Com orçamento comprometido, Manaus pode desistir da Série D
O presidente de honra e um dos fundadores do Manaus FC, Luis Mitoso, expôs nesta sexta-feira o momento crítico que o clube bicampeão amazonense vive financeiramente, revelando inclusive que o time, por conta de dívidas e falta de dinheiro para o orçamento previsto, pode não participar da Série D 2019, e até mesmo, num cenário mais crítico, deixar de existir.
Segundo Mitoso, neste momento, o Manaus tem quatro meses de temporada pela frente, mas não tem dinheiro para cumprir o orçamento previsto, que é de R$ 150 mil mensais, R$ 600 mil no total.
Ele explica que naturalmente alguns patrocinadores deixaram o clube, mas ressalta que o principal problema foi não ter subido para a Série C em 2018, um ano de apostas altas, que no fim deixaram o clube com dívidas.
- Em 2018, adiantamos o orçamento do ano inteiro para trabalhar, e por acreditar muito no projeto. Fizemos apostas muito altas, e por pouco não subimos. Quando o ano terminou, ficamos devendo, e a maior parte do dinheiro que entrou em 2019 foi para pagar algumas dessas dívidas. Neste momento, ainda temos quatro meses de calendário, mas não temos dinheiro o suficiente para cumprir o orçamento - disse.
Por conta disso, a participação do Manaus na Série D estaria ameaçada, assim como a própria existência do clube, segundo Mitoso.
"Temos vários cenários possíveis neste momento. O clube pode não participar da Série D, por falta de dinheiro; pode participar com os jogadores que temos, com eles apostando nesse projeto junto com a gente; ou mesmo podemos participar com nosso sub-20, só para não sermos punidos por uma desistência. O cenário mais crítico é não conseguirmos nada, a situação se agravar, e o Manaus deixar de existir antes mesmo de completar seis anos [o que acontecerá em pouco mais de mês]", Luis Mitoso, presidente de honra do Manaus.
Presidente de honra, Luis Mitoso afirma que Manaus pode não disputar a Série D
e até nem completar seis anos — Foto: Antônio Assis/FAF
O cartola acredita que a principal alternativa seria uma parceria com o poder público, além de mais patrocinadores que acreditem que o Manaus pode se manter competitivo a nível nacional.
- Já tive conversas com a Prefeitura e com a Sejel, e estou aguardando respostas. Estamos otimistas, porque o Governo tem apoiado outros projetos culturais, como o carnaval, o Boi Bumbá e outros festivais folclóricos. Há quatro anos não há aporte financeiro do Governo para os clubes, e penso que essa seria uma boa hora para isso mudar. Nosso departamento de marketing tem se esforçado para “vender” a imagem do Manaus, que hoje é um clube competitivamente em ascensão no cenário nacional - concluiu.
Globo Esporte