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27/09/2020

Disputado em 'Laços de família', Gianecchini afirma ser rejeitado no amor: 'É complexo alguém carregar esse pacote que eu virei'

Foto: Reprodução

Reynaldo Gianecchini

 Cercado de expectativas e temores, como o bug do milênio e o fim do mundo, o ano 2000 inspirou profecias que acabaram não se realizando. Mas, para Reynaldo Gianecchini, definitivamente, foi um tempo de mudanças radicais. O rapaz de Birigui (SP), que tinha acabado de voltar ao Brasil após uma longa temporada modelando pelo mundo, decidiu se casar e se dedicar à carreira de ator. Mal sabia ele o que o esperava...

 

— Uma amiga foi se consultar com um pai de santo em Salvador, na época. Do nada, o sujeito me descreveu a ela, pedindo para eu ir lá. Pintou uma viagem a trabalho, e eu fui ao encontro do homem, que me disse: “Pedi para você vir aqui porque precisava alertá-lo. Esqueça essa vida que você tem agora. Vai acontecer uma virada que você não pode imaginar. Vejo muitos olhos em cima de você”. E me deu um banho de ervas, afirmando que seria muita energia vindo na minha direção. Eu não fazia a mínima ideia do que ele estava falando — lembra.

 

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Até hoje, duas décadas depois, aquele que viria a se tornar um dos maiores galãs da TV nacional se mostra admirado com os rumos que sua vida tomou, num curto espaço de tempo:

 

— Seis meses após essa previsão, eu estreei no Teatro Oficina, do Zé Celso (Martinez Corrêa, diretor). Mais seis meses, na TV, numa novela das nove, como protagonista de Manoel Carlos. Como se não bastasse, eu, que era alguém muito reservado, do interior, me tornei uma pessoa pública da noite para o dia. Tive que encarar a transformação e ficar superexposto. Acho que aquele primeiro ano foi o de maior assédio da minha vida. Afe, Maria! Minha história foi muito rápida, uma coisa de “Cinderelo”.

 

Reynaldo Gianecchini

Foto: Reprodução


A carinha de príncipe do Edu de “Laços de família” não nega o conto de fadas. Com a volta da novela à Globo, no “Vale a pena ver de novo”, e ao Globoplay, o público tem se encantado novamente pelo estudante de Medicina que se apaixona perdidamente por uma mulher mais velha, linda, loura e inteligente. Qualquer semelhança com a realidade daquele tempo seria mera coincidência?

 

— Eu não tinha experiência alguma com atuação, era totalmente “verde”, mas entendia como se sentia o personagem porque eu era um pouco Edu, né? Quando jovem, achava mais interessante me relacionar com pessoas de mais idade. E aí me apareceu uma mulher daquele nível, tão “uau” como a Marília (Gabriela, jornalista). Fiquei alucinado! Casar foi uma decisão radical para mim, um cara livre, que sempre amou levar uma vida cigana. Tenho muito amor por essa relação até hoje — conta Giane, que se separou em 2006.

 

Alvo de comentários preconceituosos relacionados à diferença de idade entre os dois (Marília é 24 anos mais velha que ele) e à orientação sexual do ator (que, recentemente, se afirmou pansexual), o romance também resistiu aos burburinhos em torno dos beijos ardentes que Giane e Vera Fischer trocavam em cena, naquele ano 2000.

 

— Não era confortável, claro, por mais que Marília também fosse atriz e entendesse. Eu também não gostaria de ver minha mulher beijando daquele jeito. Mas ela lidou muito bem, a gente tinha muita segurança. Eu estava 100% no casamento, mas muita gente criou historinha, fofoca... — observa.

 

Giane teve um relacionamento com a jornalista Marília Gabriela

Foto: Reprodução


Se os julgamentos alheios incomodavam o então novato, a autocrítica era ainda mais pesada:

 

— Sofria horrores me assistindo na TV, quase que com um chicotinho na mão. Eu era mais feroz comigo mesmo do que qualquer outra pessoa. Quando jovem, levava as coisas muito a sério. Pensava: “Eu não sou bom, meu mundo acabou”.

 

A proximidade com o autor Manoel Carlos trazia conforto a Giane, acompanhado de um certo constrangimento.

 

— Maneco não só me deu a enorme chance de estrear nessa obra-prima, como criou laços comigo e me acolheu em sua família. Eu já morava aqui no Leblon e frequentei muito a casa dele. Ele me chamava para assistir aos capítulos lá, e eu morria de vergonha! Numa dessas reuniões, me contou como eu tinha sido escolhido para o papel: reuniu a mulherada toda de casa, exibiu os testes dos candidatos e pediu para elas escolherem quem seria o Edu. Fui unanimidade — conta, orgulhoso, citando que o personagem teria sido pensado para Fabio Assunção: — Por algum motivo, ele não pôde fazer.

