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18/01/2020

Rômulo Arantes Neto: 'Quero ser muito bom no que faço e estar sempre em evolução'. VEJA FOTOS

Foto: Reprodução

Rômulo Arantes Neto

A facilidade de se adaptar diante de qualquer situação e de ver a vida com otimismo são características que Rômulo Arantes Neto adquiriu ainda na infância, após os seus pais, o ator Rômulo Arantes (1957-2000) e a arquiteta Adriana Junqueira, se separarem. O ator, de 32 anos de idade, conta que se sentia um nômade dos três até os sete, quando decidiu morar com o pai.

 

Sou fruto de um relacionamento de muito amor, mas um amor muito aventureiro, conturbado e com muita imaturidade. Minha mãe se casou muito nova e meu pai trabalhava loucamente. Eles acabaram abrindo o relacionamento e terminando, quando eu ainda era muito novo. Fui criado em uma família disfuncional.

 

Aprendi a me adaptar a todas as realidades e já cresci meio que achando tudo normal. Era aquela criança que não dava trabalho. Minha mãe dizia que eu era uma 'criança solução'. Mas claro que tiveram momentos não tão prazerosos. Eu pensava: '‘Caramba, de que lado eu fico?’', relembra.

 

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Quando foi morar com o pai, Rômulo aprendeu com ele a disciplina de sua experiência como atleta da Seleção Brasileira de Natação. Acordar cedo, ter uma alimentação saudável e fazer dezenas de atividades faziam parte da rotina que o pai tinha montado para ele se tornar uma pessoa e profissional mais completos.

 

“Decidi que queria morar com o meu pai aos sete. Rolava aquela atração do menino pelo pai. Era o herói. Queria estar junto, aprender e absorver todo o conhecimento e segredos da vida”, conta.

 

“Eu tinha um cronograma estipulado. Não parava. Todo dia tinha duas horas de treino de natação. Também fazia jiu-jitsu, capoeira, inglês, piano e aulas particulares. Sem contar o dever do colégio e a reza... Isso tudo aos nove anos de idade! Ele me falava: ‘Vou te colocar para fazer tudo que eu acho que você vai precisar no futuro. Se você não quiser, vai se arrepender e lá na frente vai se lembrar de mim’. E eu concordava com ele e fazia. Quando tinha uma folga, ia surfar com o meu pai. Foi um período muito bom.”

 

"Me peguei chorando diversas vezes sozinho, dentro do quarto, ao longo dos dez, quinze anos. Até hoje choro"

 

A vida que parecia nos eixos deu uma reviravolta quando aos 13 anos, Rômulo recebeu a notícia da morte de seu pai, aos 43 anos, após um acidente de ultraleve.

 

“Sofri demais da conta. Foi difícil entender que aquilo tinha acontecido e não tinha volta. Mas como estava muito acostumado a me adaptar, vi que tinha que seguir em frente mesmo com a dor. Tomei atitudes que me arrependo hoje em dia, mas que eram as melhores que encontrei para lidar com aquilo. Falei: ‘Não vou chorar no enterro. Vou ser homem, forte e guerreiro’. Achava que aquela atitude era de um homem de verdade. Mas não deu certo. Me peguei chorando diversas vezes sozinho, dentro do quarto, ao longo dos dez, quinze anos. Até hoje choro”, explica.

 

 

De volta para a casa da mãe, que já estava casada com o ator Otávio Müller, ele foi apresentado para um universo totalmente diferente que o fez rever seus conceitos e também se apaixonar pela arte. Otávio já era pai de Francisco Gil, de seu relacionamento com Preta Gil.

 

“A gente fez muito terapia e ainda tinha o Otávio (Müller), que era uma pessoa completamente diferente do meu pai. O Otávio era ator de teatro, livre, extrovertido pra caramba, que falava alto e trazia mais a feminilidade para ele sem problema. Ele estava em um mundo mais sem preconceito, livre de ego e tal... Pensei: ‘Que figura é essa? Essa vai ser a minha figura paterna agora? Ferrou’. Foi uma adaptação superdifícil no início. Aprendi bastante coisa com ele. Os trabalhos dele no teatro me tocavam muito porque fui criado de uma forma um pouco mais militarizada, como o cara que sofre para dentro, que é guerreiro, que não berra, não chama a atenção, que é disciplinado. Ver o Otávio, um puta ator de teatro, se comportando daquela maneira, me fez abrir um pouco mais a cabeça", afirma.

