Em entrevista ao GE, o técnico do Grêmio, Roger Machado, falou sobre suas posições políticas transparentes, principalmente sobre a luta antirracista. O comandante gremista, inclusive, afirmou que se tornar jogador de futebol o “deixou mais branco”.
“O futebol é um microcosmo do que somos como sociedade. No futebol, muitas vezes isso é amplificado. […] Talvez o campo seja o espaço mais democrático de todos. No campo, a gente tem 50% de brancos e 50% de negros. Só que quando o campo acaba para ambos, nessa estrutura social do futebol, a gente olha para o topo da pirâmide e vê que os filtros começam a aparecer. Isso sempre me chamou a atenção e passou a me incomodar depois que virei treinador. […] Isso, para mim, mostra que temos um filtro, e esse filtro é a cor”, explica ele.
Machado também falou sobre a necessidade de debater sobre o tema: “Até agora, não se discutiu e não se resolveu nada. Atribui-se muitas vezes o desequilíbrio social, a desigualdade entre brancos e negros no Brasil, a uma questão econômica. Silenciar, para mim, é confirmar. Não é resolver”.
Veja também
São Paulo é absolvido de acusação por gestos racistas de torcedores
Homem negro preso injustamente prova inocência 14 anos após acusação
A entrevista repercutiu bastante entre os torcedores do Tricolor gaúcho. Uma das repercussões, entretanto, foi bem divulgada nas redes sociais. A Rádio Gaúcha comentou sobre as falas de Roger Machado e foi duramente criticada.
De acordo com uma internauta, o jornalista Guerrinha afirmou que o treinador precisa “ficar quieto sobre as falas dele” e que “se não tem técnico ou dirigente negro é por causa da competência”. Um outro torcedor compartilhou um trecho do programa radialista em que o jornalista afirma que sabe “que tem muito cara chato, mas tem preto que tem alma mais branca que a minha”.
Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram.
Entre no nosso Grupo de WhatApp e Telegram
Muitos torcedores condenaram os comentários racistas feitos no programa e pediram pelo fim da Rádio Gaúcha.
Fonte: Metrópoles