19 de Abril de 2024 - Ano 10
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Meio Ambiente
10/05/2022

OPINIÃO: A Amazônia e seus povos precisam estar num projeto nacional de inclusão social e cultural

Foto: Reprodução

*Por Lúcio Carril - Todas as vezes que o modelo Zona Franca é ameaçado entra em pauta o debate sobre as alternativas de desenvolvimento para o Amazonas. Logo, os olhares para o interior se voltam e os discursos se propagam nas casas legislativas e entidades de classe.

 

O que me parece é que há um total desconhecimento da vida do interior do estado, quando atribuem ao modelo zona franca a preservação da nossa floresta e querem jogar nas costas desse mesmo interior a razão pela centralização de um único modelo em Manaus.

 

O interior não será alternativa à falta de alternativa na capital. Temos que discutir um modelo de desenvolvimento que envolva os mais de dois milhões de habitantes de Manaus e não jogar a responsabilidade no povo que vive no interior do Amazonas.

 

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O modelo Zona Franca está esgotado e mais cedo ou mais tarde fenecerá. O que faremos em Manaus? Vamos esperar que a salvação venha dos municípios pobres do interior do estado ? Será se um novo modelo, tendo o rural como foco, poderá manter a sobrevivência de quatro milhões de pessoas?

 

Precisamos debater o desenvolvimento sem tentar gerar uma única matriz econômica. Precisamos debater a geração e a distribuição de renda, a inclusão social e econômica de milhares de amazonenses, o combate a miséria, etc. É assim que vamos ter crescimento.

 

A Amazônia nunca entrou no projeto nacional; quando houve projeto. O chamado modelo zona franca foi uma concessão ao capital para exploração de mão-de-obra barata e geração de lucros através da mais-valia relativa e não uma preocupação com a preservação da floresta. É falaciosa essa conversa de que militares queriam preservar o ecossistema amazônico. Pelo contrário, seus intuitos sempre foram de destruição.

 

Manaus está no meio da floresta amazônica e é resultado dessa exclusão social e humana. É preciso pensar nossa capital e o estado do Amazonas a partir da sua inserção cultural, inicialmente, e daí criar uma viabilidade econômica inclusiva. Antes da Amazônia ser uma alternativa econômica, ela é uma região de vida de dezenas de povos que precisam ser vistos e respeitados.

 

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Espero que Lula tenha amadurecido na sua visão de Brasil e volte seu olhar para nossa região, sem a intenção destrutiva da economia. A Amazônia é para nós um espaço de vida e de cultura. Queremos apenas ter qualidade de vida. 

 

*Lúcio Carril é sociólogo, ex-secretário executivo da Secretaria de Política Fundiária do Estado do Amazonas, ex-delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

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