29 de Marco de 2024 - Ano 10
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Internacional
20/10/2017

Um mês após furacão Maria, 80% de Porto Rico permanece sem luz

Foto: Gerald Herbert / AP

Ilha não se recupera da devastação; há pessoas sem energia há 45 dias

O território americano de Porto Rico continua sentindo os impactos do furacão Maria. Quatro semana após o fenômeno, 80% da população da ilha permanece sem energia elétrica.

 

Além do drama social, piora ainda mais o delicado cenário econômica do local, que já está em falência: o fluxo de turistas, principal fonte de receita da região, recuou fortemente desde então. A situação da ilha já é considerada a “Katrina” do governo de Donald Trump, mas os impactos políticos são muito menores do que sofreu George W. Bush com o pior furacão de Nova Orleans, em 2005.

 

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A tempestade com ventos de até 250 km/h deixou 48 mortos na ilha e arrasou o território, que ficou completamente sem luz. Moradores reclamam da demora na restauração dos serviços básicos e na diferença de tratamento do governo federal, que agiu com muito mais força e presteza durante os furacões Harvey, no Texas, e Irma, na Flórida, e até nos incêndios florestais da Califórnia. O drama dos porto-riquenhos é exemplificado em diversas áreas: ainda há 5.300 pessoas desabrigadas; um milhão de pessoas não têm água potável; os hospitais estão longe de operar a 100% de suas capacidades e apenas 60% da cobertura telefônica funciona. Com isso, metade dos hotéis da ilha não reabriu após o furacão, o que representou um golpe ao setor turístico de Porto Rico, que no começo do ano declarou a maior falência de um ente público da História dos EUA, com dívidas de US$ 73 bilhões (R$ 232 bilhões).

 

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Linhas de energia destruídas pelo furacão Maria em

Humacao, Porto Rico (Foto: Carlos Giusti / AP)

 

De acordo com o governo local, Porto Rico, que possuiu 3,5 milhões de habitantes, só tem energia em 21% dos lares, e tem o objetivo de chegar a 25% até 5 de novembro. Segundo o governador Ricky Rosselló, 95% da ilha terá energia apenas no fim de 2017. De acordo com o “New York Times”, há apenas 300 trabalhadores adicionais para restaurar o sistema elétrico porto-riquenho, contra 5.300 no Texas, em uma área que representa um décimo de Porto Rico, e onde a luz voltou em 100% dos lares em menos de duas semanas. Na Flórida, 18 mil trabalhadores extras foram contratados para restabelecer a energia após o furacão Irma.


Trump repensa tamanho do estrago

 

Na quinta-feira, Rosselló se encontrou com o presidente Donald Trump na Casa Branca, pedindo mais ajuda federal. O presidente, que disse que a resposta americana foi “nota 10” na ilha, mudou de opinião sobre o furacão que abateu Porto Rico: se quando visitou a ilha, uma semana após a tragédia, disse que o Maria não era comparável ao Katrina, que deixou mais de 1.800 mortos, agora Trump mudou de ideia:

 

— Provavelmente foi pior que o Katrina — disse o republicano, que afirmou, contudo, que a ajuda federal foi melhor, embora tenha criticado o governo local, dizendo que parte dos problemas se devia à falta de distribuição de comida pelas autoridades da ilha. — Provavelmente foi uma situação muito mais difícil quando falamos em socorro, buscas, quando falamos nos diferentes níveis.


O presidente foi muito criticado pela diferença de tratamento entre os furacões deste ano. Trump chegou a justificar a diferença dizendo que havia “um enorme oceano” entre os EUA e a ilha, 1.800 quilômetros ao sul da Flórida. Quando foi visitar a ilha, Trump chegou a jogar camisetas aos desabrigados, como num programa de auditório, chocando parte dos americanos. O presidente também bateu boca com a prefeita de San Juan, Carmen Yulin Cruz, que criticou a atuação do governo. E, na semana passada, Trump ameaçou suspender a ajuda federal:

 

“Não podemos manter a Fema (sigla em inglês para Agência Federal de Gestão de Emergências) , os Militares e os Primeiros Respondentes, que foram incríveis (nas circunstâncias mais difíceis) em P.R (Porto Rico) para sempre!”, escreveu Trump no Twitter no dia 12 de outubro.

 


Soldados da Guarda Nacional distribuem água e alimentos a moradores

de San Juan, Porto Rico (Foto: Carlos Giusti / AP)

 

O Globo

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