Presidente do Inep Alexandre Lopes fez uma entrevista coletiva para esclarecer erros na correção do Enem
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que as falhas na correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) atingiram participantes em cerca de 200 cidades, mas 96,7% das ocorrências se concentraram nas cidades de Alagoinhas (BA), Viçosa (MG), Ituiutaba (MG) e Iturama (MG).
Apenas os estados de Roraima e Amapá não tiveram o erro registrado. No total, foram 5.974 candidatos prejudicados por uma falha no processo de impressão das provas e dos cartões-resposta, segundo o governo.
O Inep recebeu 172 mil e-mails relatando erros, e todas as 3,9 milhões de provas da última edição do Enem foram conferidas pelo instituto. O órgão vai abrir um processo administrativo contra a gráfica Valid, responsável por realizar o Enem. O Inep atribui à gráfica os erros na impressão das provas e dos cartões-resposta.
Veja também
MEC estuda descartar 2,9 milhões de livros didáticos nunca usados, diz jornal
Enem libera notas nesta sexta-feira. VEJA COMO RECUPERAR SENHA
Questionado sobre a possibilidade de exclusão da Valid do próximo pregão para a realização do Enem, Lopes afirmou que o Inep "seguirá a lei".
— Vamos seguir as regras da administração pública, não existe voluntarismo. Será (definido) em função do processo administrativo que a sanção seja administrativa ou judicial. Vamos cumprir e seguir as regras de licitação: multa, advertência — afirmou Lopes. — Independente disso, já tínhamos abertos dois processos licitatórios para licitar nossos processos de gráfica. Independente do que aconteceu hoje, abrimos processos (licitatórios), e estamos estudando como melhorar os contratos.
Entre os candidatos que tiveram a nota modificada, o Inep informou que, no caso das provas do primeiro dia, cerca de 90% dos afetados registraram aumento na nota após a correção. Já entre os candidatos com inconsistência no segundo dia de prova, 80% tiveram acréscimo na média após a resolução do problema.
O Inep sustenta que o erro não interferiu no nível de proficiência da prova, porque o número de falhas é estatisticamente irrelevante para alterar o nível da prova calculado pela Teoria de Resposta ao Item (TRI). Mais cedo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou em uma publicação no Twitter que estendeu o prazo para inscrição no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em dois dias. Agora, os estudantes terão de terça a domingo para se inscrever no sistema. O resultado da seleção será divulgado no dia 28 de janeiro.
O presidente do Inep explicou que um problema mecânico ocasionou a falha na correção da prova. Duas máquinas diferentes imprimem o caderno de questões e o cartão-resposta, depois, uma terceira máquina une os dois papéis, que são identificados com código de barras e o código do participante.
No entanto, um problema no equipamento teria "descasado" a prova e o cartão, fazendo com que uma prova amarela, por exemplo, estivesse vinculada a um cartão-resposta de outra cor. Lopes afirmou que o órgão estuda a implementação de "testes de consistência" para incorporar ao processo de correção da prova nos próximos anos.
— Em relação ao futuro, já temos diversos testes de consistência que fazemos ao longo do processo de correção. Isso faz com que a gente revise o processo e evitar que isso aconteça no futuro. Além disso, com a implementação do Enem digital esse tipo de ocorrência vai deixar de existir. Vamos ter mais confiabilidade — disse, mas não detalhou quais serão os procedimentos adotados.
A Advocacia Geral da União já foi acionada pelo órgão para atender a possíveis questionamentos judiciais que possam vir em relação à edição 2019 do exame. Lopes afirmou que desde de sexta-feira, quando os primeiros problemas foram noticiados, a área jurídica foi acionada.
Somente 30 inconsistências foram verificadas no primeiro dia de provas, as demais ocorreram no segundo dia. A apuração do Inep indica que houve problema na impressão de lotes de prova, o que justificaria a concentração de erros em determinadas cidades.
— Corrigimos as notas de todos os participantes com todos os gabaritos possíveis e calculamos a proficiência. O que observamos foi que na hora de fazer um pacote de prova a máquina fazia o login, e "engasgava" e lia errado, aí errava o pacote inteiro — disse Lopes.
Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram.
Entre no nosso Grupo de WhatsApp.
Cerca de 300 pessoas foram mobilizadas para identificar e corrigir os erros no Enem. O presidente do órgão assegura que nenhum candidato foi prejudicado e a falha não macula a aplicação da prova em 2019.
Extra