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20/02/2020

O assassino do machado: o inexplicável massacre de Villisca

Foto: Divulgação

A família era composta pelo casal Josiah B. Moore de 43 anos, a sua esposa, Sara Moore, e mais quatro filhos

Os Moore eram só mais uma das várias famílias que levavam uma vida pacata e comum na cidade de Villisca, localizada no condado de Montgomery, no estado de Iowa, nos Estados Unidos.

 

Apesar de abastados, eles ainda assim moravam numa antiga casa branca no final de uma rua que ficava quatro quarteirões de distância da ireja e do colégio local.

 

A família era composta pelo casal Josiah B. Moore de 43 anos, a sua esposa, Sara Moore, e mais quatro filhos: Mary Katherine (10), Herman Montgomery (11), Arthur Boyd (7) e Paul e Vernon, ambos com 5 anos. Muito empáticos, eles eram conhecidos pelo engajamento com a comunidade e a maneira como eram sempre solícitos e gostavam de receber visitas.

 

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No entanto, por alguma razão desconhecia, alguém deveria nutrir algo de muito ruim pelos Moore para ter invadido a casa deles naquele fatídico ano de 1912. Na verdade, essa pessoa, que é uma sombra de identidade perversa e misteriosa até hoje, não deveria nutrir nada de bom por absolutamente ninguém.

 

A comum família Moore

 


No início daquela noite de domingo do dia 9 de junho de 1912, Josiah e Sara Moore levaram as crianças para comemorarem o Dia das Crianças em um serviço que aconteceria na Igreja Presbiteriana.

 

O evento social era co-dirigido por Sara Moore e os seus quatro filhos já possuíam o costume de atuar em pequenas peças que eram produzidas pela paróquia.

 

As irmãs Lena e Ina Stillinger, de 12 e 8 anos de idade, respectivamente, eram vizinhas da família e sempre estavam por perto. Naquele dia, elas pediram permissão para os pais para que pudessem passar a noite na casa dos Moore após as celebrações na igreja.

 

O serviço durou mais ou menos até às 21h30 e depois os paroquianos partiram para as suas casas. A noite festiva dos Moore ainda foi embalada por deliciosos biscoitos caseiros e um pouco de leite antes das crianças serem colocadas na cama e todos embalarem num sono.

 

No dia seguinte, mais especificamente às 7h, a vizinha Mary Peckham achou estranho que nenhum dos Moore tinham saído para realizar as tarefas da manhã.

 

Curiosa e preocupada, a mulher bateu à porta da frente da casa, mas ninguém respondeu. Ela tentou abrir a porta, mas estava trancada. Mary então decidiu soltar as galinhas da família e buscar Ross More, o irmão de Josiah. Mais uma vez, apenas o silêncio respondeu Ross quando este bateu à porta por tantas vezes que já teria acordado o casal.

 

Usando uma cópia da chave, o homem decidiu entrar na casa, enquanto Mary Peckham decidiu continuar na varanda. Na sala, a primeira porta que Ross abriu foi a do quarto de hóspedes, onde imediatamente ele se deparou com sangue esguichado na parede próximo a cama e corpos sob lençois tão ensanguentados que gotejavam no chão, formando uma poça.

 

Alguém morto em cada canto

 


Ross Moore rapidamente recuou do que já imaginava se tratar de uma cena de crime e ligou para o Marechal Henry Horton. O homem chegou por volta das 8h30 e começou a realizar a sua inspeção pela casa, partindo do quarto de hóspedes no térreo. Lá, primeiro, ele encontrou logo de cara o que deveria ser a arma do crime: um machado, parcialmente limpo e apoiado numa das paredes do quarto ao lado de uma peça de bacon. Ele pertencia a Josiah.

 

Depois, ao puxar os lençois, encontrou as irmãs Stillinger. Foi concluído, durante a investigação, de que Lena teria sido a segunda a morrer no quarto, visto que estava deitada atravessada na cama e possuía um ferimento defensivo no braço.

 

A sua camisola erguida na altura da cintura e ela estava sem calcinha, dando a entender de que o assassino poderia tê-la molestado antes de arrebentar o seu crânio, já que a perícia não detectou sinais claros de violência sexual. As duas haviam sido espancadas até a morte com a arma.

 

Horton se adiantou até o quarto do casal, onde o cenário chacinado continuou e de uma maneira ainda mais perturbadora. Josiah Moore foi o mais golpeado pelo machado e também o único a ser atingido pela lâmina do objeto.

 

O homem havia se tornado uma massa de miolos e sangue esparramados pelo travesseiro. A cabeça dele foi mutilada tantas vezes que os seus olhos foram encontrados depois em um dos cantos do cômodo. Sara Moore teve o rosto amassado pela quantidade de vezes que foi agredida.

 

O abate terminou no quarto das crianças, que tiveram o mesmo destino que as irmãs Stillinger, surrados até a morte. O movimento do machado enterrando e arremetendo da carne dos filhos e do casal lançou sangue pelas paredes e pelo teto, marcando tudo com compridas estrias.

 

Todos foram encontrados em suas camas, incapazes de se moverem antes de serem brutalmente golpeados, cerca de 20 a 30 vezes, diretamente na cabeça. Lena Stillinger foi a única vítima que acordou, provavelmente com os ruídos de morte, e pôde ver o rosto de seu assassino.

