O presidente Donald Trump reconheceu em privado, ainda no início da pandemia, que o novo coronavírus (Sars-Cov-2) era bem mais letal do que ele afirmava em seus discursos. A informação foi revelada pelo jornalista Bob Woodward, em seu novo livro "Rage" (“Fúria”).
“Isso é uma coisa mortal”, disse, no dia 7 de fevereiro, em uma das entrevistas concedidas ao jornalista, entre dezembro de 2019 e julho de 2020. Nessa mesma época, Trump comparava a Covid-19 à gripe sazonal ao falar em público, e dizia que, em breve, o número de casos seria “praticamente zero”. Mas, em privado, dizia que o vírus era “até cinco vezes mais mortal”.
“Também é uma doença muito traiçoeira. Muito delicada. Muito mais mortal do que a sua gripe mais forte”, afirmou a Woodward, de acordo com cópias obtidas do novo livro do jornalista, uma sequência de sua obra “Medo”, publicada em 2018.
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Em uma outra entrevista, no dia 19 de março, Trump reconheceu ter “amenizado” as informações sobre a doença, uma vez que, em suas palavras, “não queria criar pânico”, e que o trabalho dele era “manter o país seguro”.
Ao contrário das previsões do presidente dos EUA, que chegou a dizer que a doença estava sob controle, o país lidera o número de casos da Covid-19 no mundo, 6,3 milhões, com quase 190 mil mortes.
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Em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (9), na Casa Branca, logo após o conteúdo do livro ser tornado público em reportagens, a secretária de imprensa, Kayleigh McEnany, afirmou que o presidente não mentiu, mas intencionalmente não mencionou a gravidade da pandemia no país. "Este presidente faz o que os líderes fazem, bons líderes. Mas o presidente nunca mentiu para o público americano sobre a Covid-19", disse.
iG