Escola de Curitiba em março, pouco antes do governo suspender as aulas como medida de contenção da transmissão do novo coronavirus.
O pesquisador Gustavo Henrique Moraes, coordenador-Geral de Instrumentos e Medidas Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), avalia que a crise gerada pelo coronavírus deverá afetar todas as áreas da educação nacional.
"Com certeza haverá impacto [da crise do coronavírus] em todas as áreas da educação nacional", afirmou o pesquisador do Inep.
A avaliação foi feita durante a divulgação do relatório do 3º Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação. O texto aponta que, mesmo antes da crise, o desempenho do Brasil teve retrocessos e metas descumpridas.
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No entanto, o pesquisador disse que ainda é cedo para prever qual será o real impacto da pandemia na área. "A gente não tem uma previsão de como será o impacto."
Durante a coletiva, Alexandre Lopes, presidente do Inep, também afirmou que já é possível perceber reflexos da crise econômica no Ministério da Educação.
“O MEC se enfraquece um pouco diante da questão fiscal que o Brasil vive”, disse Lopes, sem citar exemplos das áreas que estariam mais enfraquecidas. Ele também não quis comentar o situação do Ministério, que segue sem a nomeação de um novo ministro.
Metas do PNE pouco avançaram
Mesmo sem refletir o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro e a crise da pandemia, o relatório do 3º Ciclo de Monitoramento das Metas do PNE mostrou que das 20 metas previstas para serem atingidas entre 2014 e 2024, o Brasil cumpriu somente uma, refente à formação de professores do ensino superior.
"A proficiência [aprendizado] na educação é um dos principais problemas que precisamos encarar na educação brasileira", destacou o pesquisador Moraes.
O pior resultado, segundo o coordenador do relatório, foi em relação à meta que estipula que pelo menos 25% das matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) seja integrada à educação profissional.
"Aqui está nosso pior indicador: apenas 1,6% de matrículas de jovens adultos estão integradas à educação profissional”, afirmou Moraes.
Entre os destaques apresentados durante a coletiva desta quinta-feira, estão:
31 de 37 indicadores usados no plano tiveram nível de execução inferior a 60%
Mais de 21% dos indicadores retrocederam
Nos últimos anos, Brasil retrocedeu principalmente nos números do ensino integral e nos gastos com educação
A única meta integralmente atingida é a que se refere à formação de professores do ensino superior, meta que, na verdade, já havia sido cumprida em 2018.
O presidente do Inep afirmou que, sozinho, o MEC não conseguirá executar todas as 20 metas do PNE até 2024.
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"As metas [do PNE] não são metas que somente o MEC sozinho poderia fazer. As metas envolvem estados, municípios, universidades, institutos federais, são muitos atores envolvidos", afirmou Lopes.
G1