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09/11/2019

Lula: Bolsonaro foi eleito para 'governar para o povo, não para milicianos'

Foto: Reprodução

Ex-presidente falou à militância em um palanque montado ao lado do Sindicato dos Metalúrgicos e fez críticas ao juiz Sergio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol

Em um ato político realizado um dia depois de ter deixado a cadeia , o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer duros ataques à pessoa e ao governo do presidente Jair Bolsonaro . Lula acusou-o de governar para "milicianos" e cobrou explicações sobre a morte da vereadora Marielle Franco.

 

O discurso de 46 minutos foi feito de cima de um palanque montado no Sindicato dos Metalúrgicos , em São Bernardo do Campo, mesmo local em que ele falou à militância minutos antes de ser preso, em 7 de abril de 2018.


— Tem gente que fala que precisa derrubar o Bolsonaro. Tem gente que fala em impeachment. Veja, o cidadão foi eleito. Democraticamente, aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos. Mas ele foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro — disparou, numa referência a notícias que indicam proximidade da família Bolsonaro com policiais e ex-policiais acusados de envolvimento com milícias.

 

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Lula também mencionou o caso da vereadora Marielle Franco, assassinada no ano passado no Rio de Janeiro. Há duas semanas, o nome de Bolsonaro foi mencionado pela primeira vez na investigação, com a informação de que um dos suspeitos de participação no crime teria indicado a casa do presidente ao visitar o condomínio onde ele residia. Posteriormente, um áudio mostrou que o suspeito não foi à casa de Bolsonaro.


— Ele não pode fazer uma investigação do que eles fizeram para matar a Marielle. Não é a gravação do filho dele que vale. É preciso que haja uma perícia séria para que a gente saiba definitivamente quem matou a nossa guerreira chamada Marielle, a grande vereadora do Rio de Janeiro, a grande companheira defensora das mulheres — disse.


Lula também citou Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, suspeito de praticar "rachadinha", ou seja, pegar parte do salário dos funcionários do gabinete do filho do presidente.
 

— Ele tem que explicar onde está o Queiroz. Ele tem que explicar onde ele construiu o patrimônio de 17 casas. Eu fui deputado, eu fui presidente, e se me virarem de bunda para baixo não vai cair uma moeda do meu bolso. Eu quero saber como esses caras juntam dinheiro — disse.

 

Lula chega ao Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo


Sobraram críticas também ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Em momentos diversos, Lula atacou a reforma da Previdência, as taxas de juros e as políticas para o salário mínimo.


— É um demolidor de sonhos, empregos e empresas — declarou, sobre Guedes.— Quero que me expliquem por que estão falando que não vão mais aumentar o salário mínimo por mais dois anos. Que me expliquem por que querem destruir a Petrobras, o BNDES, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal — completou, em outro momento.

 

Lula discursa em São Bernardo do Campo

 

Lula chega para discursar em São Bernando do Campo, onde se reúne pela primeira

vez com apoiadores em São Paulo após deixar a prisão (Foto: Reprodução)



Lula repetiu várias vezes que não saiu da cadeia com ódio ou sede de vingança, mas deixou claro seu projeto a partir de agora: no curto prazo, disse ele, pretende batalhar para conseguir no Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação de suas condenações. Sobre a próxima disputa presidencial, em 2022, sentenciou:


— Eu tenho certeza que se a gente tiver juízo e se a gente souber trabalhar direitinho, em 2022, a chamada esquerda que o Bolsonaro tem tanto medo vai derrotar a ultra-direita que tanto nos quer derrotar.


Ataques à Lava-Jato


O ex-presidente fez ainda duras críticas aos principais nomes relacionados à Lava-Jato. Primeiro, chamou o juiz que o condenou, Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, de "canalha":


— Eu preciso provar que o juiz Moro não era um juiz. Era um canalha que estava me julgando.


Em seguida, Lula acusou o procurador Deltan Dallagnol de ser chefe de uma "quadrilha".


— Eu precisava provar que o Dallagnol não representa o Ministério Público, que é uma instituição séria. O Dallagnol formou uma quadrilha com a força-tarefa da Lava-Jato. Inclusive para roubar o dinheiro da Petrobras e das empreiteiras — disparou.


Pelo Twitter, após o discurso, Moro disse, sem citar nominalmente Lula, que não responde a "criminosos" e que "algumas pessoas pessoas só merecem ser ignoradas".

 

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Lula citou quatro vezes a situação do Chile, país que enfrenta uma convulsão social que já deixou vinte mortos. E destacou que o Chile segue a política que, na sua avaliação, estaria sendo implantada no Brasil pelo ministro Paulo Guedes.

 

Agência Globo
 

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