Peças criadas por estilistas destacam "partes feias do corpo", como orelhas e lábios grandes
Uma modelo negra se recusou a entrar na passarela com acessórios considerados racistas durante um desfile em Nova York. Amy Lefevre, de 25 anos, havia sido solicitada a usar "orelhas de macaco" e lábios grandes, mas não aceitou.
"Eu estava a ponto de desabar, dizendo à equipe que me senti incrivelmente desconfortável por ter que usar essas peças e que elas eram claramente racistas", relatou ela ao The Post. A resposta dos organizadores, segundo a modelo, foi, basicamente, ignorar sua indgnação. "Disseram-me que não havia problema em me sentir desconfortável por apenas 45 segundos."
Lefevre trabalha como modelo há quatro anos e já desfilou mais de duas dúzias de vezes, mas afirmou nunca ter vivenciado uma situação semelhante como a que presenciou durante a Semana de Moda de Nova York.
Veja também
'Gosto de fazer cirurgia', diz mulher que fez dívida de R$ 213 mil em plásticas
Golpe: Homem espalhava ratos e fezes em hotéis para receber estadia de graça
Foto: Reprodução
O desfile em questão fora criado para mostrar o trabalho de 10 ex-alunos do curso de moda do tradicional Fashion Institute of Technology. A produção era parte de uma série de programações em celebração ao aniversário de 75 anos da instituição.
Os acessórios que causaram polêmica foram criados pelo ex-aluno Junkai Huang. Segundo testemunhas, ele não teria entendido os apontamentos da modelo sobre suas criações. O conceito de sua coleção era destacar as "partes feias do corpo".
Procurada pelo jornal, a instituição esclareceu que defende a liberdade artística de seus alunos, mas irá investigar o caso e tomar as medidas cabíveis.
Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no Facebook, Twitter e no Instagram.
Entre no nosso Grupo de WhatsApp.
"Este programa protege a liberdade dos alunos de criar, como estilistas, suas próprias perspectivas artísticas", disse Joyce F. Brown, presidente do FIT, ao The Post. “Por mais que o design e a moda sejam provocativos, meu compromisso de garantir que as pessoas não se sintam desconfortáveis, ofendidas ou intimidadas também é da maior importância, não apenas para mim, pessoalmente, mas também para a comunidade universitária. Levamos essa obrigação muito, muito a sério e investigaremos e tomaremos as medidas apropriadas em relação a qualquer reclamação ou preocupação que seja feita nessa situação".
Globo/Vogue