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Internacional
26/03/2019

Venezuela tem noite de caos após dois apagões em um só dia

Foto: Carlos Jasso / Reuters

Falta de luz paralisa principal terminal de exportação de petróleo; governo suspende aulas e dia de trabalho

 Milhões de venezuelanos passaram a madrugada de segunda para terça-feira às escuras, depois que dois apagões afetaram diversas regiões do país em um só dia. A população estava apenas começando a se recuperar do grande corte de luz que, há 20 dias, paralisou a Venezuela por uma semana.

 

A capital, Caracas, e pelo menos 17 dos 23 estados venezuelanos foram afetados pelo primeiro apagão de segunda-feira, que começou no início da tarde e terminou depois de cerca de três horas em algumas cidades da região central. Mas a luz ia e voltava ao longo do dia para a maioria das comunidades afetadas, até que boa parte de Caracas e ao menos 21 estados voltaram a ficar completamente no escuro a partir das 22h locais (23h no Brasil).

 

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De acordo com funcionários citados pela agência Reuters, o novo apagão paralisou as atividades do principal terminal de exportação de petróleo do país, José.


Moradores de várias partes do país relatavam o caos nas redes sociais, expressando frustração e revolta por conta dos sucessivos cortes de luz. Nesta terça, as aulas nas escolas estão suspensas, e o governo disse aos trabalhadores que fiquem nas suas casas.

 

Os apagões prejudicam o atendimento em hospitais, o fornecimento de água e o serviço de caixas eletrônicos, que é essencial para a população por conta da hiperinflação. O aeroporto internacional Simon Bolívar também ficou às escuras.

 

Com o serviço de metrô também paralisado na segunda-feira, centenas de pessoas tiveram que caminhar — por vezes longas distâncias — até as suas casas no fim da tarde em diversas cidades. Os poucos ônibus disponíveis estavam lotados.

 

— Tudo para de funcionar. Nos dias de apagão, não se pode fazer nada: não há internet nem acesso ao dinheiro — diz Yendresca Muñoz, analista de banco de 34 anos.

 

Segundo organizações locais, pelo menos dez pessoas morreram em decorrência do longo corte de luz que afetou o país há cerca de 20 dias. Os hospitais já sofrem com a falta de suprimentos básicos e de remédios.

 

— As carnes, os frangos...tudo que é comida estraga. Perda total — se queixa o jovem Léo, de 19 anos, que trabalha num restaurante da zona leste de Caracas.

 

'Guerra elétrica'


O Palácio de Miraflores sistematicamente atribui os frequentes apagões a "sabotagens da oposição" e a "ciberataques" dirigidos pelos Estados Unidos em conluio com a oposição venezuelana.

 

Segundo o ministro de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, houve um "ataque ao centro de carga e transmissão" da hidroelétrica de Guri, no estado de Bolívar, próximo ao Brasil, que gera 80% da energia consumida na Venezuela.

 

"Vamos vencer esta guerra elétrica com a grande força do nosso povo, que foi acumulada ao longo da luta contra impérios e seus lacaios locais", disse o ministro em nota divulgada nas redes sociais.

 

O líder do Parlamento, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino em janeiro, entretanto, afirma que o corte é decorrente de um sobrecarregamento no sistema.

 

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— Eles (do governo) mentem para não assumir sua responsabilidade. Colocam em risco o pouco que ainda está de pé da infraestrutura elétrica — disse Guaidó.

 

Após a primeira crise, no início de março, o presidente Nicolás Maduro anunciou que reestruturaria seu gabinete e prometeu uma "transformação profunda" das empresas do setor de energia. Mais de uma semana após o anúncio, as mudanças ainda não ocorreram.

 

O Globo

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