 

"O Otávio acabou me influenciando muito mais na profissão. Não era o meu lance. Antes eu queria ser atleta e economista. O sonho de ser economista embarreirou quando o meu pai faleceu, perdi completamente o meu chão, deixei o estudo para segundo plano. Queria saber de surfar todo o dia e da vagabundagem para esquecer a dor”, relembra ele, que aos 17 anos começou sua carreira de modelo que o levou para Milão, Nova York e tantos outras cidades do mundo.

 

 

 

Atualmente com 32 anos e com importantes trabalhos como Espelho da Vida, Sangue Bom, Filhos da Pátria e Êta Mundo Bom! no currículo, Rômulo tem mostrado suas facetas como o manipulador e machista Rui Guedes, de Malhação: Toda Forma de Amar. Na novela, que o lançou em 2007 como ator e protagonista, ele diz que tem se desafiado como ator.

 

“Poder voltar para a Malhação é como se fosse honrar o meu início que foi um pouco precoce. É muito legal estar de volta para esse projeto que eu comecei e com o Adriano (Melo) e (Emanuel) Jacobinas, se esforçando tanto para fazer um personagem bacana. Estou me exercitando como nunca. Tinha muito tempo que não me exercitava assim. É muita cena e cenas com várias pessoas diferentes, tendo que adaptar um vilão para um horário mais contido e mais comportado. Estou adorando”, diz ele, ainda no elenco do seriado Toda Forma de Amor e dos filmes recentes Quem Vai Ficar Com Mário?, Can't Be Undone e Depois A Louca Sou Eu.

 

No âmbito pessoal, Rômulo tem levado o dia a dia cada vez de forma mais leve e parte disso é decorrente do seu relacionamento com a modelo argentina Sonia Vasena Potocki, com quem namora há quase um ano.

 

“Ela me traz uma leveza que eu nunca tinha tido em uma parceira. Ela parece que nem precisava ter vindo para esse plano aqui porque já é muito evoluída. É uma pessoa muito para cima e prática na vida. Não cria problema. Ela enxerga a vida do mesmo jeito que eu enxergo, com muito otimismo. É uma ótima companhia e isso me faz ser uma pessoa melhor. Ela me apoia no profissional, admira o meu desejo de estar sempre melhorando, correndo atrás e buscando trabalhos que me tirem da zona de conforto. Ela agrega muito na minha vida”, celebra ele, que tem a paternidade na lista de seus sonhos.

 

“Gosto muito de trabalhar. Quero ser muito bom no que faço e melhorar muito como ator. Quero fazer muito mais cinema. Quero ser pai sim, mas não tenho a menor pressa. Só não quero ser depois dos 40 porque quero passar muita coisa para o meu filho, como práticas físicas. Sonho ser um ser humano em evolução, saudável e que construiu uma família legal e com muito amor.”

 

 

PAI HERÓI

 


“Foi muito difícil lidar com a morte do meu pai aos 13 anos. A gente era um grude, era um amor muito forte. Ele era o meu melhor amigo. Meu pai me ensinou o lado da força, da garra e do comprometimento com a profissão, as minhas verdades e os meus afazeres. Ele me ensinava o lado forte e prático da vida.”

 

"O lado do esporte que o meu pai me passou e espiritual que a minha mãe me ensinou me deixaram no lado bom da força"

 

FASE REBELDE

 


“Veio aquela fase de rebeldia, me iniciei em diversas coisas muito jovem. Eu era muito precoce. O esporte me salvou de muita coisa pesada que eu poderia ter entrado ali naquele momento. Nunca me viciei em nada por causa do esporte e porque tenho um anjo da guarda muito forte. O lado do esporte que o meu pai me passou e espiritual que a minha mãe me ensinou me deixaram no lado bom da força. O meu Deus é a natureza e essa conexão com algo maior. Isso não me permitiu a ir para o lado negro da força em diversas ocasiões.”

 

MACHISMO

 


“Eu senti necessidade de me reeducar há bastante tempo. Venho de uma criação de um pai que era filho de militar de alta patente, um homem extremamente severo, machista e criado lá no Nordeste. Acho que desde que fui morar com a minha mãe e o Otávio fui me suavizando. Tenho três irmãs também e a profissão me ajuda muito neste sentido de transformar esses comportamentos e formas de pensar, do que eu achava que era correto... Às vezes está tão enraizado que a gente nem se dá conta. Mas a profissão de ator e o mundo da moda abriram muito a minha cabeça, assim como me relacionar com pessoas com liberdade sexual.”

