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05/03/2020

Conheça a misteriosa história do desaparecimento das irmãs Grimes na década de 50

Foto: Divulgação

Barbara Jeanne Grimes, de 15 anos de idade, e sua irmã, Patricia Kathleen Grimes, de apenas 12 anos,

A década era a de 1950, bem no momento em que o mundo inteiro vibrava ao som das músicas do Rei do Rock, Elvis Presley, que mexia com os corações de milhares de pessoas com o seu charme e o seu som atemporal, sendo o responsável por atrair multidões para os seus shows.

 

Barbara Jeanne Grimes, de 15 anos de idade, e sua irmã, Patricia Kathleen Grimes, de apenas 12 anos, eram duas dos sete filhos de Joseph e Lorretta Grimes.

 

Elas eram consideradas inseparáveis por todos que as conhecia e também igualmente muito conscientes, apesar da idade que tinham. Estudantes da escola Thomas Kelly e St. Maurice, as irmãs Grimes também eram notadas pelo fascínio que nutriam pelo Rei do Rock e por serem fãs altamente empenhadas em sua obsessão em comum.

 

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Era dia 28 de dezembro de 1958, o último domingo do ano, e as irmãs conseguiram juntar alguns trocados para irem assistir pela 15° vez o filme “Love me Tender”, protagonizado pelo ídolo delas, que estava em cartaz no Teatro Brighton, em Chicago.

 

O local ficava a quase 2km da casa das garotas, no McKinley Park, e presume-se que elas chegaram até lá caminhando ou a pé para assistirem a sessão das 19h30 daquele dia.

 

Loretta Grimes acreditava que as filhas ficariam para a segunda sessão do filme, visto que não haviam chegado em casa no tempo estipulado. Mas quando deu 00h e não havia sinal das garotas, ela entendeu que algo estava errado.

 

Ela pediu para que os dois filhos mais velhos fossem esperar pelas duas no ponto de ônibus. Às 2h, ficou claro que algo grave havia acontecido com as garotas.

 

Numa época em que sequestros, assassinos em série e tantos outros crimes bárbaros não eram comuns, o sumiço das irmãs Grimes se tornou uma espécie de cubo mágico, só que de lados que não combinavam.

 

Grimes: a força-tarefa

 

A testemunha ocular, Dorothy Weinert, uma amiga de escola de Patricia Grimes, estava sentada atrás delas no teatro com a sua própria irmã e alegou ter visto as duas garotas por volta das 21h30, numa fila para comprar pipoca.

 

Dorothy foi embora, mas, aparentemente, as Grimes ficariam para a segunda sessão do filme. Ela não notou nada de diferente no comportamento de ambas.

 

Foi logo depois de a polícia colher o depoimento da garota, que uma das maiores investigações da história de Chicago teve início. As autoridades, os civis, cidades e condados entraram numa mobilização em massa para localizarem o paradeiro das irmãs Grimes, oferecendo o máximo de seus recursos de buscas.

 

Centenas de policiais e voluntários vasculharam os quatro cantos do Condado de Cook. Foram distribuídos 15 mil folhetos com recompensa de mais de U$ 1.000 por pistas e testemunhas.

 

Não demorou muito para que pessoas reportassem terem visto as desaparecidas por lugares distantes demais, como o Tennesse e Nashville, causando mais comoção ainda através dos meios de comunicação e deixando a sociedade em polvorosa.

 

Alguns adolescentes declararam terem visto as irmãs entrando em um carro modelo Mercury e dirigido por um jovem cuja aparência lembrava a de Elvis. Essas e outras alegações eram o máximo de pistas que existiam na época.

 

Enquanto isso, Loretta Grimes recebia milhares de cartas e telefonemas de pessoas que afirmavam estar na companhia de suas filhas. Ela chegou a responder algumas dessas pessoas por aconselhamento do FBI, mas se tratava sempre de uma mórbida brincadeira com a sua dor.

 


Foi aí que, de repente, o sumiço das meninas acabou se transformando num triste enredo de novela mexicana, com declarações exacerbadas e teatrais, fora as especulações.

 

Teriam Barbara e Patricia orquestrado uma escapada para se encontrem com o seu ídolo em um desses estados? Seria aquilo tudo uma inconsequência juvenil? Teriam elas se confundido com um dos milhares de sósias do astro?

 

A hipótese tomou proporções tão grandes que Elvis Presley foi a público para mandar uma mensagem para as irmãs, aconselhando que voltassem para a casa, em troca lhes oferecendo um encontro com ele, o verdadeiro.

 

Ainda assim, os esforços da polícia prevaleceram com o mesmo intuito massivo, mas eles já acreditavam que as duas haviam fugido mesmo. Loretta Grimes se recusava a acreditar nessa hipótese, afinal ela conhecia as suas filhas. E também tinha certeza que elas não iriam a lugar algum sem o rádio AM que ganharam de presente no Natal, por mais bobo que isso soasse.

