Setor de aviação defende que franquia por bagagem despachada não ajuda a baixar valor dos bilhetes e critica emenda aprovada pela Câmara
Associações representativas das companhias áreas reagiram negativamente à recente aprovação pela Câmara dos Deputados de uma emenda à Medida Provisória 1.089/2021, que prevê o retorno da isenção de cobrança do despacho de bagagens em voos comerciais. As entidades avaliam, inclusive, que a medida acarretará aumento do valor médio das passagens para o consumidor.
Antes, para que a gratuidade passe a valer, a MP ainda precisa ser aprovada no Senado Federal. Havia expectativa pela inclusão da proposta na pauta desta semana, mas a apreciação foi adiada. A previsão é de que a votação ocorra já na próxima semana.
Em entrevista ao Metrópoles, o presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, disse acreditar que, caso o Senado aprove sem alterações a redação avalizada pela Câmara, haverá repasse ao consumidor, uma vez que será adotado o modelo antigo de cobrança por despacho, em que ocorre a diluição do preço entre todos os passageiros da aeronave.
Veja também
Telegram altera regras e exige idade mínima de brasileiros
AGU defende no STF decreto de Bolsonaro sobre 'garimpo artesanal'
“Não existe essa história de bagagem gratuita, jamais existiu. Ela sempre foi cobrada. O que está em discussão é o modelo de cobrança: ou você cobra por bilhete, dividindo por todos os passageiros, ou separado, apenas para quem usa”, defende o representante das empresas, ressaltando que a emenda “devolve o sistema de precificação do século passado”.
Sanovicz defende que a aprovação da emenda pelos deputados é uma “verdadeira confusão” e ameaça a adesão de novas empresas aéreas ao mercado brasileiro. “A política de cobrança atual é justa: quem usa, paga, e quem não usa, não paga. Acredito que essa regra, se confirmada, fará com que as companhias reavaliem a atuação em solo nacional”, prossegue.
Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram.
Entre no nosso Grupo de WhatApp e Telegram
O presidente da Abear alega que os “verdadeiros culpados” das passagens mais caras para os brasileiros são combustível e câmbio. Segundo ele, atualmente, o câmbio é responsável por uma fatia de 50% do valor pago pelo passageiro nos tíquetes, enquanto o querosene de aviação (QAV) reflete em 40% do preço – os outros 10% correspondem à margem de lucro das empresas.
Fonte: Metrópoles