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24/11/2019

Isis Valverde volta à TV após ter filho: 'Culpa deveria ser isentada do dicionário das mães'

Foto: Reprodução

Isis Valverde com seu filho Rael

Em uma tarde chuvosa de novembro, Isis Valverde cruza a sala de uma cobertura na Praia de Botafogo com um vestido de estampa animal print, botas e jaqueta jeans. Sorridente e sem um pingo de maquiagem, ela começa a contar sobre sua nova fase, em dupla jornada.

 

É que após um ano e meio de licença-maternidade (Rael, seu filho, completou 1 ano na última terça-feira), a atriz mineira, de 32 anos, natural de Aiuruoca, volta ao batente no elenco da novela das nove “Amor de mãe”, que estreia amanhã.

 

— É uma loucura. Quando chega o fim do dia e vejo que trabalhei, malhei, a casa está em ordem e a criança dorme, eu sento no sofá, por volta das 23h30, e penso: “Nossa, dei conta de tudo.

 

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Eu me sinto muito poderosa” — descreve, enquanto mostra elementos que estão espalhados pelas fotos desta reportagem: um colar com o nome do herdeiro, a letra R e brinquedos como uma girafinha (ele ama o bichinho, não por acaso, safári foi o tema escolhido para sua primeira festa de aniversário).

 

Retomar a intensa rotina de gravações, por mais difícil que seja, era um desejo de Isis, que conversou com os responsáveis pelo folhetim para otimizar o tempo de expediente na emissora (veja abaixo um poema sobre gestação, que integra “Camélias em mim”, seu livro em fase de pré-lançamento).

 

— Tem mulher que se diz feliz apenas com a maternidade, e eu respeito. Mas a maioria, como eu, quer fazer outras coisas, a exemplo de trabalhar, encontrar uma amiga, e fica se culpando até chegar num lugar em que se torna refém. A maternidade é um adicional, algo a mais para acoplar à rotina, não para mudar tudo o que você vivia antes a ponto de ficar infeliz.

 

É claro que é difícil pra caramba deixar o bebê em casa. Já sofri, chorei, mas, depois de trabalhar meu emocional, consigo enxergar dessa forma. A culpa, aliás, deveria ser isentada do dicionário das mães — analisa:

 

— Tive uma conversa com a Globo para gravar minhas cenas em sequência, sem ficar muito “buraco”. Eles foram fofos e compreensivos, porque entenderam que quero ficar com meu filho. De resto, é tudo normal. Não tem como abdicar. É meu trabalho, quero atuar.

 

Isis Valverde toda sorridente com as imagens 

 

Na trama das nove escrita por Manuela Dias e com direção artística de José Luiz Villamarim, Isis será a enfermeira Betina, que sofre com a violência verbal e física do ex-marido Vicente (Rodrigo Garcia), contrariado com a separação.

 

— O relacionamento abusivo é uma questão muito importante, um assunto intenso, profundo e necessário. É um tema velado, pouca gente fala e expõe, seja por medo ou vergonha. Ao abordá-lo, a intenção não é atacar quem sofre o abuso, mas alertar sobre o tema e mostrar como contorná-lo. Ninguém precisa passar por isso sozinha.

 

Há uma rede de apoio — esclarece ela, que, para encarnar a personagem, fez laboratório em CTI, UTI e unidades pediátricas, além de conversar com uma juíza responsável por cuidar de casos de agressão à mulher: — Fiz uma imersão.

 

Foi bem intenso. Você passa a entender como é lidar com a possibilidade de morte no dia a dia e como as profissionais enxergam isso. Fiquei apaixonada pelo universo da enfermagem, de doação, de vontade de ajudar ao próximo e de ser prestativo. Betina me trouxe um viés humano que ainda não tinha vivido. Dentro de sua fragilidade, ela exibe uma força de Mulher-Maravilha. É batalhadora e acredita que merece o melhor da vida.

 

Para descarregar, Isis recorre a práticas de respiração profunda, ioga e exercícios como corrida e musculação.

 

— Jogo tudo para o corpo. Isso me ajuda a desacelerar. A energia é densa. Então, é preciso buscar equilíbrio em outro lugar, senão você fica com estafa. Sou viciada em endorfina e a ioga me traz controle interno — conta a atriz, hiperativa diagnosticada desde a infância, adepta de sessões semanais de análise.

 

Isis usa colar com o nome do filho

 

As semelhanças entre a mineira e a personagem são restritas.

