Papa Francisco
O Papa Francisco disse estar preocupado com o risco de um "genocídio viral" se for decidido priorizar a economia e não a saúde das pessoas diante da pandemia da Covid-19. A declaração foi feita em carta divulgada nesta segunda-feira pelo Vaticano.
No comunicado, enviado ao juiz argentino Andrés Gallardo, presidente do Comitê Pan-Americano de Juízes e Juízes pelos Direitos Sociais, e parcialmente divulgado pelo portal oficial de notícias do Vaticano, o pontífice reflete sobre a crise desencadeada pelo novo coronavírus.
Francisco reconhece que muitos países "adotaram medidas exemplares com prioridades bem estabelecidas para defender a população", mostrando que "a prioridade de suas decisões é primeiro as pessoas", enfatiza.
Veja também
Príncipe Charles está curado do novo coronavírus
Trump diz que EUA realizarão 50 mil testes de coronavírus por dia
"E isso é importante porque todos sabemos que defender as pessoas supõe um desastre econômico. Seria triste se o contrário fosse escolhido, o que levaria à morte de muita gente, algo como um genocídio viral", alertou.
O papa, que em várias ocasiões manifestou sua preocupação com as consequências sociais da pandemia, por causa da perda de vidas e empregos, pediu uma reflexão "no agora e no depois".
"Porque se preparar para o depois é importante, pois há algumas consequências que deverão ser enfrentadas: fome, especialmente para pessoas sem trabalho permanente, violência, o surgimento de agiotas, a verdadeira praga de futuro social, criminosos desumanizados ", frisou o pontífice.
Na carta, o papa também se preocupou com "o crescimento, em progressão geométrica", da pandemia e elogiou não apenas as medidas adotadas, mas também a reação de "médicos, enfermeiras, enfermeiras, voluntários, religiosos, padres, que arriscam suas vidas para curar e defender pessoas saudáveis do contágio".
Extra