Em pronunciamento na CPI da Covid, o ex-secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República Fabio Wajngarten
Um guia elaborado pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do governo federal orienta um influenciador digital contratado sobre o que fazer e o que não fazer ao veicular mensagem de uma campanha. Entre as vedações, está "não falar mal do governo", "não falar de nada partidário ou político" e "não falar nada polêmico", além de "não postar fotos nem vídeos em aglomerações".
O documento da Secom intitulado "Guia Influenciador" foi usado como roteiro numa campanha em janeiro deste ano de combate ao mosquito transmissor da dengue e outras doenças e se dirigia aos influenciadores "PH Loures, Família Jeito Loko de Ser, Talita Ramos". O influenciador recebeu R$ 4 mil da Secom para divulgar um vídeo no seu canal no YouTube com orientações à população na campanha contra o mosquito.
Procurada pela coluna sobre a orientação de "não falar mal do governo", a Secom respondeu: "A Secretaria Especial de Comunicação informa que ações como essa consistem em uma prática publicitária, adotadas por todas as empresas, chamada de 'brand safety', que tem como objetivo garantir a segurança e proteção da marca anunciante, nesse contexto, o Governo Federal".
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Foto: Reprodução
A coluna indagou se a mesma orientação era passada a outros influenciadores contratados pelo governo, mas a Secom não se manifestou sobre esse ponto.
O vídeo contratado pela Secom foi divulgado no dia 11 de janeiro no canal da "Família Jeito Loko de Ser" e teve 176 mil visualizações e 27 mil "likes" até este sábado (15). O canal da família tem 1,93 milhão de inscritos. A coluna tentou contato com os influenciadores, mas não teve sucesso.
Na justificativa para a contratação do influenciador, a Secom explicou que a "Família Jeito Loko de Ser é um perfil de uma família que divide sua rotina com seus seguidores. Com quase dois milhões de inscritos, faz muito sucesso no YouTube com seus vlogs diários".
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Outros dois influenciadores digitais foram contratados pela Secom para a campanha de combate ao Aedes aegypti: Dayanne Ribeiro, que tem 749 mil seguidores na sua página "Coisas de Nany" no Instagram, e o atleta Adonias Fonseca, com 281 mil seguidores na mesma rede social. De acordo com uma planilha de registro de pagamentos, cada um recebeu R$ 3 mil para veicular, em janeiro de 2021, uma mensagem de orientação à população sobre o combate ao mosquito nos seus perfis no Instagram.
Fonte: UOL