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29/03/2020

Confira tudo que você precisa saber sobre medo, fobia e pânico

Foto: Reprodução

Falta de ar, coração disparado, mãos suadas, corpo paralisado... Quando seu medo deixa de ser proteção e passa a comprometer sua vida?

Quem vê a gerente financeira Gabriela Vasconcelos, de 30 anos, brincando com cachorros não acredita que ela passou a infância e boa parte da adolescência se escondendo deles.

 

Gabi já saiu correndo para o meio da rua ao ver um cão na calçada e até tentou pular da varanda em um sítio ao se deparar com três poodles (dóceis, vale ressaltar). O motivo? A mãe dela foi mordida durante a gravidez e, depois de saber da história, isso não saía da sua cabeça.

 

“Por muitos anos, deixei de visitar pessoas que tinham o pet em casa porque ficava desesperada”, conta a paulistana, que só superou o trauma depois de muita terapia.

 

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O caso da Gabi é mais comum do que se imagina. E é aí que mora o problema: de acordo com a ISMA-BR, associação internacional sem fins lucrativos voltada a pesquisa e tratamento de estresse, 23% das pessoas deixam de realizar atividades do dia a dia devido a um nível excessivo de medo. Tudo depende, claro, da intensidade.

 

Até porque, acredite, sentir medo é saudável e necessário para se prevenir de situações de risco. “Faz parte do instinto de conservação da espécie. Nosso cérebro analisa e identifica ameaças o tempo todo”, afirma Araceli Albino, coordenadora do Núcleo Brasileiro de Pesquisas Psicanalíticas (NPP).

 

Quer uma prova? É por causa desse sentimento que você fica atenta à sua bolsa no transporte público, controla os gastos do cartão de crédito e mantém os exames médicos em dia. “Esse tipo de medo é racional e extremamente útil. Ele é positivo quando nos ajuda a estabelecer limites”, explica Ana Maria Rossi, presidente do ISMA-BR.

 

Essa reação é causada por uma emoção que a gente conhece bem: a ansiedade. O Brasil, aliás, lidera o ranking de países com maior ocorrência de transtornos de ansiedade, segundo a Organização Mundial de Saúde. Franziu a testa aí? Pois tem mais. Uma pesquisa feita recentemente pelo Datafolha sobre assuntos relacionados a saúde, sociedade, família e dinheiro mostra que 84% dos brasileiros têm medo de depender fisicamente de alguém, 83% temem a dependência mental e 78%, a financeira.

 

 

Sinal de alerta

 

Quando nos sentimos em perigo, o cérebro manda um aviso para o corpo e os sinais logo aparecem: fica difícil respirar, depois vem a taquicardia, o suor nas extremidades, pés e mãos gelados, músculos tensos e pensamentos tumultuados. Essa reação é temporária e natural. Hardcore mesmo é quando o estresse gerado pelo medo se torna intenso, frequente e muitas vezes irracional, afetando sua saúde mental, causando fobia, pânico ou estresse pós-traumático.

 

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, 33,7% da população do mundo terá um transtorno de ansiedade em algum momento da vida. No caso da fobia, esse sentimento acontece com um tema específico, como no caso da Gabi. Pode ser medo de cachorro, altura, tempestade, escuro ou qualquer evento isolado. As reações só surgem ao enfrentar determinado estímulo.

 

Já o pânico não tem causa específica e se manifesta a qualquer momento. “Normalmente, ocorre quando a pessoa chega num nível de estresse intolerável. É como se acendessem todas as luzes da casa e a energia não conseguisse suportar. É uma pane”, explica Ana.

 

 

Tente outra vez

 

Se você fosse hoje ao trabalho pela primeira vez de bicicleta e caísse na rua durante o trajeto, voltaria pedalando no dia seguinte? Provavelmente não, certo? Já as crianças responderiam o contrário porque se arriscam mais.

 

Mas saiba que personalidade é formada com base nas experiências que vivemos até os 7 anos. Com isso, traumas de infância podem ter sérias consequências na vida adulta.

 

“Alguns pais apostam em situações e personagens assustadores na hora de educar os filhos sem saber que monstros podem ser, sim, a forma mais rápida de corrigir uma atitude, mas trazem problemas futuros”, diz Araceli. Isso explica porque uma criança com pais abusivos possivelmente se tornará um adulto medroso, introvertido e inseguro.

 

Durante a infância, somos movidos por curiosidades e desafios, então não avaliamos os prós e contras das atitudes. “Quando uma criança cai de bicicleta, logo se levanta e tenta de novo, mesmo com medo. A gente só começa a ponderar se vai doer ou se pode machucar o pé depois que cresce. Da mesma forma que adultos aprendendo um idioma têm medo de pronunciar errado, enquanto crianças falam de qualquer jeito, se arriscam, gesticulam”, compara Ana.

 

 

Essa diferença é importante porque são nos primeiros sete anos também que moldamos nossa autoestima, responsável pela forma com que lidamos com nossos medos e inseguranças. Por esse motivo, durante a adolescência, algumas pessoas se sentem perdidas, com medo de amadurecer e encarar os problemas da vida adulta, enquanto outras ficam ansiosas para crescer e viver essa experiência. “Indivíduos que têm autoestima elevada não se abalam com medo e fracasso, eles aprendem com isso”, explica a presidente do ISMA-BR.

 

 

Vai passar

 

Aprenda a lidar com seus medos, segundo a Associação Americana de Depressão e Ansiedade:

 

Respire: conte até dez e pratique a respiração diafragmática (quando o músculo do abdômen se expande junto com o do tórax).

 

Hidrate-se: quando estamos com medo, liberamos doses extras de hormônios como cortisol e adrenalina, que só saem do corpo pela urina, então beba água.

 

Mude o foco: em uma crise de medo, pense em algo que dê prazer.

 

Encare: se tem medo de cachorro, por exemplo, tente se acostumar com a ideia aos poucos – primeiro um bicho de pelúcia, depois um filhote, pequeno porte...

 

Qualidade de vida: seguir uma dieta saudável, dormir bem, meditar e praticar exercícios físicos ajuda a diminuir a ansiedade.

 

Compartilhe: divida com amigos e e, claro, procure um profissional se precisar.

 

 

O que é o que é?

 

Ansiedade: angústia por algo subjetivo, que ainda não aconteceu.

 

Medo: consequência da ansiedade, é uma reação ao que entendemos como perigo ou ameaça.

 

Fobia: medo excessivo e desproporcional de objetos, animais ou situações, como lugares fechados ou muito altos.

 

Fobia Social: medo exagerado e irracional de ser julgado ao encontrar pessoas em festas, reuniões ou falar em público.

 

TOC: pensamentos perturbadores que são aliviados ao repetir um ritual sem sentido lógico. Exemplo: acreditar que é preciso virar a maçaneta cinco vezes para evitar algo terrível.

 

Pânico: medo repentino da morte que surge em um momento sem razão específica. Acontece durante um pico de estresse.

 

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Estresse pós-traumático: lembranças de um episódio ruim que atormentam e podem causar pânico. Comum em vítimas de desastres naturais ou soldados pós-guerra.

 

G1

 

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