o procurador Deltan Dallagnol , o ministro da Justiça, Sergio Moro , disse que as mensagens sobre a Lava-Jato são "completamente normais", embora não possa reconhecer a autenticidade do material revelado pelo site "The Intercept Brasil". O ex-juiz destacou que pode ter dito "algumas coisas" que foram divulgadas, mas que outras lhe causam "estranheza". Ele disse que o conteúdo pode ter sido adulterado. Assista à audiência com Moro na TV Senado.

 

— Não tenho mais essas mensagens no meu aparelho celular. Utilizei o Telegram em determinado período. Em 2017, acabei achando que aquele aplicativo de origem russa não era um veículo lá muito seguro. E saí do Telegram desde então. Não tenho essas mensagens para poder afirmar se aquilo é autêntico ou não — afirmou. — Tem algumas coisas que eu eventualmente possa ter dito. Tem algumas coisas que me causam estranheza. Essas mensagens podem ser total ou parcialmente adulteradas.

 

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Moro relembrou à comissão que teve o celular invadido no início do mês, mas que, até o momento, não há evidências de acesso ao conteúdo do aparelho. O "Intercept" afirma que recebeu o material de uma fonte anônima antes deste episódio.

 

— Confesso que dessa vez fiquei surpreendido pelo nível de vilania e de baixeza dessas pessoas responsáveis pelo ataque, a ousadia criminosa de invadir de ou tentar invadir telefones de procuradores da República, inclusive o telefone do ministro da Justiça, e utilizar isso não para fins de interesse público, mas sim para minar esforços anticorrupção.

 

O ministro ressaltou que a investigação da Polícia Federal está em andamento, mas revelou suspeitar que as invasões de celulares de procuradores e juízes tenham sido obras de um grupo criminoso.

 

— Não é um adolescente com espinhas na frente do computador, mas sim um grupo criminoso estruturado — destacou Moro. — A minha opinião, em particular, embora os fatos estejam sendo investigados, é de que existe um grupo criminoso por trás desses ataques. Afinal, há uma grande quantidade de pessoas que sofreram invasões ou tentativas de invasões, o que aponta para a possibilidade de não ser um hacker isolado.

 

Moro voltou a afirmar a normalidade das relações entre magistrados e partes, sobretudo, segundo ele, no direito criminal, já que o juiz fica responsável por julgar atos de investigação, além da condenação ou absolvição do acusado. Moro negou que houvesse qualquer conluio entre ele e o procurador Dallagnol e citou que absolveu cerca de 20% dos denunciados pelo Ministério Público na Lava-Jato.

 

— Não existe conluio nenhum. Existe divergência — apontou o ministro, que ressaltou não ver infrações nas mensagens divulgadas pelo "Intercept", mesmo se elas eventualmente tenham a autenticidade confirmada.

 

O primeiro senador a questionar Moro foi Weverton Rocha (PDT). Ele lembrou que o ministro foi ao jogo de Flamengo e CSA, no estádio Mané Garrincha, e perguntou como ele se sentiria se o árbitro da partida combinasse com um jogador de marcar um pênalti.Moro disse que as mensagens com Dallagnol podem ter sido parcialmente adulteradas e tratadas com sensacionalismo, mas, mesmo assim, são "completamente normais".

 

Em referência à divulgação de que Moro e Dallagnol conversaram sobre o apoio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux à Lava-Jato , Moro disse aos senadores não ver problema na mensagem "In Fux We Trust" (No Fux, nós confiamos, em tradução livre). Ele apontou que a frase poderia significar a confiança no STF.

 

— Qual o problema de mandar uma mensagem assim? — destacou Moro, com a ressalva de que também não poderia confirmar o envio da frase. — Me parece que o veículo que divulgou quis constranger o Supremo Tribunal Federal, o que é especialmente grave. Ainda que ela seja autêntica, o conteúdo é absolutamente ilícito.

 

Questionado pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES), o ministro da Justiça negou que haja comprometimento de sua imparcialidade em julgamentos da Lava-Jato.

 

— São normais conversas entre juízes, procuradores, policiais e advogados. O uso do aplicativo foi apenas troca de mensagens mais rápida, se é que são de todo autênticas. Examinando ali o que foi colocado, não tem nenhum aconselhamento, apenas interlocução, que ocorre no dia a dia dos fóruns — afirmou Moro.

 

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), rebateu as críticas ao "Intercept" e questionou o ministro pela divulgação de que Moro teria afirmado a Dallagnol temer melindrar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em investigação. Ao citar alegações de abuso da atuação do juiz, Costa perguntou se ele estava "a serviço de um projeto político". Moro reafirmou que agiu de forma imparcial contra casos de corrupção.

 

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A audiência da CCJ no Senado, que estava prevista para começar às 9h, começou com dezoito minutos de atraso. O ministro teve 30 minutos de exposição inicial e depois passou a responder questionamentos dos parlamentares. Moro se antecipou a uma convocação da comissão e se dispôs a prestar esclarecimentos sobre as mensagens, cuja revelação considera criminosa. Na chegada, evitou a imprensa e se recolheu em uma sala de espera antes de entrar na CCJ, às 9h12.


Prova de fogo

 

A sabatina com o ministro, que já era vista como um dos mais fortes embates entre governo e oposição, deve se tornar ainda mais intenso depois das informações divulgadas na noite desta terça-feira de novos trechos. O site apontou que, em um diálogo com Dallagnol, Moro reclamou de um procedimento que poderia prejudicar o ex-presidente FH, um "apoiador importante" da Lava-Jato. Em entrevista ao programa do Ratinho, no SBT, exibida na mesma noite, o ministro classificou o vazamento das conversas como um "ataque orquestrado" para anular ações da Lava-Jato.

 

 Acompanhe ao vivo

 

 

O Globo

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