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Educação
28/01/2020

Após falha no Enem, MEC escolhe militante do design inteligente para a Capes

Foto: Reprodução

Mais um fiasco

O que sobra em empáfia a Abraham Weintraub, nas redes sociais, lhe falta em competência à frente do Ministério da Educação. Sob sua administração, o MEC tem sido fonte inesgotável de más notícias para o ensino e a pesquisa no Brasil.

 

Considere-se a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Fundamental para a pós-graduação e a formação de professores, o órgão está no centro de uma polêmica porque Weintraub escolheu para dirigi-la um adepto do criacionismo.

 

Ressalve-se que o currículo acadêmico de Benedito Aguiar, ex-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, parece adequado para a função. Numa instituição confessional como a que dirigiu, seria aceitável o ensino da doutrina religiosa segundo a qual todas as espécies são obra de Deus, não tanto da seleção natural neodarwiniana.

 

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Aguiar, entretanto, subscreve a corrente do design inteligente, ou criacionismo “científico”, coisa que não é. Nessa forma de pensar, estruturas complexas dos organismos, como os olhos, teriam de ser projeto de uma inteligência superior, e não fruto do acaso (como é seu hábito caricaturar a teoria de Charles Darwin aperfeiçoada com o advento da genética).

 

A mera possibilidade de que o presidente da Capes carreie recursos da instituição para fomentar estudos de inspiração religiosa e incompatíveis com a ciência contemporânea já seria motivo para não o indicar ao cargo.

 

O mau passo na Capes comporta riscos para o futuro, mas no presente a gestão de Weintraub já produziu prejuízo concreto para milhões de estudantes com o naufrágio logístico do último Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

 

Erros em milhares de notas puseram sob suspeição a prova. Weintraub, com seu arrojo irresponsável, não interrompeu a seleção para universidades federais que as toma por base. Contaminado pela judicialização, o processo mantém em suspense legiões de jovens num momento decisivo de suas vidas.

 

O MEC age como se tudo estivesse sob controle, e não está. Deixa sem resposta candidatos que questionam o resultado de suas avaliações ao mesmo tempo em que o ministro intercede pela filha de um apoiador de Bolsonaro que lhe dirigiu um apelo por rede social.

 

Weintraub troca as mãos pelos pés em quase tudo que toca. Na contramão da internacionalização da pesquisa, limitou viagens nas universidades federais. Deixou parado R$ 1 bilhão a que o MEC faria jus do dinheiro retomado pela Lava Jato. Elevou o piso nacional no ensino básico sem levar em conta a periclitante situação orçamentária de estados e municípios.

 

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Até aqui, Jair Bolsonaro só produziu fiascos no MEC. Até quando? 

 

Folha de São Paulo

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