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05/10/2021

Gregor macgregor: o vigarista que vendeu um país

Foto: Reprodução

Gregor MacGregor

Logo que foi concluída, a famosa Ponte do Brooklyn, em Nova York (EUA), foi alvo de uma "onda" de vigaristas que começaram a vendê-la de maneira deliberada, como o prefeito Peaches O’Day, que vendeu o empreendimento por US$ 200.

 

No verão de 1919, o italiano Charles Ponzi se consolidou como o responsável por encabeçar os esquemas de pirâmides ao arrecadar US$ 15 milhões ao longo de 18 meses com a promessa de lucros de 50% a 100% em curto prazo.

 

Logo em seguida, em 1938, a empresa McKesson e Robbins (atual McKesson Corporation), esteve no centro de uma das maiores fraudes do século XIX na indústria de saúde. Philip Music comprou a gigante farmacêutica e contratou seus irmãos para criarem empresas parceiras fictícias.

 

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Em questão de pouco tempo, eles inflaram os ativos na quantia de centenas de milhões de dólares, roubaram e desviaram, distribuindo a si mesmos através de suas empresas de fachadas, em um golpe que mudou as leis de contabilidade e auditoria dos Estados Unidos.

 

Foram centenas de vigaristas que tentaram e conseguiram efetuar golpes absurdos de tão magistrais, porém nenhum deles chegaram aos pés do escocês Gregor MacGregor.

 

A grande mentira

 

Nascido em 24 de dezembro de 1786, na Escócia, MacGregor ganhou fama e notoriedade após servir ao lado republicano na Guerra da Independência da Venezuela, em 1812, tornando-se general e operando contra os espanhóis em nome do país.

 

Foi em 1811, aos 23 anos, quando voltou para Londres para morar com sua esposa em uma casa alugada por sua mãe, que MacGregor começou a disseminar suas fantasias. Ele assumiu o título de coronel, passou a usar um distintivo de uma ordem de cavaleiro português e percorria a cidade em um cavalo.

 

Ele chamava a si mesmo de Sir Gregor MacGregor Bart, alegando possuir laços familiares com o Clã Gregor (descendentes da antiga família real celta) e também com duques, condes e barões. A maneira convicta com que falava foi o que atraiu o respeito e atenção da sociedade londrina.

 

Nessa época, ele já havia começado a descrever o paraíso fértil de Poyais, uma terra ao longo do Rio Negro de Honduras, um país um pouco maior que o País de Gales, habitada por nativos amigáveis que o nomearam como "chefe" (cazique na suposta língua materna).

 

Em outubro de 1822, MacGregor anunciou à elite londrina que seu país era tão próspero que podia render até três safras de milho por ano. A água, por sua vez, era tão pura e refrescante que poderia matar qualquer sede, além de possuir pedaços de ouro cobrindo o leito dos rios. As florestas transbordavam de árvores frutíferas e abrigavam uma abundância de animais para caça.

 

Persuasão

 

(Fonte: History Today/Reprodução)

 

Toda essa descrição edênica contrastou com a escuridão chuvosa e os solos rochosos da Escócia, saltando aos olhos dos magnatas, que ficaram descontrolados quando MacGregor alegou que tudo o que sua Poyais precisava era de investidores e colonos dispostos a alavancarem seus recursos ao máximo.

 

Naquela época, os investimentos na América Central e do Sul estavam ganhando popularidade, então apostar em um país supostamente cheio de riquezas parecia uma tacada certa. Afinal, a Escócia nem sequer tinha colônias próprias.

 

(Fonte: Onedio/Reprodução)

 

Portanto, MacGregor não perdeu tempo e montou uma campanha agressiva para venda de certificados de terras e outros investimentos. Ele concedeu entrevistas aos jornais nacionais, contratou publicitários para escreverem anúncios e folhetos, e até investiu em músicas que despertassem o desejo de mudança nos interessados.

 

MacGregor sempre enfatizou em sua campanha como qualquer comprador faria "um ato de bravura e ousadia" ao comprar um lote de terra, além de ser um homem de grande inteligência. Para convencê-los ainda mais, ele escreveu um livro de 365 páginas sob o pseudônimo de Thomas Strangeways intitulado Esboço da Costa do Mosquito, Incluindo o Território de Poyais, que enaltecia as virtudes da pequena nação insular.

 

A grande verdade

 

(Fonte: Newspappers/Reprodução)

 

No final das contas, segundo o psicólogo Robert Cialdini, MacGregor usou os seis princípios da persuasão para conseguir o que queria: reciprocidade, consistência, validação social, amizade ou simpatia, escassez e autoridade.

 

A consequência disso foi que sete navios abarrotados de colonos partiram para à terra prometida de MacGregor e, após dois meses de viagem pelo Atlântico, aportaram em um local devastado que não possuía nem sequer uma muda de árvore. Enquanto isso, o vigarista riu com mais de 200 mil euros extorquidos de maneira direta e indireta com todo o seu esquema.

 

Muitos colonos morreram na tentativa de voltar para casa após semanas imaginando que o governo de Poyais iria resgatá-los na costa. Aqueles que lotaram o porto de Honduras Britânicas como último refúgio foram vitimados por doenças mortais, como malária e a febre amarela.

 

(Fonte: Mental Floss/Reprodução)

Fotos: Reprodução

 

No final de 1823, apenas 50 sobreviventes conseguiram voltar para Londres. Só três anos depois que MacGregor e outros comparsas foram julgados por um tribunal francês por fraude depois que tentaram aplicar uma variação do golpe na França.

 

Por incrível que pareça, o vigarista foi absolvido ao colocar toda a culpa em um de seus associados. Apesar da iminente prisão, MacGregor continuou com seu esquema na década seguinte, mas de maneira discreta.

 

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Em 1938, ele se mudou para a Venezuela, onde foi recebido como herói devido ao seu passado como combatente. Ele morreu em Caracas, em 4 de dezembro de 1845, aos 58 anos, enterrado por lá com honras militares, como se nunca tivesse sido um criminoso.

 

Fonte: Mega Curioso

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