 

Pegadas do crime

 


Com exceção de um sapato ensanguentado caído num dos degraus da escada, os investigadores não conseguiram exatamente distinguir o que eram pistas e o que fazia parte do modus operandi do assassino.

 

Haviam duas guimbas de cigarro recém-queimadas no sotão da casa, levando ao entendimento de que a pessoa teria se infiltrado no local durante a ausência da família e aguardado até que todos estivessem em sono profundo. Os médicos legistas definiram que as mortes ocorreram num período entre a 00h e às 5h.

 

Todos os espelhos da casa tinham sido cobertos com peças de roupas, assim como o rosto das vítimas, exceto das vizinhas. Lençois foram usados para tapar até a menor das janelas.

 

Na mesa da cozinha, havia um prato de comida e uma tigela de água ensanguentada onde o assassino poderia ter lavado as mãos. Uma lamparina retirada de um dos quartos e usada durante a sua locomoção foi deixada no topo da escada. Antes de sair, a pessoa pegou as chaves da casa e trancou as portas.

 

Naquela época, especialmente em cidades pequenas, o isolamento policial era praticamente inexsistente, então não demorou muito para que a notícia se espalhasse e em minutos a casa dos Moore fosse invadida pela população curiosa. A turba de mais de 100 pessoas impregnou a cena do crime com as suas pegadas e digitais, apagando qualquer vestígio de identificação do homicida. Uma delas, inclusive, chegou a levar uma parte do crânio de Josiah Moore.

 

Pessoas de interesse

 


A polícia tinha poucas ou quase nenhuma pistas que levassem ao perpetrador das mortes. Os esforços inicias foram desencorajados, mas mesmo assim eles revistaram vários cantos da cidade, muito embora, depois de mais de cinco horas do assassinato, a pessoa certamente já estivesse longe dali.

 

Cães foram incluídos nas investigações, porém não foram capazes de encontrar nenhum rastro, uma vez que a cena do crime havia sido totalmente devastada pelos cidadães.

 

Ao longo do processo, porém, eles fizeram um levantamento de alguns nomes que poderiam ter alguma conexão. Andrew Sayer foi o primeiro, um sem-teto muito conhecido entre a comunidade e que sempre era suspeito de qualquer coisa. Várias pessoas mencionaram ele no tribunal, talvez por puro hábito. Mas nenhuma evidência o conectava ao crime e Andrew havia sido preso numa cidade vizinha na noite dos assassinatos.

 

O reverendo George Kelly foi o segundo suspeito. O homem, que chegou na cidade no dia 8 de junho para as celebrações do Dia da Crianças, possuía um histórico conturbado de psicose durante a adolescência e assédio sexual.

 

Ele partiu logo pela manhã, um pouco antes do crime ser descoberto. George chegou a ser preso e interrogado perante o júri, confessando a autoria dos crimes. Mas o juiz não acreditou nele devido aos seus diagnósticos anteriores.

 

Fotos: Reprodução


Nos anos seguintes, George Kelly se tornou obcecado pelo ocorrido, enviando cartas à polícia para extrair mais informações. Então, em 1917, ele foi preso de novo pelos assassinato e mais uma vez confessou os crimes, detalhando o passo-a-passo do que fizera naquela noite. Segundo ele, Deus teria sussurrado em seu ouvido enquanto ele os espiava: “Façam com que os meus filhos venham a mim”.

 

Mesmo depois de ouvirem a suposta confissão, com partes que não se emendavam muito, o júri decidiu pela absolvição de George e o caso foi arquivado.

 

Frank Jones, um político e empresário fundador do Banco Nacional de Villisca, foi o próximo apontado. Josiah Moore já tinha trabalhado para o homem, mas decidiu abrir o próprio negócio depois de um tempo, levanndo consigo um dos maiores clientes.

 

A partir disso, eles se tornaram inimigos comerciais. Haviam rumores também de que Josiah poderia ter um caso com a nora de Frank, Elizabeth Jones. Sendo assim, o homem teria muitos motivos para matar Josiah, justificando a maioria dos golpes desferidos no patriarca da família.

 

Acreditava-se que Frank teria contratado William Mansfield, outro suspeito da lista, e que era o mais provável de ter realizado o crime, já que era o único que de fato já tinha matado alguém.

 

Ele assassinou os filhos, a esposa e o sogro também com um machado. Em 1916, William chegou a ser preso, mas os registros em sua folha de pagamento indicavam que ele estava em Illinois na noite do assassinato dos Moore. Contudo, muitos especulavam de que Frank poderia ter usado de sua influência política para cobrir esse e outros rastros, além de pagar até mesmo as autoridades para que não o acusassem.

 

E apesar dos suspeitos, a identidade do criminoso nunca foi descoberta, tampouco as suas intenções. Assombrada por seus horrores, a casa permanece em pé até hoje e foi transformada num museu.

 

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A antes desinteressante cidade de Villisca se tornou um turismo fantasma e o único objeto de interesse das milhares de pessoas que movimentam o comércio, querendo visitar o local que inspirou filmes e livros. Onde numa noite comum a família Moore foi visitada pela própria morte, que entrou e saiu sem nunca ter sido vista, a tempo de arrancar apenas suspiros agonizados em sangue.

 

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