23 de Abril de 2024 - Ano 10
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Internacional
22/07/2020

Bolívia: 36 populações indígenas atingidas pela Covid-19 e ignoradas pelas autoridades

Foto: Reprodução

A edição desta quarta-feira (22) do jornal

A edição desta quarta-feira (22) do jornal francês "Le Figaro" traz uma reportagem sobre a situação calamitosa de povos indígenas na Bolívia, ameaçados pela pandemia e pela indiferença do governo.

 

“Nós nos sentimos abandonados, nós os Mojeno”, diz Julia Molina à correspondente do diário francês. “Desde o início da epidemia, ninguém veio até aqui, nem as autoridades locais ou o governo central. Ninguém. Eles não ligam para as nossas necessidades”, acrescenta.

 

Julia vive no Tipnis, um parque natural protegido, em plena região central da Bolívia, a várias horas do primeiro centro urbano, conta "Le Figaro". Os Mojeno são um dos 36 povos reconhecidos pela Constituição de Estado plurinacional da Bolívia, que é o nome oficial do país.

 

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Mas o jornal observa que apesar de reconhecer as várias populações, línguas e costumes, esses indígenas têm o sentimento de serem “cidadãos de segunda classe”. Não há testes para confirmação da doença. “Os casos que parecem uma gripe comum se multiplicam pelos vilarejos e as pessoas nunca saberão se estão contaminadas”, diz a reportagem.

 

Para Mirna Cunningham, que dirige a ONG Filac, Fundo para o Desenvolvimento dos povos indígenas da América Latina e Caribe, a pandemia “só faz piorar uma situação antiga. Tradicionalmente são pessoas ignoradas. Elas têm pouco acesso aos serviços básicos do Estado”, explica.

 

Migrações para a miséria da cidade


Essas comunidades indígenas, ou povos autóctones, são comunidades rurais distantes dos centros de decisões ou de comunidades amazônicas em isolamento voluntário. Elas estão sendo expulsas de seus territórios e passam a viver nas cidades, geralmente em estado de miséria, diz "Le Figaro".

 

Na região de Beni, primeira área atingida pelo coronavírus, vivem 18 das 36 nações reconhecidas. “O Estado abandonou a área”, afirma o sociólogo Martin Torrico. Ele explica ao jornal francês que, como os serviços nacionais de saúde ficaram logo esgotados, os trabalhadores da saúde foram chamados aos centros urbanos e as áreas rurais ficaram vazias.

 

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Os indígenas tiveram que se organizar sozinhos, de maneira precária, constata a reportagem. Eles erguem barreiras e barricadas em torno de suas comunidades e usam a medicina tradicional. Para especialistas, a medicina tradicional é impotente diante do coronavírus, que já matou oficialmente 73 pessoas, com 792 casos confirmados entre os indígenas. 

 

G1

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