Pelo menos 7 policiais militares foram afastados do trabalho e levados para prestarem depoimentos na Corregedoria da Polícia Militar. Corporação recebeu vídeos feitos por testemunhas e decidiu ouvir as vítimas agredidas na madrugada desta sexta (27) em Sa
Policiais militares usaram uma arma de choque para tentar imobilizar um suspeito que resistia a prisão, mas depois agrediram e ofenderam parentes dele e invadiram a casa da família do rapaz em Santo André, no ABC Paulista. O caso de abuso e violência policial ocorreu na madrugada desta sexta-feira (27) e foi gravado por celular por testemunhas que viram a abordagem.
As imagens das agressões dos agentes foram divulgadas nesta sexta à imprensa pela própria Polícia Militar (PM). A corporação recebeu as filmagens depois de ter sido procurada pelos familiares do rapaz que havia sido abordado pelos agentes na Rua Recife, no bairro Sacadura Cabral. Até a última atualização desta reportagem a PM não havia informado o motivo pelo qual o suspeito foi abordado. O nome dele também não foi divulgado.
Sete PMs do 10º Batalhão da Polícia Militar (BPM) que estiveram envolvidos diretamente na ocorrência acabaram afastados preventivamente do trabalho nas ruas pela corporação. Depois seguiram para a Corregedoria da Polícia Militar, na capital paulista, onde foram prestar depoimentos. As vítimas das agressões dos agentes também iriam ser ouvidas no Inquérito Policial Militar (PM) que a corporação abriu para apurar o caso.
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O G1 não conseguiu localizar as defesas dos agentes e nem encontrou as pessoas agredidas para comentarem o assunto até a última atualização desta reportagem.
Nas imagens é possível ver o momento que os PMs tentam abordar o suspeito, que resiste e tenta fugir até ser cercado. Em seguida, um outro policial atira com uma arma de choque para tentar imobilizar o rapaz, que cai. Enquanto isso, parentes do jovem, um homem e uma moça, se aproximam dos policiais e são agredidos com socos nos rostos pelos agentes.
Os policiais também chutam as vítimas, que caem, e também as xingam. Numa das cenas, um PM corre atrás da mulher entrando na casa onde ela mora.
De acordo com o advogado Ariel de Castro, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, os PMs que aparecem nas imagens cometeram os crimes de abuso de autoridade, lesão corporal e tortura.
"No caso, temos o abuso de autoridade e lesões corporais contra um rapaz e uma mulher, diante da atuação violenta dos PMs", disse Ariel.
"Na cena perto do muro, de um rapaz contido sendo espancado, ocorreu o crime de tortura. E a abordagem ao rapaz, com vários policiais em cima dele, que aparentemente usam de técnicas de sufocamento e arrastam ele, também pode ser investigada como prática de tortura".
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Na opinião do advogado também tem de ser apurada pela Corregedoria o crime de invasão à residência. "No final do vídeo, aparentemente o PM invade o domicílio da mulher. E o vídeo para."
Fonte: G1