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Carnaval 2020
09/02/2020

'A mulher vive tempo de empoderamento na luta contra o machismo. É histórico', diz Raissa Machado

Foto: Reprodução

Raíssa Machado

Maranhense e mãe de Nicole, quatro anos, Raíssa Machado veio para o Rio de Janeiro há 34 anos buscar seus sonhos. Atualmente é rainha de bateria da Unidos do Viradouro e se prepara intensamente para o carnaval.

 

Completando sete anos à frente da bateria da vermelho e branco niteroiense, ela comenta que mesmo não se considerando uma pessoa supersticiosa, garante que o número, que tem sido considerado poderoso por quase todos os cultos e tradições, trará sorte na Sapucaí em 2020. “Acredito que cada número tem uma vibração e significado. O número sete é mágico e perfeito. Temos uma comunidade forte e com muito trabalho. Entraremos para buscar o título”.

 

Ser rainha de bateria sempre foi um dos sonhos de Raissa. É um cargo ao qual se dedica muito, com amor e afinidade tanto com os ritmistas quanto com a comunidade e esse carinho mútuo se fortalece mais a cada ano e a cada ensaio. “Não entro em nada na minha vida pensando de forma negativa. Gosto de dar o meu melhor.

 

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Nunca desisti dos meus sonhos. E sou muito grata por ser desse jeito. Sou aquela menina maranhense, que chegou a Niterói há 34 anos cheia de sonhos e sem nada para comer. Hoje ser a Rainha de Bateria de uma escola que tem um chão único, é incrível demais. É uma coisa muito do tipo, ‘Raíssa Machado do Maranhão para o mundo’, e digo “para o mundo” porque o carnaval do Rio é algo mundial. Que venham muitos outros anos”.

 

 

Em entrevista exclusiva ao site Heloisa Tolipan, Raissa lembra que começou sua história com o samba como musa do carnaval de Niterói, depois, rainha também de Niterói. Participou de um outro concurso para ser rainha de bateria da Viradouro, na época para substituir Juliana Paes, mas não foi eleita. Contudo representou a escola no Caldeirão do Huck, no quadro “Musa do Caldeirão”. “Imagina? Acho que tinha umas 50 candidatas e fui escolhida para representar a Viradouro. Daí eu não saí mais. Eu virei musa, já desfilei no carro e em alas até vir o convite para ser rainha de bateria. Eu só tenho a agradecer por isso”.

 

 

Ela comenta que o carnaval é uma das maiores paixões de sua vida. Uma conquista que sempre quis e que a deixa realizada em todos os sentidos. E faz um paralelo sobre as diferenças do carnaval atual e o de 10 anos atrás. “Tudo na vida sempre muda, e com o carnaval não seria diferente. Vejo a festa hoje vivendo um tempo de empoderamento da mulher na luta contra o machismo.

 

Isso é uma coisa histórica para o carnaval e precisamos aproveitar esse momento e ter mais sororidade e realmente entrar nessa briga. Deixar a competição restrita ao desfile na Marquês de Sapucaí”. E pontua que fora da Avenida todas são mulheres e carregam cada uma a sua luta e isso merece ser respeitado, independente de qual seja a história.

 

“O universo do carnaval, especificamente das escolas de samba, é predominantemente masculino. Não faltam, por exemplo, sambas que exaltam belezas femininas com algumas referências à inferioridade que chegam a ser ridículas. Além de comentários e julgamentos que nos diminuem ainda mais.

 

Precisamos mostrar que temos respeito a nós mesmas, e principalmente, às nossas colegas, que independente do pavilhão que defendem, são mulheres também. Só nós mesmas sabemos todas as lutas e glórias de ser uma rainha de bateria, ou musa de carnaval. Isso vale também para as outras centenas de mulheres que estão ganhando cada vez mais espaço no carnaval, e mesmo em cargos de menor destaque passam pelo mesmo tipo de preconceito” 

 

Fotos: Reprodução

 

Como uma boa rainha e que faz jus à atividade, ela comenta que prefere o carnaval na Sapucaí em comparação ao de rua. Para ela, desfilar na Viradouro proporciona um mix de sensações: a responsabilidade de representar o seu pavilhão, mas tem também o amor, que transborda no peito e supera qualquer pressão que surja. “Acho que a melhor sensação é você sentir a energia do público, as batidas da bateria pulsando no mesmo ritmo que o coração. É tudo tão incrível, tão mágico. A gente se sente um verdadeiro popstar ou astro do rock”.

 

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Raissa conta que no resto do ano é mãe, esposa e dona de casa, se desdobrando para dar conta de tudo e ainda seguir bonita, bem cuidada e sambando muito. “É um desafio mas faço tudo com muito amor e realização”.

 

IG

 

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