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28/01/2020

Entenda o adenocarcinoma, tipo de câncer de pulmão que afeta Ana Maria Braga

Foto: Reprodução

Ana Maria Braga

A apresentadora Ana Maria Braga anunciou na manhã desta segunda-feira ter sido diagnosticada com câncer de pulmão. O tipo de tumor, conhecido como adenocarcinoma, é o mais comum em escala global e está ligado ao tabagismo na maioria dos casos.

 

Embora agressivo, capaz de levar a óbito em um curto período de tempo se não houver tratamento, as perspectivas para Ana Maria são positivas, afirmaram especialistas ao GLOBO.

 

Segundo o diretor-executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni Jr., os cânceres de pulmão lideram as ocorrências da doença em todo o mundo e são os que mais levam à morte.

 

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No Brasil, são cerca de 31 mil novos casos a cada ano. A apresentadora já curou um câncer de pulmão no passado, além de tumores no reto e na pele.

 

— Cerca de 90% dos casos de adenocarcinoma estão ligados ao hábito de fumar. Isso é um fator de risco importante que as pessoas precisam estar em alertas. O adenocarcinoma pode também acontecer em pessoas que não fumam, mas há uma relação forte com o tabagismo. Sabemos que o câncer de pulmão pode ser evitável — diz Maltoni.

 

As substâncias tóxicas dos cigarros geram alterações microscópicas nas celulas. Ao longo dos anos, ainda segundo o diretor-executivo da Fundação do Câncer, o DNA se quebra e promove mutações que podem gerar o câncer. Quanto mais longevo o hábito de fumar, maiores as chances de contrair a doença. A apresentadora já reconheceu o vício em cigarros em entrevistas.

 

'Revolução no tratamento'

 

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Carlos Gil, do Grupo Oncoclínicas, avalia que Ana Maria Braga terá à disposição tratamentos muito mais eficientes do que nos anos recentes, graças ao aprimoramento da tecnologia.

 

— Estamos vivendo uma revolução no tratamento de câncer de pulmão. Trato da doença há 15 anos e temos acompanhando essa evolução, que é tecnológica. Isso começou há 10 anos e se consolidou há três, cinco anos. Não significa que tenha deixado de ser grave, mas houve uma mudança muito abrupta — explica Gil. — O diagnóstico se tornou muito mais preciso, há técnicas de cirurgia muito menos invasivas, tecnologias de radioterapia cada vez mais precisas, e medicamentos cada vez mais eficientes e específicos. É melhor ter câncer de pulmão em 2020 do que em 2015.

 

A radioterapia e cirurgia foram descartadas como método de combate à doença, segundo Ana Maria. Maltoni explica que os adenocarcinomas representam cerca de 40% dos cânceres de pulmão de não-pequenas células, que também são maioria nos registros de casos.

 

Esse tipo é grave, mas os de pequenas células, que representam 20% dos pacientes mundiais, são muito mais agressivos. O tratamento dependerá de vários aspectos, pontua o médico:

 

— De maneira geral, a melhor forma de retirar todo tumor sólido é cirurgicamente. No caso do câncer de pulmão, só fazemos quando é muito localizado e passível de ser retirado. Se já tem uma dimensão grande ou algum líquido na pleura que denota que não está localizado só naquele ponto, o tratamento é por quimioterapia e imunoterapia.

 

Ainda segundo o diretor-executivo da Fundação do Câncer, a resposta ao tumor pode ser quase individualizada:

 

— Os adenocarcinomas possuem subclassificações e são estudados molecularmente. Conforme a presença ou não de determinadas moléculas, são avaliados quais tipos de quimioterapia ou drogas alvos podem ser usadas, complementados pela imunoterapia. Alguns pacientes têm respostas fantásticas. De maneira geral, se espera aí dois ou três ciclos de início do tratamento para poder observar a resposta e daí definir o melhor tratamento — diz Maltoni.

 

'Doença crônica'

 

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Fotos: Reprodução


Gil pondera que a luta de Ana Maria Braga poderá durar pelo menos um ano:

 

— Ela tem tudo para continuar trabalhando durante o tratamento. Está sendo tratada em um centro médico excepcional e tem grandes chances de ficar bem e seguir sua vida. Mas, provavelmente, vai se tornar uma doença crônica, e será um tratamento prolongado, de pelo menos um ano. Se ela de fato tiver metástase, e não sabemos se há, ela terá se tratar pelo resto da vida. Pela escolha inicial do tratamento, provavelmente é um caso em que não existe perspectiva de cirurgia no curto, médio e longo prazo.

 

Prestes a completar 71 anos, em abril, Ana Maria não necessariamente encontrará obstáculos na luta contra o câncer por conta da idade.

 

O médico do Grupo Oncoclínicas afirma que o quadro geral da apresentadora é bom. Ela descobriu o primeiro câncer em 1991, quando tinha 42 anos.

 

— A idade cronológica com certeza é um fator, mas uma pessoa de 71 anos como ela, com ótimo quadro geral, pode ser tratada de forma ideal. Existe hoje na Europa uma denominação, os pacientes com câncer ultraidosos, acima dos 75, 80 anos. Eu tenho pacientes que fazem o mesmo tratamento da Ana Maria com 85 e 90 anos. A idade por si só não é um limitante. O estado geral do paciente é tão ou mais importante — diz Gil.

 

Maltoni lembra que pacientes que já sofreram de câncer tendem a enfrentar reincidência:

 

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— De uma maneira geral, o diagnóstico de câncer de pulmão é mais frequente acima de 60 anos. Aliás, 70 é a idade média em que ele aparece. A Ana Maria é uma sobrevivente dessa história toda, parece estar bem. A idade não parece ser um componente que dificulta. O tratamento é importante, mas debilita o organismo. É diferente de tratar uma pessoa de 18 anos. Ela também é uma pessoa suscetível. Alguém que já teve um câncer tem mais possibilidade de ter um segundo do que alguém que ninguém teve.

 

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