 

Quem também teve a sua grande chance na novela foi Juliana Paes. A atriz foi apresentada para todo o Brasil como Ritinha, funcionária da mansão de Alma (Marieta Severo), tia de Edu. A empregada era constantemente assediada pelo marido da ricaça, Danilo (Alexandre Borges).

 

— Lembro o nosso primeiro dia de gravação: eu e ela sentados na escada, vendo o povo preparando a parafernália. E nos sentindo pequenininhos — detalha Giane, que só foi reencontrar a colega em cena no ano passado, em “A dona do pedaço”: — Foi especial trabalhar de novo com a Ju. Ela tem um carisma absurdo, é ótima atriz e muito agradável no set.

 

Com a veterana Marieta, o ator voltou a dividir cena em “Verdades secretas” (2015), sucesso de Walcyr Carrasco. De tia que pegava no pé do estudante de Medicina, ela passou a amante do ex-modelo interpretado por ele.

 

— Marieta agora era meu par, a gente se beijava, tinha momentos fortes. Nos bastidores, nossa relação sempre foi de muito carinho — afirma o paulista, já escalado para “Verdades secretas 2”.

 

Giane reencontrou com Marieta Severo em


A continuação da trama foi um dos projetos profissionais adiados pela pandemia. O mesmo aconteceu com a estreia no teatro de “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”, com Letícia Spiller.

 

— Quando o coronavírus ficou incontrolável, tive que abortar as minhas férias. Estava viajando por vários lugares do mundo, meu último destino foi o Chile. Precisei voltar rapidamente, porque já estavam fechando os aeroportos — conta o artista, que completou seis meses sem colocar os pés na rua: — Trouxe minha mãe (Heloísa, de 78 anos) e uma de minhas irmãs (Claudia, de 52) para me fazerem companhia. Sempre lidei bem com a solidão, mas tenho agradecido por não estar só neste momento. Acho que não existe psicológico no mundo que aguente tanto tempo totalmente isolado.

 

Dona Heloísa e Claudia, aliás, ajudaram o ator na elaboração das fotos para a Canal Extra:

 

— Sentei com elas e propus fazermos em conjunto. Minha mãe falou: “Acho que (para falar de laços de família) tem que ser uma imagem que passe sensibilidade, afeto, raridade... Daí pensou numa flor. Minha irmã saiu em busca, encontrou uma rosa azul, que é algo atípico, e trouxe para os cliques.

 

Reynaldo Gianecchini em ensaio exclusivo para a Canal Extra

Foto: Arquivo Pessoal


Nesse período a três — ou melhor, a cinco, já que têm a companhia do simpático casal de buldogues franceses Mano e Mafalda, famosos no Instagram de seu dono —, Gianecchi descobriu na dança solo e livre uma nova forma de se exercitar fisicamente. E tem se dedicado a um novo prazer:

 

— Estou fazendo aulas de canto online. Venho recebendo alguns convites para musicais. Claudia Raia me chamou para “Cabaré”. Estava tudo certo. Mas aí, dois dias antes de eu começar a ensaiar, descobri que estava doente (com câncer, em 2011). Por isso, inclusive ela foi a primeira pessoa a saber.

 

Por estar somente dentro de casa, o bonitão deu um tempo nos cuidados com a aparência: não tem cortado nem pintado o cabelo. O resultado é um visual naturalmente grisalho e um tanto desarrumado, que lhe confere um charme extra.

 

— Amada, eu estou o próprio homem das cavernas — justifica o hábito de se fotografar de gorro ou boné nos últimos tempos: — Mas eu estou curtindo... Gosto de viver o que tem para o momento.

 

Na quarentena, Gianecchini deixou os cabelos grisalhos

Foto: Arquivo Pessoal


De frente ora para o espelho, ora para a TV, ele confessa: o que enxerga hoje lhe agrada mais.

 

— Eu me acho mais bonito e me gosto muito mais agora do que na época de “Laços de família”.

 

A beleza rendeu a Giane o rótulo de galã.

 

— Sempre senti que eu tinha que pagar um pedágio por ser bonito. Acho que, quanto mais velho eu ficar, mais vão reparar no meu trabalho. Eu também busco o belo, mas não o óbvio. E a verdade é que nunca me senti tão bonito quanto sempre falam. A fantasia da TV tem grande culpa nisso, porque antes de ficar famoso eu saía às ruas e ninguém ficava: “Nossa, que cara lindo!” — afirma Giane, entregando, pasmem!, que já foi muito rejeitado amorosamente: — Até porque, amada, esse pacote que eu virei é bem complexo de carregar. Poucas pessoas encaram o que eu represento, tudo o que vem comigo por ser uma pessoa pública. Acredite: é mais difícil do que fácil de acontecer.

