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Bizarro
02/04/2020

Conheça a bizarra e horripilante história do assassino da voz chorosa

Foto: Divulgação

As pistas eram as ligações que o homem fazia para o sistema de emergência da polícia confessando os seus crimes num tom afetado pelo emocional.

De um modo que vai totalmente na contramão de um crime, durante os anos de 1980 e 1982, os moradores da cidade de Minneapolis tiveram os seus dias e noites assombrados pela voz de um serial killer doentio que andava solto pela sociedade.

 

As pistas eram as ligações que o homem fazia para o sistema de emergência da polícia confessando os seus crimes num tom afetado pelo emocional.

 

A mídia prendeu a respiração no primeiro relato, porém quando o assassino continuou ligando para fazer mais confissões gráficas sobre os impulsos que não conseguia controlar, ele foi rapidamente apelidado de “O Assassino da Voz Chorosa”.

 

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Na invernal noite do dia 31 de dezembro de 1980, a jovem Karen Potack, de 20 anos de idade, estudante da Universidade de Stevens Point, estava numa balada com vários amigos comemorando a despedida daquele caótico ano de estudos com uma boa dose de diversão.

 

Os fogos foram disparados à 00h, como de costume, e todos celebraram, beberam e dançaram ainda mais. 1981 finalmente tinha chegado.

 

À 1h da madrugada, após a boate ter encerrado as suas atividades, as amigas de Karen Potack notaram que a garota não estava em lugar algum, porém imaginaram que ela já deveria estar em casa.

 

De fato Karen já havia saído e estava andando a uma curta distância do local numa rua paralela entre a Pierce Butler Road e a Syndicate Avenue, quando braços a imobilizaram por trás e ela foi arrastada.

 

Karen Potack foi atingida por várias vezes na cabeça com uma chave de roda até que desfalecesse. Então ela foi abandonada à própria morte sob o céu escuro de inverno.

 

Karen Potack sendo transportada do local do crimeKaren Potack sendo transportada do local do crime

 

Karen Potack sendo transportada do local do crime

 

Aproximadamente às 3h do mesmo dia, a central de emergência da polícia local recebeu uma ligação de um homem: “Por favor mandem uma ambulância para cá, tem uma garota ferida aqui”, informou.

 

A voz era de total desespero, embargada e quase infantil, de quem está confuso e arrependido ao mesmo tempo, embora nesta primeira ligação o assassino tenha simplesmente desligado o telefone quando foi indagado pelo operador sobre a sua identidade, sem confessar que na verdade era ele quem tinha machucado a garota. Aquele era só o início de um ciclo.

 

Quando os policiais chegaram com os paramédicos na cena do crime, Karen Potack estava de bruços, com os braços afastados do corpo, com a cabeça deitada numa espécie de halo que o seu próprio sangue fazia no chão.

 

Metade do cérebro da garota havia sido exposto por conta da violência dos golpes. Apesar disso, de alguma forma milagrosa, ela sobreviveu ao ataque, porém ficou com graves sequelas, sendo uma delas a amnésia.

 

Não fale, só escute

 

Kimberly Compton

 

No dia 3 de junho de 1981, um grupo de jovens caminhavam por uma área arborizada entre as ruas Superior Street e Oneida, em St. Paul, que davam para a estrada Interestadual 35E, quando eles se depararam com um cadáver.

 

Era Kimberly Compton, de 18 anos de idade, moradora do Condado de Pepin. Com um picado de gelo, a garota foi brutalmente esfaqueada por 61 vezes pelo corpo todo, principalmente no peito. Como complemento de seu sofrimento, depois de morta, ela também foi estrangulada com um cadarço.

 

Naquele mesmo dia, logo após a morte dela, o Assassino da Voz Chorosa ligou para a central da polícia: “Não fale, só escute. Eu lamento pelo o que eu fiz a Compton. Eu não consegui evitar. Eu não sei porque eu tive que a apunhalar”. O homem ainda acrescentou que ficava bêbado e acabava cometendo os assassinatos, mas que lamentava muito por isso e que nunca era a sua intenção. Ele prometeu que pararia, que faria de tudo para isso.

 

A polícia conseguiu rastrear a ligação e descobriu que ela tinha sido feita de um telefone público em um bar do outro lado da rua, próximo a um ponto de ônibus na 9th e St. Peter Street. Quando eles chegaram ao local, já não havia mais ninguém lá.

 

Dois dias depois que o corpo de Kimberly Compton foi encontrado, o assassino ligou novamente para o 911. “Eu que matei ela, Kimberly Compton. Eu não sei o que há de errado comigo. Eu estou doente. Eu vou me matar. Eu vou…”.

 

A ligação foi interrompida, mas vieram mais telefonemas depois desse, com o homem ainda se lamentando pelo assassinato de Compton. Apesar do poder das declarações, ainda não eram o suficiente para a polícia descobrir quem estava por detrás delas. Foi então que tiveram a ideia de disseminar as gravações das ligações para a mídia, contando com a ajuda do público para identificá-lo.

 

Em um dia, a polícia registrou cerca de 150 denúncias de possíveis identidades do autor dos crimes. Eles foram atrás de cada uma, porém nenhuma delas batiam. No dia seguinte, o assassino ligou para o 911 alegando que as notícias sobre as mortes estavam erradas. Depois ele se desculpou novamente sobre o que causou a Compton e desligou.

