O slogan do herói é "Com mão de ferro", frase que Maduro repetiu divesas vezes ao assumir o poder em 2013
A emissora de televisão estatal da Venezuela (VTV) exibiu nesta semana o desenho de um super-herói inspirado no presidente do país, Nicolás Maduro, batizado de "Super Bigode". O personagem, que tem a função de "combater o imperialismo dos Estados Unidos" e "salvar o país", gerou polêmica pela propaganda do governo e por retratar outros políticos de oposição como vilões.
O slogan do herói é "Com mão de ferro", frase que Maduro repetiu divesas vezes ao assumir o poder em 2013. Em 2019, ele mesmo se descreveu como "Super Bigode", durante uma declaração em que criticava o presidente do Equador, Lenín Moreno.
Conforme o jornal El País, numa prévia divulgada por jornalistas e apoiadores do Chavismo, dois personagens representados como galinhas, com traços que os identificam com os opositores Julio Borges e Henry Ramos Allup, tramam com um suposto vilão da Casa Branca um plano para causar um apagão no país. A situação remonta o período de 2019 em que cidades ficaram de três a dez dias sem fornecimento de energia elétrica.
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O "Super Bigode" convoca um grupo de pessoas para garantir que vai resolver o problema. Na sequência, ele destrói um drone enviado dos EUA para gerar um suposto efeito eletromagnético capaz de hackear a principal usina hidrelétrica no país. O fornecimento de energia é retomado e a população o celebra como "indestrutível".
Em meio a um contexto de controle e censura, não há informações sobre quem são os criadores da história, se é uma produção financiada com dinheiro público, quantos episódios terá, ou o tempo e os canais em que o desenho será transmitido.
Eleições regionais
O desenho surge logo após as eleições regionais na Venezuela, que tiveram o menor comparecimento em 20 anos: seis de cada dez cidadãos não saíram de casa para votar. Para analistas, a alta abstenção refletiu principalmente o desânimo do eleitor, que não vê nem o governo nem a oposição como alternativas capazes de resolver os problemas cotidianos.
Imagem: Reprodução
O pleito garantiu ao chavismo a prefeitura de Caracas e pelo menos 19 dos 23 governos estaduais — ainda falta, contudo, o resultado no estado de Barinas, terra natal do ex-presidente Hugo Chávez. O desempenho da oposição foi um pouco melhor em nível municipal, conquistando 117 cidades, enquanto o chavismo venceu em 218 das 335 prefeituras. Antes, comandava 306 cidades.
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O partido governista viu sua votação total diminuir para menos de 4 milhões, em comparação com os 5,9 milhões de votos que obteve há quatro anos. No total, cerca de 55% dos votos foram a favor de opositores, ou seja, os candidatos chavistas receberam menos da metade dos votos.
Fonte: Extra