 

1 mês sem música

 


Após um mês, as buscas pararam e os ânimos dos espectadores amorteceram. Então, no dia 22 de janeiro de 1959, com a neve esfarelando pelas ruas em consequência do degelo, um homem de nome Leonard Prescott avistou o que considerou se tratar de partes de um manequim despontando da neve enquanto enquanto dirigia pela estrada rural German Church Road, a leste de Willow Springs. Curioso, ele voltou para confirmar as suas suspeitas e acabou descobrindo que na verdade se tratavam de dois cadáveres, nus, de cara para o gelo. Eram as irmãs Grimes.

 

Barbara estava caída de bruços com as pernas erguidas em direção ao tronco e Patricia estava deitada de costas e com o corpo cobrindo a cabeça da irmã, como se uma tivesse sido jogada sobre a outra.

 

Haviam arranhões em seus rostos, provavelmente causados por animais silvestres. A autópsia atestou que as garotas estavam mortas há duas semanas, mas que tiveram os cadáveres não só ocultado dos olhos de todos, como também preservados pelo montante de neve.

 

À princípio, os legistas não identificaram sinais de que as Grimes tivessem sido assassinadas. Não haviam traumas por força contundente. Haviam sinais de relações sexuais em Barbara, mas nada que indicasse se teria sido algo consentido ou não. Não foram identificados ferimentos por objetos cortantes, bala ou marcas de estrangulamento, tanto quanto hematomas de ordem fatal. Nenhum traço de droga ou álcool também.

 

No entanto, era impossível que as garotas tivessem morrido por qualquer circunstância que não fosse por assassinato. Por isso, os médicos concluíram que, por algum motivo diabólico, o perpetrador do ato era especializado o suficiente em não deixar traços óbvios.

 

Sob a lente de uma controladora mídia da década de 50, o caso tornou a explodir, de maneira desassossegada, pior que a primeira vez. Numa sociedade que não estava habituada com esse tipo de acontecimento, a morte das Grimes virou manchete de terror e rapidamente o assassino se tornou uma ameaça nacional.

 

Grimes, Grimes, Grimes!

 


Tudo foi interrompido e nada era noticiado que não se tratasse do assassinato das irmãs. Elas foram transformadas em jovens inconsequentes que foram se aventurar com um ou mais desconhecidos, numa jornada envolvendo fanatismo e sexo que culminou num fim trágico.

 

Eles imprimiram relatos obscenos e mentirosos sobre o que as garotas fizeram e como acabaram na neve. Inventaram testemunhas e deslegitimaram vários aspectos da investigação. No funeral, eles não respeitaram o luto e fizeram da cerimônia um circo dos horrores, colhendo depoimentos e fazendo alegações inverídicas ou tendenciosas.

 

A polícia se mobilizou para executar uma das maiores investigações coordenadas. Eles interrogaram 300 mil pessoas, sendo 2 mil delas sob sério potencial de culpabilidade.

 

Contudo, vários que foram presos e acusados confessaram que foram submetidos a declararem envolvimento através de coerção. Comprovando, assim, que o frenesi doentio da mídia havia contaminado outras esferas.

 

O caso saiu tanto fora de controle que se tornou um jogo as pessoas surgirem para confessar o assassinato, apenas para tentar ganhar algum tipo de atenção perturbadora.

 

Apenas um, no entanto, chamou a atenção dos investigadores. Um homem de voz sarcástica ligou para Loretta Grimes antes de os corpos das garotas serem encontrados na rodovia e deu detalhes que batiam com os divulgados posteriormente pelos médicos. Mas nunca foram capazes de rastrear o sujeito.

 

Os poucos e únicos

 

Fotos: Reprodução


Os investigadores conseguiram traçar uma conexão que começava a partir de um ano antes do ocorrido. A poucos quilômetros de onde as garotas foram encontradas, dois irmãos e um amigo foram espancados, mutilados, despidos e jogados na rodovia.

 

Um ano depois do assassinato das Grimes, Bonnie Leigh Scott, de 15 anos, foi descoberta nua e morta no acostamento de uma estrada, também não muito longe das irmãs. Com marcas não fatais pelo corpo, a causa da morte da garota também foi definida como indeterminada pelos legistas.

 

Um homem chamado Charles Melquist acabou sendo preso por um outro crime e teria confessado voluntariamente o assassinato de Bonnie. Com ele, foi encontrado um caderninho com vários nomes de garotas, porém, ainda que não constasse os nomes das Grimes, a maioria deles eram de crianças que eram vizinhas delas ou que moravam no mesmo bairro. Ele nunca confessou algum envolvimento com a morte das irmãs e nada jamais foi encontrado que o conectasse substancialmente ao caso.

 

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O assassinato de Barbara e Patricia Grimes esfriou como a neve que preservou os seus corpos e contagiou o coração de Loreta Grimes, que morreu sem saber o que aconteceu naquela noite, ensurdecida pelo vazio semelhante ao que Elvis Presley deixava depois que pedia para que o amassem ternamente.

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