 

Mais lágrimas

 

Barbara Simons

 

No dia 5 de agosto de 1982, a enfermeira de 40 anos de idade, Barbara Simons, estava em um bar chamado Hexagon quando o seu futuro assassino lhe ofereceu um cigarro. Eles conversaram, beberam e dançaram juntos até que Barbara comunicou a uma amiga, a garçonete do local, que o homem a daria uma carona até em casa.

 

A polícia recebeu um telefonema já de madrugada. O Assassino da Voz Chorosa reafirmou: “Eu a esfaqueei 40 vezes agora. Eu não queria. Kimberly Compton foi a primeira. Eu não queria…”.

 

Na manhã seguinte, um jornaleiro que caminhava pelas margens do rio Mississippi encontrou o cadáver de Barbara Simons numa encosta entre as árvores e ramagens. A mulher foi mortalmente esfaqueada por bem mais do que 40 vezes.

 

A cena do crime de Barbara SimonsA cena do crime de Barbara Simons

 

A cena do crime de Barbara Simons

 

A polícia foi ao bar onde Barbara esteve antes de morrer para procurar testemunhas que pudessem fornecer informação sobre a aparência do assassino. Esse foi descrito como um homem branco de cerca de 40 anos de idade, 1.85 de altura, pesando por volta de 83kg, com cabelos escuros e um pouco calvo.

 

Conforme a polícia disparou numa busca para tentar localizar o assassino, ele se adiantou até Denise Williams, na cidade de Minneapolis. A garota de 19 anos de idade estava se prostituindo nas ruas quando foi abordada pelo homem, que pediu os serviços dela. Denise entrou no carro e eles partiram do local.

 

Denise WilliamsDenise Williams

 

Denise Williams

 

A garota, no entanto, só foi perceber que algo estava errado quando o homem entrou em uma rua sem saída. Antes que Denise Williams tivesse a chance de sequer reagir abrindo a porta do veículo, o homem investiu contra ela com uma chave de fenda, agredindo e a esfaqueando um total de 15 vezes.

 

Lutando pela vida, a garota alcançou com sucesso uma garrafa largada em baixo do banco e atingiu o assassino no rosto. Ele recuou de cima dela e Denise conseguiu abrir a porta e fugir, ainda que gravemente ferida.

 

Quem é você

 

 

Assim que voltou para a sua casa, o homem notou que o ferimento feito em seu rosto pela garota estava mais grave do que imaginava, pois não parava de sangrar. Sentindo-se fraco, ele telefonou para o Corpo de Bombeiros de St. Paul pedindo ajuda.

 

No mesmo momento, o operador da ligação notou que o desespero na voz do homem era muito semelhante a do assassino que a polícia estava procurando sem parar.

 

Quando rastrearam a ligação e chegaram a casa do homem, ele foi identificado como Paul Michael Stephani, de 37 anos de idade e divorciado. Paul cresceu na cidade de Austin, Minnesota, e se mudou para St. Paul em meados dos anos 60. Ele trabalhou como zelador de um hospital, balconista e também descarregador de caminhões em uma siderúrgica de ferramentas.

 

Segundo disse, ele não conseguia se manter em nenhum emprego devido aos ataques epiléticos que ele continuava tendo desde o seu último trabalho que exigira muito de seu físico.

 

No dia em que foi demitido pela enésima vez, ele conheceu Karen Potak. “Eu pensei em levá-la para tomar uma xícara de café, já que estava tão frio. Mas de repente algo aconteceu em minha mente, como se fosse um estalo. Foi então que eu perdi o controle”, declarou à polícia.

 

Paul Michael Stephani

Fotos: Reprodução

 

Stephani foi preso e foi considerado culpado pela agressão e tentativa de homicídio de Denise Williams e indiciado pelo assassinato de Barbara Simons.

 

Apesar de uma irmã do homem, a ex-mulher e um antigo colega de quarto terem confirmado de que a voz do Assassino da Voz Chorosa era a de Stephani, o juiz não conseguiu encontrar provas substanciais o suficiente para conectar o homem a isso e nem aos outros crimes, uma vez que a voz tinha sido distorcida pelo choro histérico.

 

Em 1997, no entanto, Paul Stephani confessou que matou Kimberly Compton, assim que ele descobriu que estava com câncer em fase terminal e tinha menos de um ano de vida.

 

“Até hoje eu não acredito. Acordo pela manhã esperando estar sonhando, mas eu digo a mim mesmo: ‘Não, Paul, você ainda está preso’. Gostaria de voltar no tempo”.

 

O homem relatou que desceu de um ônibus em St. Paul e foi até a Mickey’s Diner para tomar um café. Lá, ele conheceu Compton e falou que a mostraria a cidade. “Eu pensei em dirigir pelo rio e talvez fazermos um piquenique. Mas em 15 minutos, ela estava morta aos meus pés.”

 

Paul Stephani confessou todos os crimes, inclusive o de Kathy Greening, uma mulher encontrada afogada na banheira da própria casa e a quem o assassino não endereçou nenhuma ligação se lamentando sobre a morte que cometera.

 

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Condenado a 58 anos de prisão, em 1998, Paul Stephani morreu em sua cela na prisão Oak Park Heights. Por ele, ninguém se arrependeu. Por ele, ninguém derramou uma lágrima. Por ele, os familiares sequer atenderam o último telefonema carregando o seu nome.

 

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