Hotéis alegam ameaças de motim, rejeitam Caxias-RS, e clube acaba hospedado quase fora de Manaus

 O foguetório de torcedores do Caxias-RS na porta do hotel onde o Manaus se hospedou em Caxias do Sul, na madrugada de sábado para domingo, horas antes do primeiro jogo entre os rivais pelas quartas de final da Série D, gerou problemas para o clube grená.

A delegação teve dificuldades para encontrar hotéis na capital amazonense, já que teve sua reserva rejeitada em alguns locais. Uma das marcas, mantida em sigilo por opção da reportagem, justificou, via email, a recusa.

O comunicado, assinado pela supervisora de receitas do local, revela "constantes ameaças de motim, vandalismos e desordem com fogos e catolés madrugada a dentro". A resposta é encaminhada a agência de viagem responsável pelo serviço.

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"Primeiramente, gostaríamos de ressaltar a importância de nossa parceria que vem sendo consolidada ao longo dos anos, entretanto, diante das constantes ameaças de motim, vandalismos e desordem com fogos e catolés madrugada a dentro, recebido direta e indiretamente nas mídias sociais, no próprio hotel e no mercado hoteleiro local, infelizmente tivemos que tomar a dura decisão de declinar esta negociação, uma vez que temos o compromisso com a segurança e tranquilidade de nossos hóspedes e colaboradores, pois não podemos arriscar possíveis danos ao bem estar de nossos clientes. Lamentamos todo o ocorrido e nos solidarizamos com o clube e dese já nos colocamos à disposição!"

O resultado é que elenco, diretoria e comissão técnica só conseguiram vagas em um hotel afastado da capital amazonense, que não teve nome revelado para preservar o descanso tanto da delegação quanto dos hóspedes comuns.

O GloboEsporte.com entrou em contato com o presidente do Caxias-RS, Vitacir Pelin, que estava embarcando para o Rio de Janeiro (conexão antes do destino final) no momento da ligação e não pôde comentar o assunto.

Através da assessoria, o clube afirma que não vai se pronunciar sobre o caso. Uma nota oficial, porém, aborda toda polêmica extracampo. Veja abaixo:

"Diante dos comentários de alguns torcedores do Manaus nas redes sociais da S.E.R. Caxias a respeito da soltura de fogos de artifício próximos ao hotel onde a delegação da equipe do Manaus F.C. estava hospedada, o Caxias assim se posiciona. A S.E.R Caxias tomou todas as medidas para bem recepcionar toda a delegação do Manaus, bem como todo o staff de dirigentes, acompanhantes e suporte técnico, os quais foram recebidos e acomodados em 3 camarotes com seguranças por todo o tempo em que estiveram nas dependências do Estádio Centenário.

Nas dependências do estádio não houve nenhum episódio que, de alguma maneira, colocasse tanto a delegação quanto atletas a qualquer tipo de risco. Se fora do estádio alguma atitude hostil possa ter ocorrido, a SER Caxias não tem nenhuma ingerência sobre tais fatos e faz questão de afirmar que repudia e condena qualquer atitude que não condiz com a boa convivência entre clubes co-irmãos."

O Caxias embarcou no aeroporto de Porto Alegre no início da tarde desta quinta-feira, mas ainda faz uma conexão no Rio de Janeiro antes de desembarcar em Manaus. A previsão é que o clube chegue na noite desta quinta e realize um treino na tarde desta sexta-feira, em horário e local não divulgados por conta dos mesmos motivos supracitados.

Fotos: Divulgação

Com a vitória simples na ida, por 1 a 0, o Caxias só precisa de um empate para se classificar às semifinais e, consequentemente, ascender a Série C do Brasileirão. Já o Gavião do Norte necessita de uma vitória por dois ou mais gols de diferença para se classificar no tempo regulamentar. Qualquer vitória por um gol leva a decisão aos pênalti.

Entenda a polêmica

A delegação do Manaus teve uma noite barulhenta na véspera de enfrentar o Caxias-RS pelo jogo de ida das quartas de final da Série D. Torcedores da equipe adversária "acamparam" em frente ao hotel do clube amazonense para impedir o descanso dos jogadores e comissão técnica.

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O grupo gaúcho passou toda a madrugada soltando fogos, rojões e bombas, disparando alarmes e até ofendendo o Gavião do Norte. O diretor de futebol do clube, Rodrigo Novaes, chamou o efetivo policial por volta das 3h30 para tentar solucionar a barulheira, mas nem isso adiantou.

Globo Esporte