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Internacional
22/05/2019

Segregação ou inclusão? 75 universidades americanas fazem cerimônias de graduação só para negros

Foto: Jonathan Drake / Reuters

Segregação ou inclusão? 75 universidades americanas fazem cerimônias de graduação só para negros

Um estudo da Associação Nacional de Acadêmicos dos Estados Unidos revelou que cerca de 75 faculdades americanas realizam cerimônias exclusivas para negros e 43% das faculdades pesquisadas oferecem residências segregadas. A pesquisa intitulou esse tipo de iniciativa de "neossegregação", termo que também dá nome ao estudo lançado.

 

Segundo a associação, as cerimônias de formatura e as dinâmicas sociais nas universidades americanas estão se tornando cada vez mais segregadas. A pesquisa analisou o ensino superior durante o período de 1964 até 2019 e constatou que, durante esses 55 anos, essa marginalização se transformou e não funciona mais de maneira explícita como antigamente, quando as faculdades simplesmente não admitiam estudantes negros ou então limitavam severamente o número de vagas.

 

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Nos dias de hoje, o que a pesquisa identificou nas universidades é o que foi classificado pelo estudo como "neossegregação", um cenário em que as faculdades recrutam estudantes negros e de outras minorias, mas, ao mesmo tempo, incentivam esses alunos a formarem grupos sociais exclusivos no campus.

 

As manifestações dessa política incluem, de acordo com o estudo, orientações estudantis racialmente separadas, centros estudantis identificados racialmente, programas acadêmicos identificados de maneira racial, atividades estudantis racialmente separadas, cerimônias de formatura divididas racialmente e, em alguns casos, moradias racialmente exclusivas.

 

"Uma casa longe de casa"


Em 2017, a Universidade de Harvard realizou pela primeira vez uma cerimônia de formatura separada para seus alunos negros. O que antes acontecia com orçamentos apertados e em eventos escondidos, agora é celebrado pela própria universidade, tornando-se uma iniciativa comum nas graduações americanas.

 

— Nós realmente queríamos uma oportunidade para dar voz aos que não tinham voz em Harvard — disse um organizador da cerimônia à Associated Press.

 

A Universidade de Delaware também se juntou a uma lista crescente de faculdades com graduações para estudantes lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. Recentemente, na Universidade de Columbia, os estudantes que foram os primeiros em suas famílias a se formar na faculdade também compareceram à inauguração da "First-Generation Graduation" ("Graduação da Primeira Geração").

 

Na época, durante a cerimônia em Harvard, muitos dos palestrantes escolhidos frisaram nas suas apresentações a dificuldade e a luta de suas experiências como estudantes negros na universidade sediada no estado de Massachussets.

 

— Nós suportamos o constante questionamento de nossa legitimidade e nossa capacidade, e ainda estamos aqui — disse Duwain Pinder, um candidato a mestrado em negócios e políticas públicas, durante seu discurso.

 

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Os participantes e organizadores alegaram que as cerimônias foram uma maneira de celebrar sua experiência compartilhada como um grupo, e não uma rejeição das graduações oficiais das faculdades, das quais eles também participaram.

 

— Para mim, a comunidade negra é uma casa longe de casa — disse Olivia Castor, graduada em estudos sociais e estudos afro-americanos, ao New York Times na época. — Foi onde passei a maior parte do meu tempo, onde encontrei meus amigos mais próximos e, mais importante, onde aprendi as lições mais significativas durante meu tempo aqui.

 

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