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03/04/2020

Ludmila vê sonho olímpico adiado e fala de tensão em quarentena na Espanha: 'Assusta'

Foto: Jose Breton / NurPhoto

Ludmila disputou a Copa do Mundo de 2019, na França

 Três meses se passaram desde que a Espanha notificou o primeiro caso do novo coronavírus no país, no dia 31 de janeiro. Eram tempos de calmaria, ainda. Sozinha, do apartamento alugado em Madri, a atacante Ludmila, destaque na seleção brasileira e no Atlético de Madrid, projetava realizar um sonho neste ano. Poderia, enfim, estrear nas Olimpíadas. Agora, sabe que precisará esperar. Há três semanas, a atleta vive a tensão da quarentena na Espanha, segundo país no mundo com o maior número de mortes pela Covid-19: são 10.384 até a publicação desta matéria. Está atrás apenas da Itália (veja os números).

 

"Assusta, porque são muitas mortes em um dia. É muito triste. No começo foi um pouco estranho, porque as pessoas começaram a ir para o mercado comprar muitas coisas, como se no outro dia não fosse ter mais vida, como se realmente não fosse mais sair de casa."

 

Por três dias seguidos, a Espanha tem registrado um novo pico de mortes a cada 24h. Desde a terça-feira, o país sofreu com o óbito de 2.663 pessoas, sendo 950 somente na última quinta.

 

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Há quase três semanas, o primeiro-ministro Pedro Sánchez decretou estado de emergência na região, restringindo a movimentação nas ruas. As calçadas frias da capital espanhola, costumeiramente cheias em meio aos 6,5 milhões de habitantes da cidade, deram espaço ao silêncio. Uma vez que os deslocamentos estão autorizados apenas para trabalho, hospitais, compra de medicamentos ou alimentos. São poucos momentos, mas que a jogadora aproveita para poder, enfim, respirar.

 

"Tem que ter uma ordem para sair, porque os policiais estão na rua e pedem para ver. Se não tiver, leva multa. Sair para longe não pode, mas pode ir no mercado. Então, às vezes, quando esqueço de comprar alguma coisa, já que o mercado é aqui do lado, aproveito para respirar um pouco do lado de fora."

 

O cenário, vivido também na Itália, Estados Unidos, França, Irã, China, Brasil e outros países, fez com que as Olimpíadas, inicialmente previstas para acontecer em julho, em Tóquio, fossem adiadas para 2021. Assim como inúmeros eventos esportivos no mundo, que vêm sendo adiados, ou suspensos por tempo indeterminado, devido à pandemia do novo coronavírus. E para quem vive anos de expectativa, a Covid-19 virou, também, sinônimo de "espera".

 

Longe de casa, aos 25 anos, Ludmila desenha a carreira dividindo um sonho. Na Espanha, ergue-se em força pela irmã Sheila, que faleceu há três anos, e com quem a atleta conversou pela última vez ainda aos 15, depois de viver a infância juntas em um orfanato. É uma história que a atacante carregou consigo pelos gramados da França, na Copa do Mundo de 2019, e que briga para levar à Tóquio, nos Jogos Olímpicos. Agora, de 2021.

 

"Para quem estava tendo o sonho de ir para as Olimpíadas esse ano, vai continuar com ilusões. Para nós que seria a primeira vez, que estávamos nessa expectativa, estava chegando perto, sabe? Eu estava sonhando alto. Pensando em como seria a entrada, a viagem. Então é triste, mas por uma questão séria. Agora vamos ter que trabalhar muito mais… E esperar para ver."

 

É uma questão de tempo. Sob o piso de madeira amarela, o sofá vez ou outra vai parar perto da máquina de lavar. Abre espaço na sala para a jogadora, que tem passado o tempo cumprindo com os treinos orientados pelo clube.

 

Em contato constante com a comissão técnica da Seleção, sempre que pode, ela encontra as companheiras de equipe por meio de videoconferência. O objetivo? Falar em treinos, análises e, principalmente, para cuidar umas das outras. Os próximos dias, ela sabe, exigirão força. E Ludmila conhece bem onde pode encontrá-la.

 

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"Sempre que dá, minha prima me liga, a gente conversa. Matar a saudade é difícil, mas pelo menos dá para passar um pouco do tempo e ter coisas boas para distrair. Não sei como vai ser a Liga (espanhola), mas meu plano é voltar bem, focada e fazer o que eu gosto. Porque vai ser a melhor coisa, voltar a fazer o que a gente ama. É esperar passar... ter paciência, mesmo que as coisas demorem. Porque tudo passa."

 

Globo Esporte

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