*Por Lúcio Carril - As regiões ricas do Brasil (Sul e Sudeste), a Rede Globo, a Fiesp e todo o empresariado apoiam a reforma da Previdência. Seria por bondade com o trabalhador e com o povo?
Aqueles cinco homens mais ricos do Brasil, que têm uma fortuna equivalente ao que ganham 100 milhões de brasileiros, também apoiam a reforma da Previdência, assim como defendiam a reforma trabalhista. Será que só querem o bem do país e a melhoria de vida de todos?
São reflexões simples, que qualquer pessoa pode fazer para não fazer papel de idiota. Se este raciocínio travar e abrir outras dúvidas, você pode fazer um exercício de memória e tentar lembrar onde e quando você viu um rico defender interesses de um pobre. Pronto. Com isto você já pode avançar para uma situação que envolve coletivos e descobrir que numa sociedade de classes (ricos e pobres) aquela que detém a posse da riqueza produzida pela outra que trabalha, sempre vai defender sua condição de classe dominante. Ou seja, rico defende tudo que é bom para ele continuar rico e aumentar a posse da riqueza produzida por aqueles que continuarão pobres.
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É por isso que quando vemos pobre defendendo direitos dos ricos o chamamos de alienado, que é, justamente, aquele pobre que não tem a consciência da sua condição social e ainda tenta justificar a exploração à qual é submetido.
Defender a reforma da Previdência é defender os direitos dos ricos de não pagar o que devem e concordar que seu couro seja tirado no chicote para cobrir um rombo criado por eles, os ricos.
Acorda. Estão metendo a mão no teu bolso e não é pra te masturbar.
*Lúcio Carril é sociólogo e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.