A casa onde a familia era mantida em cárcere privado
Após mais de 17 anos, enfim, a família mantida em cárcere privado em casa — mãe e dois filhos, resgatados na última semana em Guaratiba — passaram o primeiro final de semana juntos de parentes em um bairro também na Zona Oeste, após receberem alta médica do Hospital municipal Rocha Faria, em Campo Grande. Morando provisoriamente na casa de uma tia, eles “dormiram em camas quentinhas e comeram tudo o que pediram”, contou uma parente, na manhã desta segunda-feira (1º).
A empregada doméstica de 42 anos, irmã da mãe dos jovens, disse que agora em liberdade a vítima “está muito feliz e alegre”. A família era mantida presa em casa, onde sofriam torturas e ficavam até mesmo sem comer, Luiz Antônio Santos Silva, de 49 anos, pai dos dois jovens e marido da mulher resgatados. Ele foi preso por mantê-los presos.
— Depois desses anos todos, mais de 17 anos de horror, foi um final de semana de muita alegria. Foi muito bom mesmo. Eles comeram tudo o que eles pediram: pão, bolo e frutas. Minha irmã e meus sobrinhos passaram o primeiro final de semana dormindo em cama quentinha e comendo uma comida feita com muito amor — conta a empregada doméstica, tia dos jovens.
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A mulher diz que eles precisam de alimentos, fraldas, roupas, calçados, itens de higiene e material de limpeza.
— Somos de família humilde. Então, estamos precisando de qualquer tipo de ajuda, porque estamos sem nada lá em casa. Estamos comendo o que as pessoas nos ajudam e com o dinheiro das faxinas que faço — contou.
No último sábado (30), Luiz Antônio, que foi preso em flagrante, passou por audiência de custódia e a Justiça decretou sua prisão preventiva. Ele deve responder por cárcere privado, maus tratos e tortura. A delegada Cristiane Carvalho de Almeida, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande, pretende indiciar Luiz Antônio por abuso psicológico.
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Policiais da Delegacia da Mulher (Deam) de Campo Grande devem voltar, esta semana, à casa da família em Guaratiba para novas buscas. O objetivo é uma perícia complementar. No último sábado, os investigadores foram ao endereço e recolheram material que será periciado.
Fonte: Extra Online