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18/01/2020

Como é o maior telescópio do mundo, que busca pistas sobre a origem do universo

Foto: Reprodução

Conhecido com FAST, ele tem um campo de visão mais amplo do que outros radiotelescópios, o que significa que pode descobrir mais estrelas, mais fenômenos cósmicos e possíveis vidas extraterrestres

Em meio às montanhas do sul da China, um gigantesco disco metálico aponta para o céu. É o maior e mais potente radiotelescópio do mundo — e, de acordo com seus criadores, já está completamente operacional.

 

O Radiotelescópio Esférico com Abertura de 500 Metros (FAST, na sigla em inglês), como é chamado oficialmente, é conhecido como o "olho da China no céu".

 

Com 500 metros de diâmetro, ele desbancou o radiotelescópio Arecibo, em Porto Rico, apontado até então como o maior da categoria, com 305 metros de diâmetro.

 

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O FAST começou a ser concebido nos anos 1990. Em 2016, foram realizados seus primeiros testes operacionais e, em um anúncio recente da agência oficial de notícias Xinhua, o governo informou que agora está em pleno funcionamento e disponível para os astrônomos de todo o mundo.

 

Qual será a missão do FAST?

 

Os criadores esperam que os sinais captados pelo radiotelescópio sirvam para revelar mistérios relacionados à origem e à evolução do Universo. 

 

O FAST (na foto) é capaz de captar ondas de rádio em uma área duas vezes maior que o telescópio Arecibo, em Porto Rico

 

Suas tarefas estarão relacionadas à busca de ondas gravitacionais, exploração de matéria escura e captura de sinais que possam indicar a existência de civilizações extraterrestres.

 

Um dos aspectos que mais animam os cientistas é a capacidade do FAST de detectar "rajadas rápidas de rádio" (FRB, na sigla em inglês), eventos de energia intensa que duram apenas milissegundos.

 

A origem das FRB ainda é um mistério para os astrônomos, então qualquer progresso nesta área será muito bem-vindo.

 

"O FAST será uma excelente ferramenta para detectar e estudar as FRBs mais fracas", diz à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, Victoria Kaspi, astrofísica da Universidade McGill, no Canadá.

 

"Vai nos oferecer pistas sobre seus mecanismos de emissão e talvez sobre a natureza de sua origem."

 

O FAST é capaz de captar ondas de rádio em uma área duas vezes maior que o telescópio Arecibo.

 

 Especialistas afirmam que o desempenho do FAST tem sido 'impressionante'

 

"O FAST melhora significativamente nossa capacidade de explorar o universo em busca de sinais cósmicos, que são inerentemente fracos e quase indetectáveis", explica Min Yun, professor de astronomia da Universidade de Massachusetts, nos EUA.

 

De fato, durante seu período de testes, ao longo de apenas dois anos, o FAST identificou 102 novos pulsares — estrelas de nêutrons que transformam a energia rotacional em energia eletromagnética.

 

Para Bill McCutcheon, astrofísico da Universidade de British Columbia, no Canadá, essa conquista é "impressionante".

 

"Será interessante conhecer as propriedades dessas novas descobertas", diz McCutcheon à BBC News Mundo.

 

Os especialistas também estão de olho na capacidade do FAST de estudar gases como o hidrogênio no espaço, a partir dos quais podem analisar a dinâmica das galáxias.

 

Como é o 'olho da China no céu'?


O FAST custou US$ 171 milhões (aproximadamente R$ 708 milhões) e está localizado na depressão de Dawodang, na província de Guizhou, no sudoeste da China.

 

As FRBs são um enigma para os astrônomos, mas o FAST pode ajudar a decifrá-lo

 

Ele é formado por cerca de 4,4 mil painéis de alumínio que se movem para focar em diferentes áreas do céu.

 

A capacidade de concentrar a atenção em uma determinada área é uma das principais vantagens do FAST sobre o Arecibo, conforme explica a astrônoma Martha Haynes, professora da Universidade Cornell, nos EUA.

 

"Os painéis do Arecibo não podem se reajustar ativamente", diz Haynes à BBC News Mundo.

 

"O sistema óptico do FAST permite que você aponte para uma área mais ampla do céu, incluindo algumas áreas que não são acessíveis com o Arecibo."

 

O "olho da China no céu" tem um campo de visão mais amplo do que outros radiotelescópios, o que significa que pode descobrir mais estrelas, mais fenômenos cósmicos e possíveis vidas extraterrestres, de acordo com o Instituto de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Pequim, na China.

 

As metas do FAST são ambiciosas: ajudar a resolver o mistério da origem do universo Os desafios

Fotos: Reprodução

 

O FAST parece promissor, mas não está livre de obstáculos.

 

Segundo Haynes, um dos desafios será gerenciar com eficiência a gigantesca quantidade de dados que o equipamento vai coletar.

 

Ele também deverá ter a capacidade de eliminar ou mitigar as interferências de rádio geradas pela atividade humana.

 

Por fim, Haynes acrescenta que o FAST será responsável por desenvolver a nova geração de ferramentas e softwares capazes de explorar ao máximo sua enorme capacidade de coleta de dados.

 

"Os astrônomos têm grandes expectativas em relação ao FAST", diz McCutcheon.

 

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"Até agora, parece que começou bem."

 

R7

 

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