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Internacional
16/07/2019

Ícone automobilístico: Fusca dá seu adeus definitivo

Carro da Volkswagen, concebido por Adolf Hitler, deixa de ser fabricado no mundo depois de oito décadas de produção.

Depois de morrer e renascer duas vezes, o Fusca – o carro mais longevo da indústria automobilística mundial, com oito décadas de existência – chega ao seu fim definitivo, informou o site NBC News. A última unidade do “Beetle” (nome americano do veículo) saiu em 10 de julho da linha de montagem da fábrica da Volkswagen em Puebla, no México.

 

O Fusca nasceu ainda na era nazista, concebido por Adolf Hitler como “carro do povo” (Volkswagen, em alemão). Foi mesmo: barato, ele acabou se tornando o veículo mais popular do mundo.

 

Projetado pelo engenheiro automobilístico austríaco Ferdinand Porsche (que mais tarde criaria sua própria empresa de carros esportivos), o Beetle começou a ser fabricado em 1938, meses antes do início da II Guerra Mundial. Durante o conflito, a fábrica do carrinho, em Wolfsburg, foi bombardeada e reduzida a escombros, mas o Fusca começou a mostrar então sua notável capacidade de resistir.

 

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Designado após a guerra para ajudar no reinício da indústria alemã, o major do exército britânico Ivan Hirst encontrou um Fusca que de alguma forma sobreviveu ao bombardeio e decidiu reiniciar sua produção. Alguns anos depois, o primeiro carro da nova safra foi enviado aos Estados Unidos, onde atraiu o interesse de consumidores cansados dos carrões bebedores de combustível fabricados no país naquela época.

 

Contracultura

 

O Fusca se tornou um dos símbolos da contracultura americana nos anos 1960. No seu auge, ele chegou a vender 1,3 milhão de unidades por ano no mundo, 400 mil dos quais apenas nos EUA.

 

Nos anos 1990, a produção global atingiu 21 milhões. Nessa época, porém, o Fusca já estava em declínio. A Volkswagen se aplicava na produção de novas linhas de veículos, uma das quais, o modelo Golf, começou a se mostrar para o público como mais atraente do que o carrinho surgido nos anos 1930.

 

Em 2003, com vendas de apenas 30 mil unidades no mundo, a Volkswagen decidiu tirar o Fusca de linha. Mas a pressão dos fãs levou a montadora a submeter seu ícone a uma reforma completa, cujo resultado foi batizado como “New Beetle”. O preço da inovação, porém, já retirava o veículo da faixa de carro popular.

 

As vendas subiram, mas ficaram ainda muito longe dos grandes momentos do carro. O Beetle foi mais bem-sucedido nos Estados Unidos e na América Latina. Na Europa, onde nasceu, a frota ficou praticamente a mesma.

 

Vendas em declínio

 

A terceira tentativa de ressuscitar o Fusca foi em 2011, com mexidas nos pontos mais criticados pelos clientes, como o nariz atarracado e o interior apertado. Mais uma vez, as vendas não corresponderam, e em vez disso o gosto do público passou cada vez mais a pender para os utilitários esportivos.

 

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Em agosto passado, a Volkswagen parece enfim ter cedido: lançou o Beetle “Final Edition”, com duas cores especiais de pintura e pequenos ajustes no acabamento externo. As novidades tiveram algum impacto: foram vendidos nos EUA 9.398 carros durante o primeiro semestre de 2018, ante 7.967 no mesmo período do ano passado. Mas esse número correspondia à vendagem do Fusca nos EUA a cada semana, nos tempos áureos.

 

O Beetle acabou então oficialmente? Um alto funcionário da Volkswagen sugeriu que “nunca se deve dizer nunca” quando o assunto envolve ressuscitar o Fusca mais uma vez. 

 

Revista Planeta

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