 

 

PASSARELAS

 


“Quando comecei a me interessar pela arte, veio a possibilidade de modelar. Sempre amei ser independente e um amigo do meu pai, o Serginho, me possibilitou ter essa vida. Daí rolou um teste para o Mario Testino no Rio. E final deste mesmo ano eu já estava em Nova York fazendo uma campanha mundial para o Testino para a Adidas. Isso com 17 anos. Foi muito louco. Eu amei! Eu amava viajar e falar línguas diferentes.”

 

VIRILIDADE

 


“Eu tinha uma presença forte e atitude viril e sedutora, que eram muito boas para campanhas de homens. Mas era tanta gente bonita e alta, que eu achava que estava dando muita sorte. Caras dez mais vezes mais bonitos do que eu. Eu tentava fazer o melhor que eu podia e me esticava todo para poder ganhar meio milímetro. Fui me dando muito bem, pensava: ‘Alguma coisa eu tenho’. Eu sabia que eu tinha uma coisa que eles gostavam, que é essa virilidade, que vinha de dentro de mim, do meu olhar.”

 

PERRENGUES

 


“Conheci o mundo do jeito que ele era, com as suas malícias e boas oportunidades, quando entrei no mundo da moda. Eu era o 'malandro' do Rio, mas vi que o bicho pegava ali. Isso me deixou esperto para o resto da vida. Passei perrengue. Morei em apartamento com um modelo mais maluco que o outro, tendo que ter disciplina para cumprir compromissos seríssimos com a agência e falar a língua fluentemente. Antes eu era mimado, tinha funcionária doméstica, que cabia na nossa realidade financeira. Aí tive que fazer a minha própria comida. Foi muito bom para eu aprender a me virar. Cheguei a morar com cinco pessoas em um apartamento de um quarto em Nova York. Em Milão, morei com sete pessoas em um apartamento de um quarto só, sem sala e com apenas um banheiro, que ficava com água até metade da banheira entupida e negra. Era um nojo. Roubaram até meu celular lá. Aprendi muito ali.”

 

 

ATUAÇÃO

 


“Quando surgiu a oportunidade de atuar foi difícil para caramba eu tinha muito pouca experiência. Tinha feito umas aulas de teatro porque queria me soltar um pouco. Eu era mais durão, tinha um sotaque carioca fortíssimo. Fiz as aulas de teatro sem imaginar que ia começar como protagonista de TV. Por outro lado, sempre tive muita facilidade para aprender. Qualquer coisa que eu quero, eu aprendo muito rápido. Adoro um desafio. Malhação era lugar para errar, se descobrir... Foi bom para caramba. Sofri horrores. Não tinha aquela disciplina toda. Uma coisa é a disciplina de ser modelo e outra, de ser ator na Malhação, que é uma ralação. Todo o santo dia tem texto pra caramba para decorar e muita coisa para fazer. Todo mundo querendo estar do seu lado, os promoters sempre te chamando para sair. Foi uma escola. Acho que não estava muito pronto naquele momento, mas deu tudo certo. Obviamente, se eu pudesse voltar teria começado um pouquinho depois, teria morado mais tempo fora, explorado mais o mundo.”

 

"Nunca me deslumbrei com a fama, mas aproveitei cada centímetro dela"

 

FAMA

 


“Nunca me deslumbrei com a fama, mas aproveitei cada centímetro dela. Eu adorava. Sempre tive muitos amigos e na época de pouca maturidade, adorava essa atenção das pessoas. Sempre gostei de ser líder, como um bom ariano. Alimentava o meu ego.”

 

AMADURECIMENTO

 


“Quando comecei a atuar e fiquei famoso, não assimilava muito bem aquilo e, de alguma forma, gostava dos holofotes. Hoje em dia, tenho um comportamento quase que oposto. Eu amo ter a minha privacidade, não gosto de estar em lugares tumultuados, não gosto de chamar a atenção, não gosto de ter carro chamativo, gosto de passar batido. Acho que fui tão exposto como ator e na vida, que agora gosto de ter o meu mundinho mais fechado. Sou sociável, claro, mas existe até uma leve fobia social em algum lugar. O meu mundo é muito fechado, tenho poucos amigos, vou pouquíssimo à balada, ainda mais agora que estou namorando. Adoro encontrar os amigos e tomar um bom vinho.”

 

 

 

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Fotos: Matthew Brookes

 

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