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09/08/2019

Naturalização de jogadores na China: renúncia à nacionalidade brasileira e novo 'batismo'

Foto: Info / GloboEsporte.com

Brasucas que passam pelo processo para ganhar o passaporte chinês fazem parte do projeto de formar uma seleção nacional mais forte de olho na Copa de 2022

Há alguns dias alguns supostos documentos que seriam certidões de nascimento de jogadores brasileiros que estariam processo de naturalização na China foram divulgados.

 

De fato, o processo está em andamento, a história é curiosa, alguns nomes bem conhecidos. Elkeson, Ricardo Goulart, Aloisio, Fernandinho e Alan foram escolhidos. Para se tornarem cidadãos chineses precisam renunciar à cidadania brasileira, porque a lei que trata do assunto no país asiático não permite que qualquer chinês tenha dupla nacionalidade.

 

O que isso significa? Com o passaporte chinês em mãos, todos eles deixarão de ter a nacionalidade brasileira. E jamais poderão conseguir de volta? Podem fazer o caminho inverso, entrar com pedido de renúncia na China e solicitar a brasileira. Mas para isso, o governo chinês precisa aceitar, caso contrário, não voltarão a ser cidadãos brasileiros.

 

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O plano para esses jogadores brasileiros é que possam, com a nacionalidade chinesa em mãos, defender a seleção nacional com o objetivo de classificação para a Copa do Mundo de 2022.

 

Elkeson comemora gol do Guangzhou Evergrande, com Paulinho ao fundo â?? Foto: Reprodução Sina.com

Foto: Reprodução Sina.com

 

Uma curiosidade. Depois de feito o processo de naturalização chinesa para os jogadores brasileiros, eles terão de mudar de nome na China. Não poderão mais ter seus nomes ocidentais, terão de buscar outros de acordo com o idioma local.

 

O jogador que está com o processo mais adiantado na China é o atacante Elkeson, que mora e joga no país desde 2013. Ele chegou em janeiro daquele ano para defender o Guangzhou Evergrande, depois passou pelo Shanghai SIPG e voltou recentemente ao Evergrande.

 

Ricardo Goulart, que nesta temporada deixou o Palmeiras para voltar para a China, também para defender o Guangzhou Evergrande, teve seu processo de naturalização iniciado há pouco tempo. Já entrou com pedido no Itamaraty de renúncia à cidadania brasileira. O processo deve terminar em 2020.

 

No caso dos brasileiros que entram com esse pedido no Itamaraty, no momento em que a perda da nacionalidade é deferida eles passam a ser pessoas apátridas de acordo com o direito internacional. E ficam nessa situação até que o governo chinês finalize o processo de nacionalidade por lá. Algo que, por alguma coincidência de tempo, pode durar apenas dias ou até meses.

 

Os jogadores que optam pela não residência fiscal por terem em seus contratos prazos longos e, com isso, períodos de ausência do Brasil superiores a 183 dias, precisam atender normas do Banco Central como a abertura da CDE (Conta de Domiciliados no Exterior) para receberem câmbio e salário do exterior.

 

Com isso, precisam fechar suas movimentações bancárias de residente fiscal no Brasil (fechamento de conta em bancos no Brasil, cancelamento de cartões de crédito e migração de investimentos para a CDE). Saques ou depósitos acima de R$ 10 mil precisam ser comprovados e comunicados.


Sendo sócios estrangeiros de empresa no Brasil, os atletas podem futuramente solicitar visto de trabalho e residir no país. Sem isso, só será permitida a entrada com visto de turista e seguindo as regras vigentes de período de entrada e estadia para cada nacionalidade.

 

O processo de naturalização chinesa deve ser feito apenas com os jogadores, os familiares ficam com o passaporte brasileiro, não mudam suas vidas neste sentido.

 

PROJETO COPA DE 2022

 

Se fora de campo os chineses se movimentam para conseguir nomes de peso para a seleção nacional, de olho na classificação para a Copa de 2022, o projeto interno é enorme e passa pelo Guangzhou Evergrande, time que venceu sete das últimas oito edições do Campeonato Chinês.

 

Todos os brasileiros citados no processo de naturalização têm vínculo com o clube, mas apenas Elkeson e Ricardo Goulart, de fato, fazem parte do elenco. Alan (Tianjin Tianhai), Aloisio (Guangdong Southern Tigers) e Fernandinho (Hebei Fortune) estão emprestados.

 

Marcello Lippi, técnico da seleção chinesa â?? Foto: Getty Images

Foto: Getty Images

 

O capitão esportivo do projeto de naturalização de jogadores é o técnico da seleção chinesa, Marcello Lippi. Em sua segunda passagem pelo time nacional, ele também acumula experiência no Guangzhou Evergrande, clube pelo qual trabalhou entre 2012 e 2014 e conquistou três vezes a liga nacional e a Liga dos Campeões da Ásia de 2013.

 

O Guangzhou Evergrande se tornou o maior time da China nos últimos anos, tem os melhores jogadores nacionais, é o grande papão de títulos. Foi escolhido como uma espécie de base da seleção nacional, por isso os brasileiros que estão em processo de naturalização têm vínculo com a equipe. Se o trabalho da seleção é idealizado por um italiano, o do Guangzhou também é. Fabio Cannavaro está no comando desde 2017, quando assumiu o posto de Luiz Felipe Scolari.

 

Ricardo Goulart tira fotos com torcedores do Guangzhou Evergrande â?? Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

 

Curiosamente, Cannavaro chegou a comandar a seleção chinesa em dois jogos em 2019, na China Cup. O time nacional perdeu ambos: 1 a 0 para a Tailândia, e 1 a 0 para o Uzbequistão. Depois, Lippi voltou ao comando da seleção.

 

Enquanto o processo com os brasileiros está em andamento, os chineses conseguiram a naturalização de dois jogadores: o inglês Yennaris e o norueguês Saeter, ambos do Beijing Guoan.

 

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O volante Yennaris, que começou a carreira no Arsenal, disputou dois jogos pela seleção chinesa: vitória por 2 a 0 sobre as Filipinas e vitória por 1 a 0 sobre o Tadjiquistão. As partidas foram disputadas nos dias 7 e 11 de junho, respectivamente.

 

A China está no Grupo A das Eliminatórias da Ásia para a Copa do Mundo de 2022, ao lado de Síria, Filipina, Maldivas e Guam. A estreia dos chineses será contra Maldivas no dia 10 de setembro. O time de Marcello Lippi não disputa um Mundial desde 2002, sua única participação no torneio.

 

Globo Esporte

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