28 de Marco de 2024 - Ano 10
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24/03/2020

Contágios de HIV diminuem no mundo, mas crescem 21% no Brasil

Foto: Reprodução

Enquanto isso, presidente Jair Bolsonaro segue sem dar a devida atenção às políticas públicas de combate à doença

Dizem que o presidente é o reflexo de um país, não é? Lembram que diversas vezes (mesmo antes de se tornar o líder do Executivo) o senhor Jair Bolsonaro afirmou em entrevistas que "o Brasil não deve gastar dinheiro com soropositivos"? Pois então, dados recentes do Programa das Nações Unidas para o HIV/Aids mostram que no Brasil, ao contrário do resto do mundo, cresceu o número de infectados pelo vírus.

 

O relatório mostra um aumento de 21% no índice, entre 2010 e 2018, enquanto a América Latina cresceu 7% e em outras partes do planeta - graças a políticas públicas contra o avanço da doença - o nível de contágio foi para o negativo. E não é novidade que para conter e diminuir esses índices é preciso um foco especial nos homens homossexuais e nas mulheres trans.

 

É claro que os números foram coletados fora do período de governo de Bolsonaro. Mas o que é que o atual presidente tem feito a respeito do assunto desde que foi eleito? Bem, ele excluiu o termo "Aids" do departamento nacional que cuida das IST . Mesmo que ele garanta que estratégias de combate à doença serão aplicadas, a retirada do termo revela uma certa falta de compromisso com a vida das pessoas que carregam o vírus (não só os LGBTs).

 

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O HIV não ataca pessoas por orientação sexual, gênero, idade ou raça. Combater o vírus é um caso de saúde pública. O presidente não vê que tratar pessoas já infectadas reduz a carga viral de maneira que esta fica indetectável, evitando assim novas transmissões. Mas o que tem se visto da atual gestão é um Sistema Único de Saúde (SUS) ainda mais abandonado e com verbas menores ainda.

 

Colegas ativistas aí no Brasil me dizem que em alguns estados não há abastecimento de medicamentos para prevenção do contágio e mesmo os de tratamento para portadores do vírus. Lembrando que o país sempre foi referência mundial com seu programa gratuito.

 

Esta semana, o Ministério da Saúde suspendeu contratos com 18 laboratórios fabricantes de medicamentos para pacientes com HIV , câncer de próstata e de mama, Hepatite C, mal de Parkinson, entre outras doenças que fazem parte do tratamento gratuito oferecido pelo SUS. Estima-se que mais de 30 milhões de pessoas sejam afetadas.

 

A pasta informou que os contratos foram suspensos por irregularidades dos laboratórios e que os pacientes não serão prejudicados com a falta de remédios. O Ministério diz que as drogas serão compradas de laboratórios particulares. Mas não diz quando ou quais empresas fornecerão os medicamentos.

 

Se quando eles economizavam com os outros laboratórios, os postos já não eram abastecidos, imaginem... Será que o presidente vai esperar um novo relatório das Nações Unidas (agora, durante seu governo) para entender a urgência da situação?

 

Prep

 

embalagem e comprimidos da Truvada (Prep)

 

Enquanto isso, durante uma conferência sobre o HIV realizada no México, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não é mais necessário o uso diário contínuo do Prep, medicação de via oral para prevenir o contágio do vírus HIV.

 

Aqui na Tailândia - onde o fácil acesso ao Prep é associado à queda grande no número de contágios -, a orientação é que o uso do comprimido continue a ser diário e contínuo. A eficácia do tratamento chega a quase 100%, o que o torna uma das principais apostas para conter o avanço do HIV/Aids no mundo atualmente.

 

Aí no Brasil, o Ministério da Saúde diz que a recomendação da OMS ainda está em análise quanto à eficácia, efetividade, segurança e aspectos operacionais. Segundo nota, afirma que, caso os resultados sejam positivos, a medida poderá ser adotada no Brasil. Lembrando que mesmo com a eficácia do Prep confirmada, a camisinha ainda é a maneira mais garantida de se prevenir.

 

Justiça libera gays de doarem sangue no RN

 

 enfermeira segura bolsa de sangue com cores do arco-íris

 Fotos: Reprodução

 

Indo na contramão do retrocesso no país, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) decidiu que homossexuais podem doar sangue no estado. A decisão ocorreu por conta de uma ação judicial de 2010, na qual um rapaz foi impedido de doar sangue por ter se revelado gay em entrevista reservada com médica.

 

Naquele ano, o TJRN já tinha julgado inconstitucional a portaria da Anvisa sobre o assunto. O desembargador na época afirmou que impor uma restrição pela orientação sexual fere a dignidade e o próprio direito de ser do homem.

 

Contra LGBTfobia no futebol


Manifestações LGBTfóbicas e gritos como "viado" e "bicha" durante jogos de futebol serão punidos gravemente. Protocolo enviado para a FIFA na semana passada destaca que o quadro de arbitragem deve fiscalizar e identificar atos discriminatórios nos estádios. Em casos extremos, a partida pode ser interrompida ou até suspensa, assim como o clube envolvido pode ser multado, perder pontos ou até ser rebaixado de divisão.

 

Pastor nega funeral a pai de homossexual


Para vocês verem até onde vai a intolerância em algumas igrejas. Um pastor recusou fazer o funeral de um homem no Tenesse (EUA) só porque o filho dele é gay. Jessie Goodman, filho do falecido, disse que ter o funeral realizado na primeira igreja onde esteve na vida, a Lee's Chapel Baptist, era um de seus últimos desejos, que infelizmente não foi atendido graças ao preconceito. "Não sou eu no caixão, é meu pai! Estão punindo meu pai por mim?”.


É essa igreja que prega o amor?


Não se sabe quando esse vídeo foi gravado, mas ele veio ganhar repercussão na internet nos últimos dias. E só posso dizer uma coisa: Nojento! Nele, o pastor Tupirani da Hora Lores, da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, aparece fazendo uma pregação que, na verdade, é uma sucessão de ofensas à comunidade LGBTQI+.


Nas imagens, o líder religioso nos chama de "aberração" e que os fiéis "podem e devem discriminar homossexuais", porque "é o que a Bíblia diz". Ele ainda critica empresas e instituições de ensino que respeitam a diversidade: "“Homossexualismo é possessão demoníaca e fica essa mentalidade de que é normal dentro dos colégios”.  

 

 

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Não vai demorar muito para esse cara ser (se já não foi) alvo da Justiça. Só lembrando, galera, que LGBTfobia é crime no Brasil. Discursos que estimulam o ódio e a discriminação não podem ser legitimados nem mesmo por crenças religiosas. E eles ainda dizem que a igreja é um lugar onde se prega o amor.

 

iG

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