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Bizarro
17/11/2017

Você conhece a dramática história por trás desta estarrecedora fotografia?

Foto: Reprodução

A imagem provoca assombro até hoje

Você já deve ter visto a perturbadora imagem acima, não é mesmo? Ela foi clicada pelo fotojornalista sul-africano Kevin Carter em 1993, e está entre as fotos mais icônicas de todos os tempos.

 

O retrato é conhecido como “o abutre a garotinha”, foi registrado próximo ao vilarejo de Ayod, no Sudão, e até hoje choca o mundo.

 

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Em 1993, Carter viajou ao Sudão, e se encontrava nos arredores do vilarejo de Ayod quando encontrou a garotinha da foto. Ela havia parado para descansar enquanto se dirigia a um centro de distribuição de comida mantido pelas Nações Unidas. Foi nesse momento que o abutre pousou perto da criança. 

 

O abutre e a garotinha

 


Carter tomou o maior cuidado para não perturbar a cena, e aguardou durante cerca de 20 minutos até que o abutre se aproximasse o suficiente da garotinha. Foi então que ele se posicionou para capturar o melhor ângulo possível e clicou a fotografia.

 

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Depois disso, o fotógrafo espantou a ave para longe da criança — e se tornou o autor de uma das imagens mais controversas da história do fotojornalismo.

 

Na época, Carter revelou que os pais da menina estavam ocupados tentando pegar comida de um avião da ONU, e deixaram as crianças sozinhas por um momento. Essa era a situação envolvendo a criança da imagem, e o fotógrafo registrou a cena a uma distância de aproximadamente 10 metros.

 

Carter vendeu a foto para o The New York Times e ela foi publicada pela primeira vez no dia 16 de março de 1993. A imagem chamou tanto a atenção que, de um dia para o outro, a publicação norte-americana recebeu centenas de ligações de pessoas preocupadas que queriam saber se a criança havia sobrevivido.

 

Por conta da imensa repercussão que a imagem gerou, a publicação decidiu publicar uma nota explicando que a garotinha tinha tido forças suficientes para escapar do abutre, mas que, infelizmente, o The New York Times não tinha informações sobre o que havia acontecido com a menina.

 

Criticismo

 

Kevin Carter


Como resultado, Carter se transformou em alvo de uma enxurrada de críticas de pessoas que questionaram a razão de ele não ter ajudado a garotinha — e foi acusado de apenas usar a menina para fazer a foto. E não foi só isso: o retrato causou tamanha controvérsia que, ironicamente, o fotógrafo chegou a ser chamado de abutre, e foi comparado com o predador da cena.

 

O fotógrafo foi fortemente censurado pela opinião pública, e criticado não só por tirar a foto em vez de espantar o abutre imediatamente, mas também por não ajudar a menina depois de registrar a cena — em vez de abandoná-la à própria sorte em uma situação tão devastadora para tentar chegar até o centro de distribuição de comida.

 

No entanto, o que nem todo mundo sabia é que, na época em que a cena foi registrada, os fotojornalistas eram avisados que de que não deveriam tocar as vítimas da fome para evitar a transmissão de doenças, já que elas se encontravam incrivelmente debilitadas.

 

Carter acompanhado de soldados armados durante sua viagem ao Sudão

 

O próprio Carter chegou a estimar que cerca de 20 pessoas morriam de inanição no centro da ONU, portanto, a menina da foto não era uma exceção.

 

Aliás, no momento em que Carter clicou o retrato do abutre e a garotinha, ele se encontrava rodeado de soldados sudaneses armados que estavam ali justamente para evitar que o fotógrafo interferisse com a situação.

 

De qualquer forma, o sul-africano confessou em inúmeras ocasiões que havia sentido remorso por não ajudar a menina, embora não houvesse muito que ele pudesse fazer por ela naquele estágio — mesmo que tivesse oportunidade.

 

Em 1994, Carter ganhou um prêmio Pulitzer por sua estarrecedora fotografia, reconhecimento que reacendeu as críticas e acusações contra sua atitude. Então, no mesmo ano, ele infelizmente cometeu suicídio.

 

Morte prematura

 

Os horrores que Carter registrou com suas lentes acabaram por

vencê-lo no final(Fotos: Reprodução)


Carter fazia parte de um seleto grupo de fotojornalistas que ficou conhecido como “Bang-Bang Club”. Esses profissionais eram alguns dos poucos que se arriscavam a encarar e documentar horrores inimagináveis para a maioria de nós. A morte fazia parte do dia a dia desses fotógrafos e, no caso de Carter, ela acabou vencendo no final.

 

Ao longo de sua carreira, Carter testemunhou através das lentes de sua câmera execuções violentas, conflitos sangrentos e pessoas morrendo de fome, e tudo isso acabou o afetou tremendamente. Ele tinha apenas 33 anos de idade quando decidiu por um fim ao próprio sofrimento, e deixou uma nota de suicídio que dizia (em tradução livre).

 

“Eu sinto muito, muito mesmo. A dor da vida supera a alegria ao ponto de que a alegria não existe... Estou deprimido... sem telefone... dinheiro para o aluguel... dinheiro para sustentar as crianças... dinheiro para dívidas... dinheiro!.

 

Sou assombrado pelas vívidas memórias de mortes e cadáveres e raiva e dor... de crianças famintas ou feridas, de loucos com o dedo no gatilho, muitas vezes policiais, de carrascos assassinos... Fui me juntar ao Ken (Ken Oosterbroek, um amigo fotógrafo que havia falecido há pouco), se eu tiver tamanha sorte.”

 

Mega Curioso 

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