Segundo dados da pasta, 2.718 gestantes foram infectadas com Covid-19 até o momento e 155 morreram
O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira R$ 260 milhões para financiar uma série de medidas para proteger mulheres grávidas ou que acabaram de ter filhos, durante a pandemia do novo coronavírus. Entre outros pontos previstos na portaria publicada na quarta-feira, estão o fomento à testagem de todas as gestantes e incentivos financeiros para facilitar o distanciamento social daquelas mulheres que não têm condição financeira de fazê-lo.
Segundo dados da pasta, 2.718 gestantes foram infectadas com Covid-19 até o momento, das quais 155 morreram. Entre as puérperas, mulheres que acabaram de ter filhos, 713 contraíram o vírus e 117 morreram.
— É um fato que a mortalidade materna aumentou — disse o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Parente.
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De acordo com o secretário, esse fenômeno pode ter ocorrido por uma resistência em procurar serviços hospitalares, no contexto da pandemia; falta de unidade de terapia instensiva (UTI) adulto/materno; necessidade de medicamentos específicos, como anticoagulantes, e falta de testagem.
— Não pode esperar o quadro agravar, principalmente na gravidez, o que a gente nota é uma piora muito rápido do quadro clínico da paciente, que pode evoluir para óbito se não houver uma intervenção muito rápida — disse Parente.
Incentivos
A normativa do Ministério da Saúde prevê incentivos financeiros a estados e municíos que podem chegar a R$ 260 milhões somente para atender a esse público. As Casas de Gestantes, Bebês e Puérperas, por exemplo, vão receber R$ 10 mil, para custear adequações que permitam ações de isolamento e distanciamento social.
“Cabe ao governo fornecer esse isolamento. O município decidirá como será feito, se ela ficará em um hotel, ou outra medida. Esperamos que esse seja o reinício da atenção à saúde desses grupos. Nosso objetivo é mitigar essa chaga que é a mortalidade materna”, diz Santos.
O texto também determina auxílio de R$ 80 por dia a gestante com 28 semanas ou mais cadastrada no Sistema Nacional de Informação da Atenção Básica (SISAB), que não tenham condição de fazer isolamento domiciliar. Segundo a normativa, os gestores municipais ficarão responsáveis por executar essa medida.
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Para incentivar a identificação precoce, o acompanhamento e o monitoramento de grávidas ou puérperas com síndrome gripal, síndrome respiratória aguda grave ou com suspeita ou confirmação de covid-19, o ministério também vai destinar R$ 5,00 por pessoa cadastrada no SISAB.
O Globo