23 de Abril de 2024 - Ano 10
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05/08/2020

Modelo internacional e noivo indígena fazem campanha para ajudar aldeias em MT durante a pandemia de Covid-19

Foto: Reprodução

Aline Weber conheceu Pigma Amary durante uma viagem pessoal para conhecer a cultura do Xingu. O casal alinhou o conhecimento à necessidade dos povos indígenas para criar a campanha.

A modelo internacional Aline Weber e o técnico de enfermagem Pigma Amary, que estão noivos, estão fazendo uma campanha para arrecadar recursos durante a pandemia da Covid-19 e ajudar a comunidade do Xingu, em Canarana, a 838 km de Cuiabá, com medicamentos, equipamentos de proteção e respiradores para as unidades de saúde da região.

 

Conforme dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), até o último sábado (1°), o Xingu registrava 135 casos de indígenas contaminados pelo novo coronavírus e oito mortos em decorrência da doença na região.

 

Pigma, de 28 anos, que é natural do Xingu, afirmou que os indígenas estão sofrendo com a chegada do vírus nas aldeias. Durante esse período, além de amigos, ele perdeu o cunhado para a Covid-19.

 

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Aline e Pigma estão juntos desde 2018 — Foto: Arquivo pessoal


“Quando fui ao Xingu por causa da morte do meu cunhado acabei ficando lá por quase um mês fazendo trabalho voluntário. Foi então que vi que estavam faltando muitas coisas, e assim surgiu essa ideia para ajudar a aldeia a enfrentar a Covid”, explicou.

 

Atualmente, devido à pandemia, Pigma está trabalhando em um hospital de São Paulo e passou a morar com a noiva, que também faz trabalhos no estado.

 

Apesar da vida agitada por causa dos grandes eventos nacionais e internacionais da moda, Aline, de 31 anos, disse que sempre foi ligada às questões ambientais.

 

Casal se conheceu durante visita da modelo a aldeia — Foto: Arquivo pessoal

 

Foi durante uma viagem pessoal até o Xingu em busca de conhecer mais sobre a cultura indígena, em 2018, que ela conheceu Pigma e passou a dar ainda mais atenção às causas indígenas.

 

Juntos há dois anos, Aline e Pigma alinharam o conhecimento à necessidade do povo e decidiram criar a campanha.

 

“Ela já tinha contato com o povo indígena, então nós conversamos sobre tudo e as diferenças acabam nos fazendo evoluir”, ressaltou.

 

As doações devem ser feitas por meio do Instituto de Pesquisa Etno Ambiental do Xingu (IPEAX). O contato deve ser feito pelo e-mail: ipeax@yahoo.com.br. A campanha é por tempo indeterminado.

 

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Casal pretende morar em um lugar em meio à natureza, segundo Aline — Foto: Arquivo pessoal

 

Pigma é da aldeia Amaru na região do Xingu, em Mato Grosso, e Aline é natural de Seara, interior de Santa Catarina, no entanto, passou a maior parte do tempo morando em Nova Iorque e São Paulo devido ao trabalho.

 

O indígena se formou no curso de técnico de enfermagem e passou a trabalhar nas aldeias.

 

Já a modelo, entre outros trabalhos, é presença recorrente no circuito Paris, Milão e Nova York. Ela também já atuou no filme ‘O Direito de Amar’, lançado em 2009.

 

Fora das passarelas, Aline também atua em prol de associações voltadas ao cuidado de animais abandonados e causas sociais.

 

Casal diz já ter enfrentado o preconceito  — Foto: Arquivo pessoal

Fotos: Reprodução

 

Em 2018, a modelo participou do Kuarup, maior celebração da população indígena do Xingu. Ela foi pessoalmente até a região para entender as questões ambientais da comunidade. À época, ela viabilizou a construção de poços artesianos nas aldeias, possibilitando assim o abastecimento de água às comunidades indígenas afetadas.

 

Foi durante esse período em Mato Grosso que ela conheceu Pigma na aldeia.

 

“Nós dois sempre fomos muito tímidos e só demos o primeiro beijo algum tempo depois, quando fizemos uma outra viagem, à Chapada dos Veadeiros. Desde então, nunca mais paramos de nos falar”, contou. “Nos vimos lá e se apaixonamos”, completou Pigma.

 

Por causa dos trabalhos, os dois afirmaram que a maior dificuldade que enfrentam é o tempo e a distância. No entanto, quando estão distantes, Pigma dá um jeito de conseguir internet na aldeia para falar com a modelo por mensagem ou vídeo-chamada.

 

“Por conta do meu trabalho, eu precisava ficar muito tempo nos Estados Unidos, e o Pigma focado no trabalho dele no Xingu, então a distância foi nossa dificuldade em alguns momentos”, explicou.

 

Aline e Pigma afirmam já terem sofrido preconceito devido às diferenças culturais.

 

“A família e os amigos sempre nos apoiaram, desde o começo. O preconceito geralmente vem de pessoas que não nos conhecem”, disse Aline.

 

“Nosso amor supera qualquer barreira e preconceito”, ressaltou Pigma.

 

Para a modelo e o técnico de enfermagem não foi difícil se adaptar à cultura do parceiro.

 

“Conversamos muito sobre as diferenças, o que faz com que qualquer uma que exista, acabe somando, então não nos atrapalha em nada”, afirmou a modelo.

 

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Apesar de estarem na cidade grande, o casal disse que pretende se mudar, em breve, para uma casa que seja próxima à natureza. 

 

G1

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