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Plantão Policial
12/10/2021

'Ele destruiu nossa família', diz mãe de uma das vítimas de estudante de medicina acusado de ter estuprado várias crianças, entre elas duas irmãs dele, uma de 3 anos e outra de 9

Foto: Reprodução

O estudante é suspeito de ter estuprado sete crianças. Ele foi intimado para depor, porém, o advogado não apresentou o cliente para ser ouvido. A defesa do rapaz afirma que ele não é considerado foragido.

A mãe de uma menina vítima de abusos sexuais em Teresina disse ao g1 que a família ficou destruída após a descoberta dos casos e contou que a menina tem dificuldade e medo de conviver com homens.

 

A mãe da garota denunciou o ex enteado, um estudante de medicina de 22 anos, como suspeito dos crimes. Segundo ela, sua filha não foi a única vítima.

 

“Ele destruiu [nossa família], assim de uma forma que eu jamais, nem nos meus piores pesadelos eu pensei que estaria passando por isso. De você ver o seu pai, a sua mãe, todo mundo sem chão, sem saber o que fazer", declarou.

 

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O estudante é irmão de duas das vítimas. Ele morava com a madrasta desde os 8 anos, quando ela se casou o pai dele e teve duas filhas.

 

Os supostos abusos iniciaram com uma das primas, sobrinha da madrasta, quando ela tinha apenas 5 anos e ele 15 e duraram pelo menos mais cinco anos. Neste mesmo período, o ele também é suspeito de abusar das duas irmãs, uma de três e outra de 9, e de outra prima de 15 anos.

 

As denúncias à polícia foram feitas há pouco mais de um mês e desde então, a família luta para que ele seja preso.

 

“Teve gente que veio dar soluções mais ‘fáceis’. Eu disse que não, que ele vai pagar pela Justiça. [...] Eu tenho que ensinar para a minha filha, para o meu filho, e para as minhas sobrinhas que vale a pena você ir na Justiça, você defender. A polícia está aí e pode prender ele sim. Só existe um planeta Terra, não existe não. Ele está em algum lugar”, declara ela, que descobriu os abusos depois que sua filha tentou suicídio no último mês de julho.

 

Vítima tem medo de conviver com homens


Segundo a mãe, as primeiras mudanças percebidas na filha foi em relação à convivência com outras pessoas, principalmente com homens. “Ela conseguia conviver com as meninas, as minhas irmãs, primas, mas com os primos não. Com os primos ela não falava, não chegava perto, tinha medo, uma repulsa”, disse.

 

A garota, que antes adorava participar de apresentações de balé, passou a ter dificuldade em dançar em público. Além disso, a adolescente passou a se automutilar e teve o seu quadro de depressão agravado.

 

“Quando ela tinha cinco anos fazia balé e se apresentava nos palcos. Era muito bonito, alegre, normal. A partir dos sete anos, ela não conseguia mais se apresentar. Minha filha adquiriu essa timidez, não queria mais participar, se tinha alguma [apresentação], ela pedia para a professora tirá-la”, completou a mãe.

 

Automutilação e depressão


A mãe da jovem contou que o desempenho da filha na escola caiu. Além disso, ela passou a se automutilar e tentou praticar suicídio no primeiro semestre deste ano. “A gente via a automutilação, eram cortes bem evidentes, os braços tinham muitas cicatrizes”, relatou.

 

Convivência próxima

 

Quadro que representa a família — Foto: Laura Moura /g1

 

Quem chega à casa da família da garota vítima do estupro de vulnerável logo se depara com um quadro na sala da residência, que representa a adolescente, a mãe, o padrasto e o irmão mais novo. A pintura foi feita após uma foto da família registrada pelo estudante, suspeito dos abusos.

 

O rapaz era presente na vida da menina. Eles frequentavam os mesmos lugares e faziam até viagens juntos, em família.

 

Após a descoberta dos abusos, a mãe da vítima fez diversas publicações nas redes sociais pedindo a prisão do rapaz. Ela disse que o objetivo das publicações foi divulgar o rosto do suspeito, pois, segundo ela, se ele não for preso, não vai parar. Ele ainda não foi localizado e nem ouvido pela polícia e não é considerado foragido (veja detalhes abaixo).

 

“A postagem não foi para expor as crianças. Foi uma postagem para a sociedade saber quem era ele. Para a sociedade ajudar a prender ele, porque ele não vai parar. Se ele não for preso, ele não vai parar”, disse.

 

Investigação

 

Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) investiga o caso — Foto: TV Clube

Fotos: Divulgação 

 

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) em Teresina, capital do Piauí. E corre em segredo de justiça por envolver estupro de vulneráveis.

 

O delegado Marcelo Leal, coordenador provisório da Gerência de Delegacias Especializadas (GPE), informou que o estudante foi intimado para depor, porém, o advogado não apresentou o cliente para ser ouvido.

 

"A Polícia Civil não sabe onde está o estudante e como não há mandado de prisão contra ele, não temos garantia que o investigado possa sair do país. Ele já foi convocado para ser interrogado, mas ainda não compareceu, somente o advogado", informou.


A delegada Camila Miranda, titular da Delegacia de Proteção à Criança, é responsável pelas investigações do caso. Segundo o delegado, o inquérito está na fase de conclusão e assim que concluído será encaminhado para Justiça.

 

Defesa diz que ele não está foragido


O advogado Eduardo Faustino, que defende o jovem, disse ao g1 que o rapaz não é considerado foragido. O advogado explicou que, como ele está habilitado para responder os questionamentos da Justiça no lugar do cliente e o caso corre em segredo de justiça, o rapaz não precisa comparecer.

 

“Ele não é foragido. O fim da habilitação no processo é exatamente informar a presença do investigado no curso da investigação ou da instrução", explicou o advogado.

 

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Ainda segundo Faustino, não há mandado de prisão contra o estudante. Ainda segundo a defesa, o rapaz tinha o direito de renunciar ao interrogatório. "O interrogatório é direito subjetivo, passível de renúncia".

 

Fonte: GE

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