Angelina comemora gol sobre a Argentina, em amistoso pela seleção brasileira
A timidez esteve ao lado de Angelina desde as categorias de base. Mas há pouco mais de três meses, a meio-campista precisou subir em uma cadeira de restaurante na Espanha para se apresentar diante de mais de 20 pessoas. Era a cerimônia de “batismo” na seleção brasileira feminina.
- Fala o nome, de onde você é e tem que cantar ou dançar. Eu cantei um louvor. Era promessa - lembra a atleta.
Aos 21 anos, Angelina emendou a terceira convocação com a técnica Pia Sundhage - e marcou o primeiro gol dela no amistoso contra a Argentina, na última sexta-feira. Agora, disputa o segundo duelo, às 16h desta segunda-feira - com transmissão na Globo e no SporTV.
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Apesar da pouca idade, a meio-campista veste a camisa 8 na amarelinha. Uma responsabilidade de peso. Afinal, tornou-se herdeira de Formiga - que despediu-se nas Olimpíadas de Tóquio, após 25 anos dedicados à seleção.
“Fico feliz de saber que estão podendo chegar com uma estrutura bem melhor do que quando eu comecei. Essa é nossa vida. A gente trabalha sabendo que o que está melhorando no momento, é para quem está vindo atrás. Passei meu bastão."
— conta Formiga.
Angelina nasceu em Nova Jersey, nos Estados Unidos, mas tem dupla nacionalidade - por conta dos pais brasileiros. Mudou-se para o Brasil ainda aos quatro anos e teve o primeiro contato com os campos em uma escolinha de Jacarepaguá - na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A carreira de atleta, no entanto, começou pelo Vasco (na base) e no Santos como profissional, em 2017. Foi uma época em que Angelina chamou a atenção da CBF - sendo convocada para dois Mundiais de base. Em especial o Sub-20 de 2018, com o técnico Doriva Bueno.
O que mais me chamou a atenção nela foi a dedicação e capacidade de aprendizagem. Era bem tímida, mas muito concentrada e atenta nas informações. Com o grupo, sempre buscando a harmonia. Uma líder nata."
— diz Doriva.
Doriva ainda conta que Angelina pouco se comunicava e essa era uma das coisas que precisava melhorar. Mas as convocações naquele momento foram determinantes para a meio-campista escolher a seleção brasileira - ao invés dos Estados Unidos.
- Eu tinha 14 anos na minha primeira convocação. Quando vesti a camisa, não consegui resistir - lembra a atleta.
Angelina chegou às Olimpíadas de Tóquio sem nunca ter passado pela seleção principal - porque não atuou nos dois amistosos preparatórios, contra Rússia e Canadá, na primeira convocação.
Expoente da nova geração, ela faz parte dos planos de renovação da técnica Pia Sundhage. Mas foi pega de surpresa ao receber a camisa 8 - na primeira chamada desde a despedida de Formiga.
“Formiga vai ser eterna para a gente. Ela representa muito aqui. Tive o privilégio de jogar com ela, pelo menos um pouquinho. Aprendi demais. Sempre transmitiu essa vontade de vencer com a gente e isso sempre vou levar comigo.”
— conta Angelina.
Formiga em ação contra a China, na estreia da seleção feminina nos
Jogos de Tóquio (Foto: PABLO MORANO)
A escolha dos números faz parte da estratégia de Pia para manter o ímpeto de liderança da meio-campista. Tanto que Angelina herdou também a braçadeira de capitã de Érika - no segundo tempo do amistoso contra a Argentina.
- Os números para mim são muito importantes. Acredito que seja importante para ela também. Acredito que ela tenha um excelente futuro pela frente - afirma Pia.
Mas a camisa 8 não está garantida, segundo Angelina. Porque não há cadeira cativa na seleção brasileira. Agora, iniciando o novo ciclo com a amarelinha, a meta da meio-campista é seguir com a honra de carregar o número de uma referência no futebol feminino.
Angelina em Brasil x Argentina, amistoso na Paraíba
(Foto: Talita Gouvêa)
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"Seria um privilégio. Quando cheguei na seleção, para mim foi um sonho realizado. Agora o que muda acho que é a questão da experiência. Mas o frio na barriga... isso não perde nunca."
— diz Angelina.
Fonte: GE