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28/02/2021

O que faz participantes de reality shows perderem a paciência rapidamente?

Foto: Reprodução

Em entrevista exclusiva à AH, Fabiano de Abreu explica o que acontece com o cérebro dos competidores dentro dos programas

Desde a Grécia Antiga, o ser humano sente-se atraído por competições nas quais os participantes entram em uma corrida contra seus oponentes, a fim de conquistar a vitória. Do lado de fora, os espectadores assistem aos constantes embates.

 

Era assim que funcionavam as lutas de gladiadores no Coliseu, que angariavam cerca de 90 mil apreciadores sedentos pela batalha. Hoje em dia, ainda que o entretenimento tenha ganhado uma nova roupagem, a busca por grandes competições segue em alta.

 

Pensando nisso, as emissoras de televisão criaram os reality shows. Com participantes reais, que têm sentimentos reais, os programas trazem à tona a busca pelo primeiro lugar, normalmente oferecendo grandes prêmios para aqueles que chegam até o final.

 

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O problema é que, no meio do caminho, os competidores acabam se perdendo nos próprios personagens. E, segundo o neuropsicólogo Fabiano de Abreu, em entrevista exclusiva ao site Aventuras na História, tudo isso tem uma explicação científica.

 

Hoje em dia, programas nacionalmente famosos, como o Big Brother Brasil, da TV Globo, e A Fazenda, da Record, usam o recurso do isolamento para criar narrativas entre seus participantes. É dentro de uma casa que todas as tramas se desenrolam.

 

 

De acordo com Fabiano, contudo, o fato de ficarem presos em um lugar por um longo período de tempo, ao lado de pessoas desconhecidas, faz com que o cérebro dos participantes tenha algumas reações. A primeira delas diz respeito à quebra de rotina.

 

“Quando você muda a rotina, não tem a mesma liberação da dopamina no organismo”, explica o neurocientista. “Sem esse neurotransmissor, a ansiedade se potencializa. Isso mexe com seus nervos, ativando o estresse, que nada mais é do que um gatilho.”

 

Cérebro em vertigem

 

Uma vez ativada, a ansiedade inicia um longo e perigoso ciclo de pensamentos, que pode acarretar na perda da razão. Segundo Fabiano, tudo começa quando você não consegue encontrar respostas racionais para os problemas que estão na sua frente.

 

“Isso tudo causa uma disfunção nos seus neurotransmissores, que afeta os seus comportamentos”, explica o psicólogo. A ansiedade, então, ativa a amígdala, o sistema límbico, “que é a parte emocional e onde ficam armazenadas as memórias do passado”.

 

A partir daí, com o pensamento racional prejudicado, os participantes podem entrar “em um poço de negatividade, que vai trazer memórias negativas”. É assim que se formam, por exemplo, os famosos gatilhos, tão citados na atual edição do Big Brother Brasil.

 

 

Uma ação em cadeia

 

Com o sistema límbico acionado, as memórias negativas “causam mais ansiedade e mais medo”, lógica que, segundo Fabiano, causa muitas outras reações. “Uma delas é o ataque de fúria, evento que se repetiu com muita frequência na pandemia”, analisa.

 

O que acontece é que, dentro do cérebro, os neurotransmissores não conseguem mais passar as mensagens necessárias para o córtex pré-frontal. Com isso, “você perde a razão e tem a sua cognição prejudicada. Você cria uma realidade abstrata”.

 

Sob uma grande pressão e a constante observação das câmeras, então, a disfunção na cognição faz com que as pessoas se percam nos próprios discursos, muitas vezes cometendo contradições — ciclo que só pode ser quebrado com um tratamento.

 

Fotos: Reproduções

 

Nada de outro planeta

 

Segundo Fabiano, contudo, tal movimento de resgate do passado é normal. “Quando você está com a ansiedade potencializada, você busca suas memórias”, conta. “Isso é natural. É instinto de sobrevivência, não nascemos para ficarmos presos.”

 

Considerando, então, que as pessoas, quando em isolamento, procuram por suas memórias da infância, por exemplo, é comum que elas ativem seu sistema emocional. Isso, de acordo com Fabiano, abre portas para o lado primitivo de cada um.

 

Só que, na frente das câmeras, esses sintomas vão se potencializar ainda mais. É por isso, inclusive, que os participantes dos reality shows acabam surpreendendo seus fãs com algumas atitudes. “As pessoas mostram quem elas são com o sistema primitivo. No final, elas acabam mostrando quem realmente são”, explica Fabiano.

 

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Dessa forma, o neurocientista reforça, a presença de psicólogos nas equipes dos reality shows é tão importante. Isso porque, dentro dos programas, as pessoas acabam fazendo as coisas na impulsividade, causando danos e traumas irreversíveis.

 

Fonte: Aventuras na História

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