 

Giane e os cães

Foto: Arquivo Pessoal


“Solteiríssimo”, como ele define seu status atual, o ator diz que não engrenou nenhum romance virtual nos últimos meses.

 

— “Amor de quarentena”, só o da microficção por WhatsApp de que eu participei — brinca o escorpiano, que completará 48 anos no próximo dia 12 de novembro: — Meu signo é dito de muita intensidade, mas de extremos. Então, pode rolar um período hipersexual e um de hibernação.

 

Sexualidade é tema em que prefere não tocar.

 

— Eu já falei o que tinha pra falar. É um assunto que vai longe, e as pessoas insistem em tratá-lo de uma forma muito pequena — explica, desculpando-se, gentilmente, pela recusa.

 

Paternidade é outra questão que lhe trouxe dor de cabeça. Há dois anos, era noticiado que o ator teria acordado ter um filho com uma amiga por inseminação artificial.

 

— Nunca aconteceu essa história. Cadê essa criança? — rebate, aos risos, contando que esse nunca foi um projeto: — Ter filhos é algo que acontece ou não na vida da pessoa. A princípio, não tenho vontade de fazer uma produção independente. Existe uma romantização de que é lindo ter um filhinho. É lindo mesmo. Mas tem todo um outro lado que é criar uma criança nesse mundo difícil. E aí a pergunta é: você está disposto a pôr a mão na massa para criar um ser incrível neste planeta? O que eu vejo muito é gente delegando para as babás ou surtando. Paternidade é um processo cármico. Se não acontecer, talvez você não tenha esse carma.

 

E casamento, Giane, está nos planos?

 

— Como tenho alma cigana, está tudo certo em estar sozinho. Gosto muito de liberdade. Mas é lindo ter um amor. Fui casado por quase nove anos e adorei. Só que tem que ser muito forte. Enquanto essa pessoa não aparece, vou vivendo como gosto.

 

E o jeito de que ele mais gosta é no anonimato:

 

— Essa parte da superexposição não é confortável. Não reclamo de nada, minha vida é muito boa. Mas sinto falta de dar uma sumida. Faço isso quando viajo para fora do país. Meu programa favorito é sentar num banco de praça ou num café. O prazer maior está em observar, não em ser observado.

 

‘A língua a mais é o de menos’


Nos últimos dias, com a reprise das primeiras cenas de beijo entre Edu e Helena, a internet se incendiou. Repercussão que, na época, não chegou tão diretamente até os atores, já que as redes sociais não eram uma realidade absoluta. Agora, da posição de telespectador, Giane tem se divertido com os comentários e repostado alguns em seus stories. Ele entrega que também fica impactado com o que tem visto na telinha.

 

— Preciso dizer que é ousado, até para os tempos de hoje. É um tipo de beijo que você não vê muito na TV, discutível entre os puritanos. Tem gente que acha de mau gosto, tem quem se constranja... Eu entendo. Vai muito da falta de liberdade de quem está assistindo. Mas acho que o despudor passa uma verdade naquele casal — opina ele, ponderando: — Ao mesmo tempo, não vejo nada demais. Mas olha como mexe com as pessoas...

 

Primeiro beijo de Helena e Edu

Foto: Reprodução / TV Globo


Giane conta que não conversou com Vera, na época das gravações, como seriam os tais beijos, aparentemente nem um pouquinho técnicos:

 

— A gente não combinou nada. Eu me pus no lugar desse garotão apaixonado pela mulher deslumbrantemente linda. Achei que esse rapaz faria isso, desse jeito (risos).

 

Beijo de Edu e Helena

Foto: Reprodução / TV Globo


A cena da primeira “pegação” entre os personagens, na porta da casa dela, foi a que mais marcou Giane. Durou nada menos do que dois minutos no ar, do momento em que os lábios se encontraram até a despedida, com uma ópera tocando ao fundo, para aumentar o clímax. O ator conta os detalhes dos bastidores:

 

— Quando a gente terminou o beijo, o estúdio ficou em completo silêncio por dez segundos. Pensamos: “Será que foi bom isso?”. E aí o Ricardo Waddington (diretor) veio e comentou: “É, foi quente, né?”. E todo mundo riu. Agora, assistindo, eu percebi o magnetismo. Tinha um ímã ali, parece que eles não queriam se desgrudar.

 

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O ator comemora toda a repercussão em torno do casal:

 

— A língua a mais é o de menos. A verdade da cena, os personagens pulsando, é o que conta. Você em casa começa a pulsar junto.

 

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