O total de testes de diagnóstico de Covid-19 cujo prazo de validade acaba em dezembro chega a 417 mil unidades em 14 estados.
O G1 buscou dados dos 27 estados, mas obteve resposta de 14, e todos com alguma quantidade de testes em estoque. Entre esses estados, São Paulo (SP), Goiás (GO), Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS) e Rio Grande do Norte (RN) responderam que não podem garantir que será possível usar todos antes do fim do prazo, mas somente em um destes estados - o Rio Grande do Norte - o problema apontado foi a falta de insumos.
No caso do RN, o problema apontado é que os testes disponíveis não são compatíveis com a tecnologia de processamento disponível no estado. Segundo a secretaria, os testes "não se adequam aos kits de extração manual adquiridos pelo Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública)". O estado aguarda definição do Ministério da Saúde.
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A situação nos estados é diferente dos 7 milhões de testes estocados pelo Ministério da Saúde, já que o material que está sob guarda do governo federal não chegou a ser distribuído e não tem previsão imediata de uso. Nesta quarta-feira (25), em audiência na Câmara, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia Medeiros, disse que o prazo de validade pode ser ampliado em 4 meses.
No Paraná, a capacidade de processamento é de 5 mil, o que, em tese, garante o uso de todos os testes antes do vencimento. Entretanto, os responsáveis dizem que não é possível garantir que a quantidade diária de testes seguirá essa média.
Já no Rio Grande do Sul há quase 32 mil testes perto do vencimento, e as autoridades de saúde relatam que estão consultando o Ministério da Saúde sobre o uso com o período de validade estendido.
Preocupação do Conass
Durante audiência na Câmara nesta quarta, o Ministério da Saúde diz que a pasta possui apenas cerca de 600 mil kits para fazer a análise dos resultados. E há um processo em andamento para aquisição de mais 8 milhões de kits de análise.
O consultor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) Leonardo Vilela manifestou preocupação com a falta dos insumos para análise num momento em que a curva de contágio da doença tem aumentado. Ele alertou que o estoque de 600 mil "não dá para três semanas".
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"Esse estoque que está nos estados, em condições normais, não dá para 3 semanas. E a nossa preocupação é que seja garantido um fluxo dos exames. Nos preocupa o descasamento entre os insumos para extração e os de amplificação. Temos uma diferença de 10 vezes. Não adianta nada. Se não tiver insumo para extração, o exame não será feito. Isso num momento em que há um claro aumento de casos, que já se reflete num aumento de óbitos", disse Vilela.
Fonte: G1