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15/09/2020

Jovem morre horas após passar por 3 cirurgias plásticas em clínica; família denuncia negligência

Foto: Reprodução

Cabeleireira tinha 20 anos. Família registrou Boletim de Ocorrência. Assessoria da clínica diz que local possui alvará para realização dos procedimentos, que prestou todo socorro necessário e que causa da morte foi embolia pulmonar.

A cabeleireira Edisa de Jesus Soloni, de 20 anos, morreu horas após fazer três cirurgias plásticas em uma clínica no bairro Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, no dia 11 de setembro.

 

Ainda na clínica, ela reclamou de dores e chegou a desmaiar, quando foi levada a um hospital, mas morreu após chegar ao local. Segundo a assessoria da clínica, a causa da morte foi embolia pulmonar.

 

"Ela tinha o sonho de fazer uma lipoabdominoplastia, era muito vaidosa e estava muito feliz. Um sonho que virou pesadelo", contou a massagista Silvana Mota Pereira, prima da vítima.

 

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De acordo com familiares da vítima, Silvana queria fazer uma lipoabdominoplastia. A jovem, entretanto, foi convencida pelo médico a fazer três cirurgias de uma só vez: lipoabdominoplastia, lipoaspiração na região do queixo e enxerto da gordura retira na barriga no glúteo.

 

A prima da vítima disse que Edisa pagou pelos três procedimentos o valor de R$11 mil à vista. Todos os procedimentos foram feitos na clínica.

 

A assessoria da clínica Belíssima disse que o local possui alvará da Secretaria Municipal de Saúde para a realização de cirurgias plásticas, que o médico responsável pelos procedimentos é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e que pediu exames pré-operatórios.

 

"Minha prima contou que o próprio médico a incentivou, além da lipoabdominoplastia, lipar a região do queixo e colocar no glúteo a gordura retirada da barriga. Médico também disse que este procedimento não precisaria ser em hospital e que a clínica era bem equipada", disse Silvana.

 

Investigação


A família registrou boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia Civil. A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar as causas da morte da cabeleireira.

 

Familiares e amigos de Edisa protestam na porta da clínica no bairro Savassi, na Região Centro-Sul de BH  — Foto: Arquivo pessoal/ Silvana Mota Pereira

Familiares e amigos de Edisa protestam na porta da clínica no bairro Savassi,

na Região Centro-Sul de BH — Foto: Arquivo pessoal/ Silvana Mota Pereira

 

Em nota, o Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que "tomou conhecimento por meio da imprensa de óbito de paciente ocorrido após cirurgia, e que iniciará os procedimentos regulamentares necessários à apuração dos fatos".

 

Na tarde desta segunda-feira (14) familiares e amigos da vítima fizeram protesto na porta da clínica. Eles alegam que o médico foi negligente e não prestou assistência à família.

 

Dores e desmaios


Cerca de quatro horas após a cirurgia, segundo familiares, a jovem teria reclamado de dores e desmaiou.

 

"O médico chegou no quarto da clínica e disse que era um problema simples, mas que precisava transferir minha prima para o hospital", relembrou Silvana.


Edisa chegou a ser transferida, mas morreu assim que deu entrada no Hospital Felício Rocho, segundo Silvana.

 

"Ele [o médico] simplesmente disse que foi uma fatalidade e, desde então, tem evitado falar com a gente. Um absurdo. Descaso total", completou a prima.

 

O que diz a clínica


A assessoria da clínica Belíssima disse que o local possui alvará da Secretaria Municipal de Saúde para a realização de cirurgias plásticas, o que pode ser comprovado por meio de documentação.

 

Ainda de acordo com a clínica, o médico cirurgião plástico responsável pelo procedimento é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e exigiu todos os exames pré-operatórios, que mostraram que a paciente tinha condições de passar pelo procedimento.

 

Segundo a assessoria, "o Hospital Dia, conhecido como Clínica Belíssima, tem autorização de funcionamento para tal procedimento".

 

Leia a íntegra das notas emitidas pela clínica:

 

Primeira nota:

 

"O Hospital Dia esclarece, primeiramente, que possui alvará da Secretaria Municipal de Saúde para a realização de cirurgias plásticas, o que pode ser comprovado por meio de documentação. Inclusive, o local funciona como um Hospital – Dia, tendo toda a infraestrutura necessária para internações de até 24 horas.


O médico cirurgião plástico responsável pelo procedimento é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e exigiu todos os exames pré-operatórios, que mostraram total condição da paciente em passar pelo procedimento.


Diante das complicações inesperadas, todas as medidas necessárias foram realizadas em tempo hábil, transferindo a paciente consciente e alerta para o Hospital Felício Roxo [Hospital Felício Rocho].



Informamos também que qualquer cirurgia, de pequeno ou grande porte, envolve risco cirúrgico, mesmo com pacientes totalmente saudáveis.


Prestamos nossas condolências aos familiares e nos colocamos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos."

 

Segunda nota:

 

"Lembrando que a causa da morte foi embolia pulmonar e que todo o socorro foi prestado pela Belíssima que arcou com deslocamento para um hospital particular e chamou a ambulância para prestar o socorro necessário.


Não houve demora no atendimento.


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Segundo dados registrados na clínica a paciente entrou na sala de cirurgia às 14 horas de sexta-feira, a operação durou 1 hora e 30, começou a passar mal às 18 horas no quarto. Foi levada para o hospital às 19 horas e veio a óbito no hospital na madrugada de sábado." 

 

G1

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