 

— Em comum, temos a determinação em ir atrás do que queremos, e nos desdobramos para alcançar. No mais, temos notas de intensidade bem diferentes — compara ela, que felizmente jamais se viu na mesma saia justa que a enfermeira: — Graças a Deus, nunca me deparei com ninguém que conseguisse abusar de mim. Uma vez, um namorado falou mais alto comigo e logo cortei a relação.

 

Se com o ex-marido Betina vive uma relação abusiva, com Magno (Juliano Cazarré) ela irá se apaixonar. Só que ele é casado com Leila (Arieta Corrêa), paciente em coma no hospital em que a enfermeira trabalha.

 

— É uma situação delicada. Há muita coisa envolvida ali: uma mulher doente, um marido dedicado, mas que há oito anos vive um relacionamento adormecido. Vai ser uma história bonita de acompanhar.

 

Casada com o modelo e empresário André Resende desde junho de 2018, Isis é só elogios ao cônjuge, com quem divide a tarefa de criar Rael.

 

— Meu marido é fofo e parceiro na criação do nosso filho. Entre a gente é meio a meio, deveres iguais. Ele é um paizão. Se dependesse dele, já teríamos uns três — derrete-se ela, que por enquanto não pretende aumentar a família:

 

— Maternidade é um carrossel de emoções. É lindo! As pessoas romantizam porque o amor que você sente por aquele ser que acabou de chegar é tão grande que torna-se inexplicável. “Mas Rael acabou de fazer 1 ano, amor. Vamos dar um tempo?’’.

 

Rael é o primeiro filho da atriz, casada com André Resende desde 2018

 

A cumplicidade entre o casal, aliás, aumentou após a gestação.

 

— Durante a gravidez, minha libido estava bizarra (de boa). Depois, voltou ao normal. Tá tudo ótimo — despista: — Tive um resguardo bem forte. Fui muito guerreira para manter minha autoestima, porque às vezes me sentia muito triste e não sabia o porquê, mas era hormonal.

 

Se atualmente a mineira conta com duas babás que se revezam, no período inicial, ela teve o apoio da mãe, Rosalba.

 

— Minha mãe deu o primeiro banho nele, me ajudou demais. Depois de dois meses, me falou: “Agora você consegue sozinha”. Quando ela saiu do elevador, eu sentei no chão chorando e pensei: não vou dar conta. Foi ali que comecei a ser mãe, no sentido de ter o total domínio da criança.

 

Deu certo. Mais experiente, a mamãe de primeira viagem tem se mostrado bem habilidosa na função.

 

— Todos os passos dele em direção à evolução, como a introdução alimentar, sou eu quem faço. Não terceirizo. Com ele, eu me tornei organizada. Sou capaz de viajar e esquecer minha calcinha, mas não deixo nada dele para trás — diz ela, que prevê alguns desafios pela frente:

 

— Vou tentar ser menos superprotera que minha mãe, mas não sei se vou conseguir (risos). Quando eu tinha 15 anos, ela queria me dar as mãos para atravessar a rua.

 

Apesar de se considerar mais forte, Isis confessa ter desenvolvido alguns receios após dar à luz.

 

— Morro de medo de acontecer algo que me impeça de cuidar do meu filho. Até então, nunca tinha entrado num avião com medo. Coloco o cinto no banco de trás. Rael, por exemplo, só anda no carro comigo ou com meu marido dirigindo. Fora isso, fiquei mais forte, mais corajosa.

 

Autora de “Camélias em mim”, ela diz que “escrever é uma forma de exorcizar sentimentos que, às vezes, não conseguimos expressar”.

 

— Desde criança, sempre fui muito criativa! Adorava criar histórias mirabolantes. Quero estimular esse lado no Rael — diz ela, que neste ensaio posa com o livro infantil “Meu irmão, minha sombra”, de Fabiana Rocha.

 

Isis Valverde posa ao lado do livro “Meu irmão, minha sombra”, de Fabiana Rocha

(Fotos: Reprodução)

 

No ar em “Avenida Brasil”, a intérprete de Suelen costuma se assistir, sempre que possível:

 

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— Gosto de me ver em cena porque assim me corrijo. Sou muito perfeccionista. Pessoas assim às vezes sofrem, porque a vida não é perfeita e a gente quer algo que não existe. Ao mesmo tempo é bom, porque você sempre busca o seu melhor.

 

Extra

 

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