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16/11/2020

Aliados de Bolsonaro admitem derrotas como 'termômetro' para 2022

Foto: Reprodução

Avaliação é que será necessário rever estratégias em busca da reeleição

O entorno do presidente Jair Bolsonaro tenta fazer uma limonada das derrotas impostas aos seus candidatos nestas eleições municipais. A avaliação é de que o cenário serviu como um importante termômetro para moldar uma campanha para a corrida presidencial de 2022 caso o chefe do Executivo leve adiante o plano de tentar a reeleição. Sem entrar de cabeça neste pleito, avaliam aliados, Bolsonaro teria dificuldade de conhecer o real tamanho de sua força e fraqueza.

 

Além disso, assessores do presidente consideram que, se tivesse ficado de fora da disputa municipal, o capitão não teria ninguém para defender suas bandeias e seria alvo de ataques nos debates.

 

Interlocutores do presidente avaliam agora que o presidente deverá repensar sua estratégia de campanha para 2022 já que não terá uma base eleitoral forte nos municípios. Em 2018, Bolsonaro também não contava com esse tipo de apoio nos interiores, mas conseguiu se fortalecer com o discurso de que juntos precisavam expulsar o PT. Agora, seus aliados ponderam que, com o PT mais enfraquecido e eleitores rejeitando o discurso de ódio, é preciso mudar a tática.

 

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A avaliação do Palácio do Planalto é de que o apoio de Bolsonaro conseguiu impulsionar a candidatura do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) à reeleição no Rio de Janeiro — ele disputará o segundo turno contra Eduardo Paes (DEM) —, mesmo não sendo suficiente para ajudar Celso Russomanno (Republicanos) a avançar na disputa. No Palácio do Planalto, a justificativa para tirar a derrota de Russomanno do colo do presidente está em apontar “falhas” na campanha dele.

 

Interlocutores do presidente apontam que primeiro o republicano tentou esconder o presidente nas peças de campanha e que mesmo depois, ao voltar atrás e inseri-lo, não conseguiu se comunicar com a militância bolsonarista, que o viu como traidor. Outra crítica levantada por assessores de Bolsonaro foi com o case escolhido pelo candidato, que usou linguagem de futebol enquanto seu público era voltado por telespectadores conservadores que não entendem do esporte. Russomanno virou o CR10, em referência ao jogador português Cristiano Ronaldo e ao camisa 10 do Pelé.

 

Bolsonaro também sentiu a derrota no Recife, onde apesar do seu apoio a Delegada Patrícia (Podemos) caiu para quarto lugar na disputa. Lá, o segundo turno ficará em família e no campo da esquerda com João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT). O ex-ministro Mendonça Filho (DEM) que tinha uma sinalização de que poderia receber o apoio do presidente caso passasse para a fase final ficou em terceiro lugar.

 

Já em Belo Horizonte, apesar da derrota de Bruno Engler (PRTB) para Alexandre Kalil (PSD), reeleito no primeiro turno com 63,3% dos votos válidos, a interpretação foi de que Bolsonaro conseguiu alavancar o nome do deputado estadual. As pesquisas de intenção de votos colocavam Engler atrás e com, no máximo, de 4% das intenções de voto. Ele, porém, chegou a quase 10% dos votos válidos, ficando em segundo lugar.

 

Nas redes sociais, Bolsonaro tentou minimizar sua participação no pleito. Alegou que sua “ajuda” se resumiu a quatro transmissões ao vivo que totalizaram “três horas”. O presidente fez questão de criticar o PSDB por não ter conseguido elegar Bruno Covas no primeiro turno e apontar uma derrota da esquerda. “De concreto, partidos de esquerda sofreram uma histórica derrota nessas eleições, numa clara sinalização de que a onda conservadora chegou em 2018 para ficar”, escreveu.

 

Por outro lado, o assessor especial da Presidência Filipe Martins escreveu, no Twitter, que "a esquerda se renovou, assimilou as lições de 2018 e soube usar a internet e a nova realidade política a seu favor". De acordo com Martins, a direta não conseguiu se organizar e precisava fazer a "devida autocrítica". Caso contrário, segundo ele, os erros "cobrarão um preço ainda maior no futuro".

 

Mourão vê vitória do centro


Já o vice-presidente Hamilton Mourão apontou os "partidos de centro tradicional" como os "grande vencedores" da disputa.

 

— Até o presente momento não fiz nenhuma análise aprofundada, (mas) os partidos de centro tradicionais foram os grandes vencedores. Por enquanto é isso — disse, em conversa com jornalistas ao chegar no Palácio do Planalto. — São político mais tradicionais, mais conhecidos, os que foram eleitos já no primeiro turno, em grandes cidades, e aqueles que estão competindo no segundo turno. Isso é uma realidade.

 

Mourão, contudo, disse que não é possível apontar uma derrota de Bolsonaro porque ele não "entrou de cabeça" na eleição e apenas apoiou "muito pouco" alguns candidatos.

 

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— Não pode se debitar nada em relação ao presidente Bolsonaro porque ele não entrou de cabeça nessa eleição. Ele apoiou alguns candidatos, muito pouco, mas não tinha...O presidente está sem partido. Sem estrutura partidária fica difícil participar de uma eleição.

 

O Globo

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