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27/09/2020

Marta celebra a igualdade de pagamentos da seleção brasileira: 'VALEU A PENA'

Foto: REUTERS / Jean-Paul Pelissier

Marta mostra o símbolo da igualdade de gênero na chuteira durante a comemoração do gol do Brasil contra a Austrália na Copa do Mundo Feminina

 Um gesto silencioso que fez um imenso barulho. Nos pés de Marta, uma chuteira sem patrocinador passou recado, pedia mais respeito. O apelo da maior jogadora de todos os tempos reverberava nas arquibancadas da Copa do Mundo feminina no ano passado . Ganhou mais força e, pouco mais de um ano depois, vai se tornando palpável.

 

O caminho ainda é longo. Mas todos os passos são enaltecidos por quem briga por mudanças. No começo do mês, a CBF anunciou equiparações entre diárias e premiações das seleções femininas e masculinas. Além disso, anunciou a chegada de novas dirigentes para a gestão da modalidade: Duda Luizelli (coordenadora de seleções) e Aline Pellegrino (coordenadora de competições).

 

O anúncio foi celebrado em toda a comunidade global do futebol feminino, com jogadoras e ex-jogadoras repercutindo o Equal Pay brasileiro nas redes sociais. Apenas outras sete países aplicam a igualdade de pagamentos em suas seleções feminina e masculina: Austrália, Finlândia, Fiji, Inglaterra, Noruega, Nova Zelândia e Serra Leoa, que anunciou a novidade esta semana.

 

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Seleção Brasileira Feminina, Seleção Feminina, Marta, Debinha, Andressinha — Foto: Assessoria / CBF

Foto: Assessoria / CBF

 

Nos Estados Unidos, as notícias tocaram Marta. Para a brasileira, a luta por igualdade é coletiva. Mas suas escolhas individuais permanecem firmes desde a Copa do Mundo do ano passado. E foram importantes nesse processo.

 

- Eu continuo sem patrocínio. Antes mesmo da gente iniciar essa campanha (na Copa) a gente recebeu propostas, até de renovação, mas acho que a valorização tem que partir da gente. Eu me sinto no direito de me valorizar, por tudo que a gente foi conquistando ao longo do tempo seja dentro de campo ou fora dele também. Eu queria dar esse exemplo pra outras atletas e até outras atividades fora do esporte, para que a gente possa buscar por igualdade. Juntas. Financeiramente eu não ganhei nada com isso, mas eu sinto que a mudança ela é nítida.

 

''Acho que não tem preço, e valeu a pena, tá valendo a pena e como eu falei, a valorização ela tem que partir da gente primeiro pra que as pessoas entendam que vc tem que, o ser humano, qualquer que seja através do trabalho que ele tenha, através do que ele faz, e não do gênero'' - Marta.
Desde julho de 2018, Marta está sem contato com qualquer patrocinadora de material esportivo. Foi assim que marcou o seu 17º gol em Copas do Mundo, superando o alemão Miroslav Klose como a maior artilheira de todas as Copas, entre homens e mulheres.

 

- A valorização ela tem que vir primeiramente de você. A gente espalhou a mensagem durante a Copa e a maneira como a gente agiu e vem agindo constantemente. (...) A nossa luta não é só no esporte, a nossa luta é na vida. A nossa luta é buscar igualdade pra todos em todos os sentidos. Então a gente fica super feliz e a gente vai continuar fazendo isso sempre, buscando a igualdade e o respeito.

 

"Meu desejo é que que a gente possa realmente ver a mudança e que as futuras gerações não tenha que sofrer tanto pra alcançar os seus objetivos"


Mudanças na CBF emocionam Marta

 

 Marta é eleita para a seleção feminina mundial FifPRO — Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

 

Eleita melhor do mundo seis vezes e embaixadora da ONU. Duas pratas olímpicas pela seleção (2004 e 2008) e um vice mundial (2007). Todas as conquistas de Marta e de outros nomes de sua geração foram alcançadas muito através de talento e sem tanto apoio, principalmente no começo.

 

Ver mudanças práticas acontecendo na gestão do futebol feminino do Brasil é algo que representa mais um título para Marta e sua geração. Emocionada, a camisa 10 lembrou sua trajetória e reforçou que ainda há muito a conquistar. Que mudanças precisam seguir acontecendo. E sonha, quem sabe, com o dia que não precisará mais pedir por igualdade.

 

- Olha , o caminho é longo né. A esperança é que realmente exista no futuro, espero que próximo, a possibilidade de vivermos num mundo igualitário e que eu não tenha que estar aqui falando sobre isso. (...) Quando saí de Alagoas, sonhava chegar onde cheguei. Então, essa minha fala é pra agradecer também as atletas e ex-atletas que já passaram pela seleção e que já plantaram aquela sementinha que a gente foi regando constantemente e que hoje tá começando a dar frutos. Então é difícil não se emocionar - disse Marta.

 

Pia Sundhage ao lado do presidente Rogério Caboclo — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

 

Para o presidente da CBF, Rogério Caboclo, uma nova era começa para o futebol feminino nacional. Segundo ele, a igualdade de pagamentos vai gerar um aumento de aproximadamente 400% na remuneração das jogadoras da seleção.

 

- Não há mais diferença de gênero em relação à remuneração entre homens e mulheres. A CBF está tratando de forma equânime, absolutamente equânime, homens e mulheres - afirmou o dirigente.

 

Mudanças que trarão benefícios para o futebol feminino brasileiro como um todo, muito além da seleção, na opinião de Aline Pellegrino.

 

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- Quanto mais isso estiver revertendo no dia a dia das jogadoras, nos clubes, nos campeonatos, melhor. Tudo isso eleva muito o nível - avaliou ela.

 

Globo Esporte

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