Animal é de espécie australiana e respira pelos órgãos genitais em alguns momentos
A tartaruga de cabelo verde do Rio Mary, encontrada em Queensland, Austrália, agora está junto a outros 572 animais na lista dos répteis ameaçados da Zoological Society of London (ZSL) (Sociedade dos Zoológicos de Londres, em tradução literal), considerados os mais vulneráveis do planeta.
O réptil tem aparência marcante, já que ostenta um verde moicano, com crescimento de dedos carnudos sob o queixo e pode respirar através de seus genitais. Agora, além de a tartaruga de cabelo verde ser uma das criaturas mais marcantes do planeta, é também uma das mais ameaçadas.
A nova lista das espécies de répteis mais vulneráveis da ZSL é chamada de Evolutionarily Distinct and Globally Endangered (Edge) (Espécies Evolutivamente Distintas e Globalmente Ameaçadas), e inclui a tartaruga, de 40 centímetros, na 30ª classificação no quesito vulnerabilidade. Ainda, a natureza dócil desse animal tornou-o popular como animal doméstico.
Cada espécie adicionada na lista recebeu uma pontuação que combina o risco de extinção com o nível de isolamento ou de raridade é a espécie. Um grande número de tartarugas aparecem na lista de répteis, juntamente com lagartos e cobras.
No topo da lista Edge está a tartaruga gigante de Madagascar, que tem uma pontuação mais alta que a de qualquer outro anfíbio, pássaro ou mamífero e, infelizmente, ainda é capturada e levada para alimentação e comércio ilegal de animais.
Tartaruga de cabelo verde que respira através de seus genitais adicionada
à lista de espécies ameaçadas. (Fotos: Chris Van Wyz/ZSL/PA)
Em entrevista ao The Guardian, o coordenador dos répteis da lista Edge, Rikki Gumbs, comentou: “Os répteis geralmente recebem a ponta curta do bastão em termos de conservação, em comparação com aves e mamíferos. No entanto, a lista dos répteis destaca quão únicas, vulneráveis e surpreendentes são essas criaturas. ”
Ainda, a tartaruga de cabelo verde tem órgãos parecidos com guelras dentro de sua cloaca – um orifício usado por répteis para excreção e acasalamento -, que permitem que ela permaneça submersa por até três dias. Entretanto, isso não permitiu que a tartaruga conseguisse se esconder dos exploradores de animais, que invadiram seus ninhos entre as décadas de 1960 e 1970, e começaram a comercializá-las.
Folha de S. Paulo