Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", é um dos três presos suspeitos de envolvimento nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.
A Polícia Federal (PF) apura se Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", tem ligação com quadrilhas que praticam pesca ilegal em áreas da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas. Essa é a nova linha de investigação sobre as mortes do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.
Amarildo, o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, o "Dos Santos", e Jeferson da Silva Lima, o "Pelado da Dinha", foram presos sob suspeita de envolvimento nas mortes de Bruno e Dom.
No momento, a PF apura se o crime tem relação com a pesca ilegal na região. Além do fato de Amarildo ser pescador, relatos e outras informações obtidas pelas autoridades empurram a polícia para a nova linha de investigação.
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Durante a reconstituição dos assassinatos de Bruno e Dom, na semana passada, "Pelado" afirmou que Jeferson pescava pirarucu - um peixe típico da Amazônia - no rio Itacoaí, quando teria discutido com Bruno, que passava pelo local com Dom na lancha afundada pelos suspeitos. Logo depois da discussão, as vítimas foram assassinadas.
A informação está em vídeos divulgados pela PF, que filmou os relatos de Amarildo durante a reconstituição do caso, realizada no dia 15 de junho nos locais onde os crimes ocorreram:
"Então o Jeferson, de alcunha Pelado, ele estava aqui em sua canoa de madeira matando um pirarucu, é isso?", questiona o delegado. Amarildo confirma: 'Aham'.
Segundo a União do Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno combatia a pesca ilegal na região e, por isso, era constantemente ameaçado.
Na região amazônica, a pesca do pirarucu só é permitida em parte do ano e apenas em áreas delimitadas por órgão ambientais - as chamadas áreas de manejo. Em terras indígenas, a pesca é proibida.
PERÍCIA EM LANCHA
Para a PF, a lancha usada por Bruno e Dom é uma importante fonte de informação para tentar entender a dinâmica do que aconteceu no dia em que eles foram assassinados. A perícia no barco está programada para ocorrer nesta quinta-feira (23), em Atalaia do Norte.
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Peritos vão usar tecnologia para procurar vestígios de sangue, marcas de tiros ou colisões. Além disso, com um equipamento que tem laser infravermelho, a polícia quer recriar com representações digitais a realidade naquele momento.
Fonte: G1