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Arte e Fama
17/05/2022

Eles têm a força: o novo mundo dos poderosos influenciadores digitais

Foto: Reprodução

Pirâmides financeiras, sorteios ilegais e a divulgação de produtos medicinais sem eficácia comprovada são apenas alguns dos exemplos dos riscos causados por alguns influenciadores digitais.

 

A abrir as redes sociais e dar de cara com celebridades e anônimos promovendo roupas, receitas, cursos de finanças, vitaminas milagrosas e remédios para emagrecer é uma cena cada vez mais comum. As redes sociais, principalmente o Instagram, viraram palco para uma profissão muito popular, mas sem qualquer fiscalização: os influenciadores digitais. Se no passado as campanhas publicitárias eram estreladas apenas por grandes nomes da TV, no mundo digital as coisas mudaram. Qualquer pessoa com acesso à internet tem potencial de se tornar um influenciador — basta conseguir um bom número de seguidores.

 

De acordo com José Maurício Conrado, professor de Marketing e Teoria da Comunicação da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a atividade é tão desejada que já é comparada a de jogador de futebol. “Ser contratado por um grande time representa uma melhor condição financeira. O mesmo acontece com as redes sociais.

 

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As pessoas querem ser famosas para poderem monetizar essa influência”, diz. Enquanto celebridades consagradas como Bruna Marquezine, Anitta e Neymar promovem somente grandes marcas, existe um universo de profissionais menos conhecidos, mas que também possuem alto poder de engajamento, como humoristas, esportistas e ex-participantes de reality shows. Alguns divulgam produtos de qualquer natureza – e é aí que mora o perigo.

 

Uma das práticas mais comuns é o sorteio ou venda com descontos duvidosos de itens de alto valor, como aparelhos celulares e computadores. O influenciador geralmente pede que o público marque a conta de amigos e passe a seguir contas parceiras para ter o direito de ganhar o prêmio ou o desconto.

 

O problema é que a distribuição de brindes em sorteios ou a realização de concursos por pessoas físicas – e não jurídicas – é ilegal no País. Muitos perfis também usam sites específicos para sortear os “números”: outra derrapada, pois a única forma de fazer sorteios nesse estilo no Brasil é por meio da Loteria Federal.

 

Apesar de parecerem inocentes, os produtos nunca são oriúndos das revendedoras oficiais e, na maioria das vezes, não vêm com nota fiscal da loja, mas apenas com a garantia do fabricante. Isso pode ser visto como importação ilegal ou até lavagem de dinheiro.

 

O ator e cantor Arthur Aguiar foi criticado por seus fãs ao realizar recentemente uma promoção dessa natureza, estratégia usada geralmente por pessoas que não têm a mesma fama do cantor. A esposa de Aguiar, a polêmica “coach de emagrecimento” Maíra Cardi, se pronunciou a favor do marido, dizendo que ele tem diversos contratos publicitários e que o sorteio era apenas uma maneira a mais de ganhar dinheiro.

 

“O valor do sorteio é bem maior que de um apartamento top”, disse ela em um vídeo no Instagram em que tentava justifiar a prática. Famosas como Rafa Kalimann, Jojo Toddynho e Carla Diaz já tiveram seus nomes ligados à propaganda enganosa por causa da promoção de celulares. Porém, a fiscalização é rara e as promoções acontecem com frequência.

 

A busca por corpos irreais é outro problema: quando os influenciadores vendem dietas ou produtos milagrosos, nem sempre se preocupam em consultar professores de educação física ou nutricionistas. A chance de cair em propaganda enganosa – e quem sabe até prejudicar a própria saúde – é enorme.

 

A Austrália será o primeiro país que deve regulamentar a profissão de influenciador digital. Os profissionais que trabalham com saúde, bem-estar, finanças pessoais e criptomoedas passaram, a partir do começo desse mês, a ter um conjunto de regras que são encorajados a seguir. A partir de julho, as normas criadas pela “Associação Australiana de Publicidade” passarão a ser obrigatórias, sob pena de multa pesada e, em casos mais graves, prisão de até cinco anos.

 

SOLUÇÃO NO HORIZONTE?

 

A divulgação de serviços de marketing multinível, negociação de cripto ativos e remédios naturais ou fitoterápicos são os que oferecem mais riscos aos internautas. “Em um comercial de TV há uma certa preocupação com a lei, que exige exibir mais informações pelo menos em letras miúdas. Isso não acontece com os influenciadores”, diz Conrado.

 

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No Brasil, quem se sentir incomodado ou lesado pode procurar o PROCON ou fazer uma denúncia no Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). Em 1990, quando o Código de Defesa do Consumidor foi elaborado, seu texto não previa o trabalho dos influenciadores. Seu conteúdo traz, no entanto, premissas que podem orientar os cidadãos que se sentirem lesados sobre seus direitos.

 

Fonte: Isto É

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